terça-feira, 15 de junho de 2021

Coluna Sociedade & Cidadania com Lima Freire


“Inversão de tarefas entre vereadores e representantes comunitários ou, como alguns gostam de falar: lideranças comunitárias”

Estamos todos na expectativa e ansiosos pelo fim dessa pandemia. As coisas precisam voltar ao usual, ao comum, ao trivial, ao corriqueiro; os nossos dias precisam retornar à normalidade.

É de arrepiar ver seres humanos reclusos e sem vislumbrar um futuro viçoso devido ao vírus que insiste e persiste em permanecer entre nós.

Todos nós podemos contribuir para o retorno responsável à vida cotidiana de tranquilidade, e livres desse fantasma chamado corona vírus, basta observarmos com sensatez e solidariedade as orientações, cumprindo com as recomendações das autoridades sanitárias, desde o uso da máscara até o distanciamento necessário para evitar a proliferação do vírus, mesmo depois de vacinados com ambas as doses.

Aí sim, poderemos voltar com segurança à nossa vida normal! E, essa vida normal é exatamente aquela em que cada um fazia o seu papel, sem interferir ou ser interferido por outrem.

Aqui, fazemos alusão aos representantes comunitários ou, como alguns gostam de falar: “lideranças comunitárias”; estamos nos referindo a tais agentes, pois nos últimos anos houve uma inversão de tarefas entre alguns vereadores e as lideranças comunitárias.

Reconhecemos que, devido as recomendações de distanciamento social e do trabalho remoto em algumas secretarias, tornou-se difícil para os que representam as diversas comunidades de Natal, terem seus pleitos atendidos junto aos órgãos governamentais, sendo assim, de extrema necessidade a ajuda dos vereadores; porém, como falamos anteriormente, tal situação já dura alguns anos.

Não é só por ocasião da pandemia, vereadores estão com problemas sérios de discernimento. Não conseguem discernir que foram eleitos como parlamentares e não como presidente de Conselhos ou Associação de Moradores.

Como assim? Dentro do que conseguimos entender: não é tarefa dos parlamentares solicitar troca de lâmpadas queimadas nos postes, não é tarefa dos parlamentares solicitar a limpeza das ruas e terrenos baldios, não é tarefa dos parlamentares solicitar operação tapa buracos, até porque, solicitar tapa buracos é um desserviço à cidade, o que deve ser solicitado é o capeamento total da via; tais tarefas são por demais simplórias para o salário de um vereador.

Nós somos do tempo em que, quem solicitava todos esses “benefícios” para a comunidade, era o representante da localidade, ou seja, o presidente da Associação ou Conselho da região, porém, as coisas mudaram, todavia, não foi somente pela pandemia.

Não queremos acreditar que os “líderes comunitários” concordem inteiramente com o que está acontecendo, e se concordam, assumam que não lideram absolutamente nada e que não passam de cabo eleitoral de um vereador.

Como também, os vereadores que se passam a executar tais tarefas, façam também as suas próprias, pois a fiscalização que devem exercer sobre o Executivo está a desejar, vejam aí o que acontece com os transportes coletivos da cidade, até o momento, os empresários não estão nem um pouco preocupados se a população precisa ou não dos transportes, olhe que, só falta agora a Prefeitura pagar pelos ônibus que ficam parados nas empresas, pois até isenção de impostos e combustíveis mais baratos já têm.

Não estamos criticando, particularmente, nenhum vereador, mas, deixando claro que solicitar poda de árvores e troca de luminárias não é tarefa principal de parlamentar.

Uma tarefa boa para os parlamentares, e essa seria principal, lutar pelo retorno da Secretaria Municipal que atendia as lideranças comunitárias, tendo como modelo as antigas SECRA e SMDC, quem sabe se não seria um serviço muito melhor prestado à comunidade de Natal?

Mas, já vamos deixar o nosso parecer: Isso não é visto com bons olhos por alguns vereadores, pois perderiam o poder de coação que exercem sobre muitos pseudos “líderes comunitários” ou melhor, perderiam um cabo eleitoral barato, tendo em vista que esses buscariam a Secretaria e não mais o vereador e esse último por sua vez, teria que mostrar serviço prestado que fossem de fato seu.

Acho que é mais fácil fazer requerimentos solicitando limpeza urbana, não é mesmo? Ou mudar o nome do Palácio Padre Miguelinho para “Conselhos Comunitários de Natal”.

 

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