Foto: João Gilberto/G1
Excelentíssimo
Senhor Governador Robinson Faria.
Excelentíssimas
Senhoras e Senhores Deputados.
O trio da liturgia legislativa da primeira sessão está
chegando ao final. O primeiro ato foi a posse das Senhoras e Senhores
Deputados, o segundo foi a eleição da mesa e o terceiro é a leitura da mensagem
do Governador Robinson Faria.
Assisti atentamente a mensagem lida pelo Governador do
Rio Grande do Norte, onde descreve o estuário do Rio Potengi, calmo e limpo,
mas caudaloso e a nau capitaneada por vossa excelência, tenho certeza, atracará
em um porto feliz após enfrentar tempestades e calmarias.
Este Poder Legislativo contribuirá com os seus 24
pares para sermos os contramestres desta Nau.
Quando sentei na primeira cadeira do Poder Legislativo,
estudei, meditei e pesquisei. Pesquisei de
Officiis (Dos deveres) de Cícero, obra dedicada ao seu filho Marcus, onde
afirmava que o principal é respeitar a honestidade, fundada na prática das
quatro virtudes essências: a sabedoria e a justiça, a firmeza e a ponderação.
Passei depois por Montesquieu e repito as suas sábias palavras: “A sutileza do
pensamento consiste em descobrir a semelhança das coisas diferentes e a
diferença das coisas semelhantes”. Cheguei até aos pensadores modernos, e
vislumbrei os discursos doutrinários acerca
da política e do poder político, que estão centralizados em quatro questões
fundamentais.
A primeira: quais são as funções básicas da política e
do poder político, frente aos reais interesses do cidadão comum e da moderna
sociedade de massas?
A segunda: quais são os processos sociais, políticos e
econômicos, pelos quais tais funções são desempenhadas?
A terceira: qual o grau de legitimidade dos mecanismos
de governo e dos agentes políticos?
A quarta: qual o grau de eficácia e validade das
normas legais, frente aos valores sociais, éticos e culturais da sociedade?
As coisas são as mesmas, somente a sutileza do
pensamento é que descobre a semelhança das coisas diferentes e a diferença das
coisas semelhantes.
A virtude da República não consiste em uma virtude
moral, mas em uma virtude propriamente política. É o respeito pelas leis e a
dedicação do individuo à comunidade. Uma República é um regime no qual os
homens vivem para e pela coletividade, no qual se sentem cidadãos, o que
implica que sejam e se sintam iguais uns aos outros.
Por final, encerrando os pensamentos de Montesquieu,
afirmo que o poder e o poder político devem ser uma verdadeira união, de
harmonia, que faz com que todas as partes, por opostas que nos pareçam,
concorram para o bem geral da sociedade, como as dissonâncias da música
concorrem para o acorde final. Sim! Poderá haver união no Estado onde parece
haver apenas confusão, quer dizer, uma harmonia na qual resulte felicidade, que
é a única paz verdadeira.
Assumo a Presidência desta Casa com o pensamento de
paz e com o espírito desarmado, todos juntos e irmanados, para que possamos
cooperar na construção econômica do Estado.
Assumo a Presidência com a jovialidade da minha idade,
com o novo do meu pensamento e com a modernidade da sociedade que busca novos
caminhos.
Assumo na condução desta casa, o compromisso de zelar
pelas Constituições Federal e Estadual, mas acima de tudo defender os
interesses do Rio Grande do Norte.
Assumo com o lema da antiguidade, na modernidade de
hoje, respeitando a harmonia e a independência entre os poderes. Ratifico as
palavras do Candidato Robinson Faria: “A proposta da Coligação Liderados pelo
Povo é de absoluto e inafastável respeito à ordem democrática, à independência
dos poderes e ao convívio harmônico, alicerçado no diálogo franco e permanente,
com azo no atendimento aos anseios da população do Estado.”
Infelizmente continuamos a ser uma colônia, um País
não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às autoridades, como
dizia Roberto Campos. Vamos cortar os grilhões da dependência econômica, vamos
arrancar os cravos da ignorância e vamos lutar por um Rio Grande do Norte
melhor para os nossos conterrâneos.
Quero o povo dentro desta casa, quero o povo de mãos
dadas com os parlamentares da casa, quero ver o sorriso deste mesmo povo nos
corredores da casa de José Augusto. Está é a casa do Povo!
3 de fevereiro de 2015
Presidente Deputado Ezequiel Ferreira