Estamos todos na expectativa e ansiosos pelo fim dessa pandemia. As coisas precisam voltar ao usual, ao comum, ao trivial, ao corriqueiro; os nossos dias precisam retornar à normalidade.
É de arrepiar ver
seres humanos reclusos e sem vislumbrar um futuro viçoso devido ao vírus que
insiste e persiste em permanecer entre nós.
Todos nós podemos
contribuir para o retorno responsável à vida cotidiana de tranquilidade, e
livres desse fantasma chamado corona vírus, basta observarmos com sensatez e
solidariedade as orientações, cumprindo com as recomendações das autoridades
sanitárias, desde o uso da máscara até o distanciamento necessário para evitar
a proliferação do vírus, mesmo depois de vacinados com ambas as doses.
Aí sim, poderemos
voltar com segurança à nossa vida normal! E, essa vida normal é exatamente
aquela em que cada um fazia o seu papel, sem interferir ou ser interferido por
outrem.
Aqui, fazemos
alusão aos representantes comunitários ou, como alguns gostam de falar:
“lideranças comunitárias”; estamos nos referindo a tais agentes, pois nos
últimos anos houve uma inversão de tarefas entre alguns vereadores e as
lideranças comunitárias.
Reconhecemos que,
devido as recomendações de distanciamento social e do trabalho remoto em
algumas secretarias, tornou-se difícil para os que representam as diversas
comunidades de Natal, terem seus pleitos atendidos junto aos órgãos
governamentais, sendo assim, de extrema necessidade a ajuda dos vereadores;
porém, como falamos anteriormente, tal situação já dura alguns anos.
Não é só por
ocasião da pandemia, vereadores estão com problemas sérios de discernimento. Não
conseguem discernir que foram eleitos como parlamentares e não como presidente
de Conselhos ou Associação de Moradores.
Como assim? Dentro
do que conseguimos entender: não é tarefa dos parlamentares solicitar troca de
lâmpadas queimadas nos postes, não é tarefa dos parlamentares solicitar a
limpeza das ruas e terrenos baldios, não é tarefa dos parlamentares solicitar
operação tapa buracos, até porque, solicitar tapa buracos é um desserviço à
cidade, o que deve ser solicitado é o capeamento total da via; tais tarefas são
por demais simplórias para o salário de um vereador.
Nós somos do tempo
em que, quem solicitava todos esses “benefícios” para a comunidade, era o
representante da localidade, ou seja, o presidente da Associação ou Conselho da
região, porém, as coisas mudaram, todavia, não foi somente pela pandemia.
Não queremos
acreditar que os “líderes comunitários” concordem inteiramente com o que está
acontecendo, e se concordam, assumam que não lideram absolutamente nada e que
não passam de cabo eleitoral de um vereador.
Como também, os
vereadores que se passam a executar tais tarefas, façam também as suas
próprias, pois a fiscalização que devem exercer sobre o Executivo está a
desejar, vejam aí o que acontece com os transportes coletivos da cidade, até o
momento, os empresários não estão nem um pouco preocupados se a população
precisa ou não dos transportes, olhe que, só falta agora a Prefeitura pagar
pelos ônibus que ficam parados nas empresas, pois até isenção de impostos e
combustíveis mais baratos já têm.
Não estamos
criticando, particularmente, nenhum vereador, mas, deixando claro que solicitar
poda de árvores e troca de luminárias não é tarefa principal de parlamentar.
Uma tarefa boa
para os parlamentares, e essa seria principal, lutar pelo retorno da Secretaria
Municipal que atendia as lideranças comunitárias, tendo como modelo as antigas
SECRA e SMDC, quem sabe se não seria um serviço muito melhor prestado à
comunidade de Natal?
Mas, já vamos
deixar o nosso parecer: Isso não é visto com bons olhos por alguns vereadores,
pois perderiam o poder de coação que exercem sobre muitos pseudos “líderes
comunitários” ou melhor, perderiam um cabo eleitoral barato, tendo em vista que
esses buscariam a Secretaria e não mais o vereador e esse último por sua vez,
teria que mostrar serviço prestado que fossem de fato seu.
Acho que é mais
fácil fazer requerimentos solicitando limpeza urbana, não é mesmo? Ou mudar o
nome do Palácio Padre Miguelinho para “Conselhos Comunitários de Natal”.
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