terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Ufersa integra pesquisa com plantio de uva para fabricação de vinhos em Martins

PESQUISA

Pesquisador Django de Jesus exibe cacho de uva em Martins

Grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido integra uma base de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa destinada ao estudo do cultivo de uvas europeias para produção de vinhos finos em três estados da Região Nordeste. Na Bahia, a fruta está sendo estudada na cidade de Morro do Chapéu; em Pernambuco, na cidade de Garanhuns e, no Rio Grande do Norte, o território escolhido foi a cidade de Martins, 363 km de Natal.

Em comum, os três territórios estão localizados em regiões de microclima do Semiárido. Na cidade serrana de Martins a temperatura média é de 25º, oscilando a quedas de até 15º, o que naturalmente já destoa da temperatura rotineira do Semiárido. “Esse é justamente o desafio da Embrapa, estudar a viabilidade de cultivar essas uvas em regiões fora do seu espaço natural e ver a viabilidade de produzir vinhos aqui na nossa região”, defende o professor da Ufersa, Eudes de Almeida Cardoso.
A Ufersa recebeu as sementes de dez diferentes tipos de uvas comuns na Europa que estão sendo cultivadas em 1.500 metros quadrados. O experimento está previsto para durar seis anos devido à longa temporada necessária para a frutificação da planta. Essa jornada está dividida em três importantes etapas. A primeira delas aconteceu em setembro de 2014 com a primeira poda denominada de “Formação”.

O segundo momento está previsto para março de 2015, quando o plantio receberá a segunda poda, destinada a “Frutificação”. Também da Ufersa, o pesquisador Django Jesus Dantas explica que a uva é uma fruta cujo processo entre o plantio e a retirada do fruto é lento. “A gente está trabalhando com a possibilidade de mantermos o ritmo de uma colheita por ano”, data ele.

Depois de colhidas, o material é encaminhado para o quadro da Embrapa que dará continuidade com a análise da qualidade, produtividade e a possibilidade das uvas serem usadas na região para a produção de vinhos artesanais. “A pesquisa tem uma relevância científica e também social. Isso porque o estudo com essa finalidade é pioneiro, dada as condições climáticas necessária para a sobrevivência da uva e o clima da nossa região”, diz o professor Eudes.

O pesquisador Django de Jesus complementa que, se confirmada a possibilidade, o experimento irá ser um fomentador de turismo e economia para as três regiões. “As regiões de climas amenos são atrativos turístico, sobretudo por degustadores de vinhos. A Embrapa trabalha para que eles comecem a produzir, na própria cidade, vinhos artesanais como mais um atrativo no turístico”.

Entre as categorias mais conhecidas de uvas, a pesquisa trabalha com a Cabernet Sauvignon, Merlot Noir, Petit Verdot e Malbec para a fabricação de vinhos branco e tinto. Além de responsável pelas sementes plantadas nos viveiros, a Embrapa também é a responsável pela articulação do projeto nos três Estado, por meio da pesquisadora Patrícia Coelho.

Na Ufersa, os dois profissionais mencionados acima coordenam o estudo que ainda com a participação de 5 estudantes colaboradores no experimento com monografias, teses e dissertações em projetos financiados pela Capes e Iniciação Científica.

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