Foto: Divulgação
Por: Alex Viana
O voo de
Alves repercutiu no Rio Grande do Norte. O vereador Fernando Lucena, do PT,
classificou como “gravíssimo” o uso do avião da FAB para fins particulares.
“Henrique está trocando os pés pelas mãos. Quem nunca comeu mel, quando come se
lambuza. É só dar uma colher de chá para os nossos políticos para eles fazerem
vergonha”, ridicularizou.
O petista
igualou Henrique à governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que responde processo
judicial eleitoral por uso da aeronave do Estado durante a campanha passada
para favorecer a eleição da prefeita de Mossoró, Claudia Regina (DEM). Segundo
denúncia do Ministério Público, Rosalba usou mais de 100 vezes o avião para se
deslocar de Natal, sede administrativa do Estado, para Mossoró, terra da sua
candidata e berço político da governadora.
“Acho
gravíssimo Henrique está usando o avião para esse tipo de programa. Ele andou
muito com Rosalba, aprendeu a usar muito avião. Rosalba usou mais de 100 vezes
o avião para ir a Mossoró”, afirma o vereador, sentenciando em seguida: “É por
isso que o povo está na rua. Porque não aguenta mais a classe política fazendo
coisa mal feita”.
“É uma
vergonha. Um homem que podia ajudar tanto o RN, quando todos nós estamos
preocupados com o Estado, a situação difícil da saúde, fica andando de avião
público. Isso porque o presidente da Câmara tem tudo, poder, e não precisava
fazer isso. Está tudo lambuzado. Ser presidente da Câmara de estado pequeno,
era uma coisa para se orgulhar. Aí ele vem e faz uma coisa dessas. Lamentável”,
disse o vereador.
Na visão
de Lucena, trata-se de improbidade administrativa. O petista defendeu que
Henrique devolva o dinheiro e se retrate com a população. “É improbidade
administrativa brava, usar avião para assistir ao jogo com a namorada, bater
papo com prefeito, não foi para resolver problemas da Câmara, nem do povo, é
injustificável. Às vezes um presidente vai para fora do país e a gente vê na TV
informando que jornalista pagou o valor das passagens e depositou no Tesouro
Nacional. Aí o presidente da Câmara pegar o avião, isso é improbidade, pegando
um bem público para conversar e bater papo. Não tem cabimento, é uma vergonha
para gente. É por isso que o povo não quer mais esse tipo de político. É
improbidade e deve ser apurado, com todos os rigores da lei”, disse Lucena.
“Se
Henrique tinha compromisso político, não vejo nada demais assistir o jogo após”
O
deputado estadual Gustavo Fernandes (PMDB), primeiro secretário da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, afirmou que se o presidente da
Câmara Henrique Alves tinha compromisso político no Rio de Janeiro e depois foi
assistir ao jogo, isso não tem nada demais. Ele disse que Henrique está fazendo
um excelente trabalho como presidente da Câmara dos Deputados. Segundo a
assessoria de Henrique Alves, ele foi ao Rio para um almoço com o prefeito do
Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o senador Aécio Neves (PSDB), no sábado. E no
domingo, assistiu ao jogo com a família.
“Henrique
está fazendo do meu ponto de vista um excelente trabalho. Como presidente da
Câmara, tem conseguido trazer muitos benefícios para o RN, obras, projetos
importantes para ser votado e que já passaram na pauta da Câmara. Se ele foi
para um compromisso político e depois assistiu ao jogo do Brasil, então está
justificado. Ele tinha um encontro político, e lá tinha o jogo, aproveitou a
ida para fazer a parte política e prestigiar o jogo do Brasil”, disse Gustavo
Fernandes. “Ele primeiro pautou a questão do encontro político e aproveitou e
foi para o jogo. Aproveitou espaço e tempo. Porque se já tinha ido para
encontro político, aproveitou e assistiu ao jogo”, frisou o deputado.
Gustavo
Fernandes disse que “a gente tem coisas mais importantes para estar
discutindo”. Ele também não soube responder tratar-se de improbidade
administrativa. “Os juristas têm que ponderar”. Quanto à devolução do dinheiro,
o deputado afirmou ser apenas “um gesto”. “Se ele está dizendo que vai
devolver, vai ser um gesto. Henrique está tendo muita sensibilidade com o que
está acontecendo, fazendo que a Câmara trabalhe e vote o que o povo do Brasil
está pedindo”. (AV)
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