PESQUISA
Pesquisador Django de Jesus exibe cacho de uva em Martins
Grupo de pesquisadores da Universidade Federal
Rural do Semi-Árido integra uma base de pesquisa da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – Embrapa destinada ao estudo do cultivo de uvas
europeias para produção de vinhos finos em três estados da Região Nordeste. Na
Bahia, a fruta está sendo estudada na cidade de Morro do Chapéu; em Pernambuco,
na cidade de Garanhuns e, no Rio Grande do Norte, o território escolhido foi a
cidade de Martins, 363 km de Natal.
Em comum, os três territórios estão localizados em
regiões de microclima do Semiárido. Na cidade serrana de Martins a temperatura
média é de 25º, oscilando a quedas de até 15º, o que naturalmente já destoa da
temperatura rotineira do Semiárido. “Esse é justamente o desafio da Embrapa,
estudar a viabilidade de cultivar essas uvas em regiões fora do seu espaço
natural e ver a viabilidade de produzir vinhos aqui na nossa região”, defende o
professor da Ufersa, Eudes de Almeida Cardoso.
A Ufersa recebeu as sementes de dez diferentes
tipos de uvas comuns na Europa que estão sendo cultivadas em 1.500 metros
quadrados. O experimento está previsto para durar seis anos devido à longa
temporada necessária para a frutificação da planta. Essa jornada está dividida
em três importantes etapas. A primeira delas aconteceu em setembro de 2014 com
a primeira poda denominada de “Formação”.
O segundo momento está previsto para março de 2015,
quando o plantio receberá a segunda poda, destinada a “Frutificação”. Também da
Ufersa, o pesquisador Django Jesus Dantas explica que a uva é uma fruta cujo
processo entre o plantio e a retirada do fruto é lento. “A gente está
trabalhando com a possibilidade de mantermos o ritmo de uma colheita por ano”,
data ele.
Depois de colhidas, o material é encaminhado para o
quadro da Embrapa que dará continuidade com a análise da qualidade,
produtividade e a possibilidade das uvas serem usadas na região para a produção
de vinhos artesanais. “A pesquisa tem uma relevância científica e também
social. Isso porque o estudo com essa finalidade é pioneiro, dada as condições
climáticas necessária para a sobrevivência da uva e o clima da nossa região”,
diz o professor Eudes.
O pesquisador Django de Jesus complementa que, se
confirmada a possibilidade, o experimento irá ser um fomentador de turismo e
economia para as três regiões. “As regiões de climas amenos são atrativos
turístico, sobretudo por degustadores de vinhos. A Embrapa trabalha para que
eles comecem a produzir, na própria cidade, vinhos artesanais como mais um
atrativo no turístico”.
Entre as categorias mais conhecidas de uvas, a
pesquisa trabalha com a Cabernet Sauvignon, Merlot Noir, Petit Verdot e Malbec
para a fabricação de vinhos branco e tinto. Além de responsável pelas sementes
plantadas nos viveiros, a Embrapa também é a responsável pela articulação do
projeto nos três Estado, por meio da pesquisadora Patrícia Coelho.
Na Ufersa, os dois profissionais mencionados acima
coordenam o estudo que ainda com a participação de 5 estudantes colaboradores no
experimento com monografias, teses e dissertações em projetos financiados pela
Capes e Iniciação Científica.
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