Em entrevista ao Clarim
Natal/RN o Tenente Coronel PM Michel Alvarenga Santos, atual comandante do
Batalhão de Polícia de Choque do Rio Grande do Norte fala um pouco sobre a
instituição.
Confira a entrevista na
íntegra.
Desde então, o policiamento de
choque foi se aperfeiçoando e modernizando, transformando-se em Companhia de
Polícia de Choque, em 1986, e no atual Batalhão de Polícia de Choque, em 2010.
JORNAL CLARIM NATAL/RN – Nome e função no BPChoque/RN?
CORONEL ALVARENGA - Michel
Alvarenga Santos. Atualmente exerço a função de Comandante do Batalhão de
Choque do Estado do Rio Grande do Norte.
JCN - Como
é comandar o Batalhão de Choque, uma das unidades considerada como uma das
principais da PM/RN?
CORONEL ALVARENGA - Como
já tivemos a experiência de passarmos pelo Batalhão de Choque, nós passamos
pela Companhia de Patamo, assumimos duas vezes o comando do Batalhão de Choque,
então cada função que a gente exerce, naturalmente é uma responsabilidade, é um
trabalho diferente.
E a gente trabalha não só de
acordo com as normas vigentes, com a legislação em vigor, mas também muitas
vezes atuamos e trabalhamos de acordo com o entendimento dos nossos
comandantes. E isso contribui muito para o nosso aprendizado porque no momento
em que nós temos uma forma de trabalho diferenciada, com perspectivas
diferentes, alguns são mais centralizadores, outros são mais
descentralizadores, alguns nos dão mais autonomia, outros querem que a gente
trabalhe mais de forma reativa. Então, independente de qualquer que seja a
forma de trabalho do comandante, certamente é um aprendizado, é uma experiência
nova. E não só isso, as experiências variam também a depender da função que a
gente exerce.
O Batalhão de Choque tem
funções e responsabilidades específicas, possui competências diferenciáveis
porque é um Batalhão especializado. Então, trabalha não só com base na lei, mas
também trabalha com base na doutrina que é estabelecida para cada atividade do
Batalhão.
Então, a doutrina de
policiamento de choque, a doutrina de patrulhamento tático móvel, a doutrina
que é realizada no canil, com os cães, a forma de atuação, que é uma forma
diferenciada, o policiamento em praça desportiva que o Batalhão já conseguiu
atingir um patamar de excelência por causa dos vários jogos e vários anos que
veio trabalhando desde a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Então, foram
conquistas da unidade e conquistas realizados através do trabalho, onde foi
ganhando expertise e know-how, ao ponto de conseguir fazer um jogo a cada dia,
garantindo a segurança de todos os torcedores e expectadores que estiverem no
local, na arena, seja na Arena das Dunas, no Frasqueirão e por vez também em
ginasios poliesportivas, quando o jogo de futebol de salão é rigoroso, que
envolve risco, aí o Batalhão de Choque se faz presente.
JCN - O
senhor já comandou o 4° Batalhão de Polícia na Zona Norte de Natal. Agora está
à frente do Batalhão de Choque. Qual a diferença?
CORONEL ALVARENGA - Nós
tivemos a oportunidade de trabalhar no 4° Batalhão, foi uma experiência muito
rica, muito positiva, com militares disciplinados, aguerridos que tem a
mentalidade e pensamento voltado para o trabalho, para os resultados. Então,
foi uma experiência muito positiva. Só que o Batalhão de área, como a gente
chama, um Batalhão ordinário, à exemplo do 1° Batalhão, do 4°, do 5°, do 9°, que
são batalhões que compõem o comando de policiamento da capital, possui uma
atividade muito mais dinâmica porque as viaturas estão diretamente ligadas à
central, ao Copom. E as viaturas do Choque elas cadastram no Copom, mas elas
não atendem à ocorrência imediatamente. Elas são viaturas que apoiam as outras
e fazem o patrulhamento e que são empregadas em operações específicas para o
patrulhamento tático móvel.
A gente recebe uma ordem do
CPC ou do comandante geral ou de alguém que esteja ali diretamente ali,
necessitando do apoio do Batalhão de Choque porque não atua somente no Comando
de Polícia da capital. Aí é dado esse apoio, suporte.
Então, o Batalhão de Choque
atua em várias áreas, principalmente na capital e região metropolitana.
Então, a diferença está no
trabalho ordinário, que é feito pelo Batalhão de área e no trabalho
especializado que é feito pela unidade especializada, que é o Batalhão de
Choque.
JCN - Qual o
papel do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio Grande do Norte para a
população?
CORONEL ALVARENGA - O
papel do Batalhão de Choque hoje, ele realiza diversas atividades específicas,
mas aquela que tem o contato mais ativo com o público, que é o policiamento em
praça desportiva e o patrulhamento tático móvel, mas não de atendimento direto
de ocorrência, mas de acompanhamento das ocorrências que podem se tornar mais
graves e com a participação do efetivo do Batalhão de Choque.
Então, o contato com a
população se dá principalmente através do atendimento de algumas ocorrências
específicas, extraordinárias ou então quando a unidade da Patamo ou do Choque
se depara com algum solicitante e também no futebol. Nosso contato com o público
é muito intenso nas partidas, nós espetáculos públicos, do Campeonato
Brasileiro, Campeonato Estadual, de diversos campeonatos, no qual o Batalhão de
Choque faz policiamento.
JCN - BPChoque
é especializado para atuar em eventos que envolvam multidões, como funciona o
seu trabalho nos estádios de futebol?
CORONEL ALVARENGA - Exatamente,
tivemos recentemente um curso de policiamento em eventos, onde nós somos
capacitados para a realização do policiamento em eventos, praças desportivas,
em lugares que não só requeiram a presença do policiamento de choque, mas
também de outras unidades porque o trabalho muitas vezes é em conjunto, mas
quando se refere a evento, o trabalho do Batalhão de Choque ele é realizado
principalmente na praça desportiva, nas arenas e nos campos de futebol, uma
doutrina especializada com conhecimento do local, com vários diferenciais que
favorecem a garantia da segurança e um bom policiamento.
Então, o Batalhão de Choque
hoje é um Batalhão que é referência não só no Estado do Rio Grande do Norte,
mas em vários outros estados. E a gente tem sempre a oportunidade de permutar
conhecimento, de estudar o funcionamento de outros Batalhões de Choque em
outros estados.
Desta forma, procurar adotar
uma postura que seja interessante para todos nós. Lembrando também que o
Batalhão de Choque tem um grande diferencial que é a Unidade Especializada do
Canil, onde nós realizamos atividades recreativas, lúdicas, trabalhos específicos
de faro e também de guarda em algumas situações. Um trabalho muito importante,
onde nós atuamos com outras instituições e que engrandece muito, não só o nome
da Polícia Militar, mas também do Batalhão de Choque.
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