terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Discurso do presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira de Souza

Foto: João Gilberto/G1

Excelentíssimo Senhor Governador Robinson Faria.
Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados.


O trio da liturgia legislativa da primeira sessão está chegando ao final. O primeiro ato foi a posse das Senhoras e Senhores Deputados, o segundo foi a eleição da mesa e o terceiro é a leitura da mensagem do Governador Robinson Faria.

Assisti atentamente a mensagem lida pelo Governador do Rio Grande do Norte, onde descreve o estuário do Rio Potengi, calmo e limpo, mas caudaloso e a nau capitaneada por vossa excelência, tenho certeza, atracará em um porto feliz após enfrentar tempestades e calmarias.

Este Poder Legislativo contribuirá com os seus 24 pares para sermos os contramestres desta Nau.

Quando sentei na primeira cadeira do Poder Legislativo, estudei, meditei e pesquisei. Pesquisei de Officiis (Dos deveres) de Cícero, obra dedicada ao seu filho Marcus, onde afirmava que o principal é respeitar a honestidade, fundada na prática das quatro virtudes essências: a sabedoria e a justiça, a firmeza e a ponderação. Passei depois por Montesquieu e repito as suas sábias palavras: “A sutileza do pensamento consiste em descobrir a semelhança das coisas diferentes e a diferença das coisas semelhantes”. Cheguei até aos pensadores modernos, e vislumbrei os discursos doutrinários  acerca da política e do poder político, que estão centralizados em quatro questões fundamentais.

A primeira: quais são as funções básicas da política e do poder político, frente aos reais interesses do cidadão comum e da moderna sociedade de massas?

A segunda: quais são os processos sociais, políticos e econômicos, pelos quais tais funções são desempenhadas?

A terceira: qual o grau de legitimidade dos mecanismos de governo e dos agentes políticos?

A quarta: qual o grau de eficácia e validade das normas legais, frente aos valores sociais, éticos e culturais da sociedade?

As coisas são as mesmas, somente a sutileza do pensamento é que descobre a semelhança das coisas diferentes e a diferença das coisas semelhantes.

A virtude da República não consiste em uma virtude moral, mas em uma virtude propriamente política. É o respeito pelas leis e a dedicação do individuo à comunidade. Uma República é um regime no qual os homens vivem para e pela coletividade, no qual se sentem cidadãos, o que implica que sejam e se sintam iguais uns aos outros.

Por final, encerrando os pensamentos de Montesquieu, afirmo que o poder e o poder político devem ser uma verdadeira união, de harmonia, que faz com que todas as partes, por opostas que nos pareçam, concorram para o bem geral da sociedade, como as dissonâncias da música concorrem para o acorde final. Sim! Poderá haver união no Estado onde parece haver apenas confusão, quer dizer, uma harmonia na qual resulte felicidade, que é a única paz verdadeira.

Assumo a Presidência desta Casa com o pensamento de paz e com o espírito desarmado, todos juntos e irmanados, para que possamos cooperar na construção econômica do Estado.

Assumo a Presidência com a jovialidade da minha idade, com o novo do meu pensamento e com a modernidade da sociedade que busca novos caminhos.

Assumo na condução desta casa, o compromisso de zelar pelas Constituições Federal e Estadual, mas acima de tudo defender os interesses do Rio Grande do Norte.

Assumo com o lema da antiguidade, na modernidade de hoje, respeitando a harmonia e a independência entre os poderes. Ratifico as palavras do Candidato Robinson Faria: “A proposta da Coligação Liderados pelo Povo é de absoluto e inafastável respeito à ordem democrática, à independência dos poderes e ao convívio harmônico, alicerçado no diálogo franco e permanente, com azo no atendimento aos anseios da população do Estado.”


Infelizmente continuamos a ser uma colônia, um País não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às autoridades, como dizia Roberto Campos. Vamos cortar os grilhões da dependência econômica, vamos arrancar os cravos da ignorância e vamos lutar por um Rio Grande do Norte melhor para os nossos conterrâneos.

Quero o povo dentro desta casa, quero o povo de mãos dadas com os parlamentares da casa, quero ver o sorriso deste mesmo povo nos corredores da casa de José Augusto. Está é a casa do Povo!



3 de fevereiro de 2015


Presidente Deputado Ezequiel Ferreira

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