terça-feira, 17 de agosto de 2021

Presidente do DC Mossoró concede entrevista e fala sobre mudanças na legislação eleitoral

 

O médico Daniel Sampaio conversou também sobre sua possível ou não candidatura a deputado do RN nesta próxima eleição


Nosso 9º entrevistado da série de entrevistas 2021 é o presidente do Partido Democracia Cristã em Mossoró/RN, Daniel Sampaio, que conversou sobre diversos temas, como o papel do DC, mudanças na legislação eleitoral, expectativas para as eleições de 2022, entre outros assuntos.

Confira a entrevista na íntegra.

Aos 46 anos, casado, Daniel Lima Sampaio

é Médico Psiquiatra, formado na UFRN e atualmente é presidente do Partido Democracia Cristã em Mossoró/RN.

 

JORNAL CLARIM NATAL - O que despertou o gosto pela sua militância? 

DR DANIEL SAMPAIO - Foi a indignação com os diversos escândalos e a péssima qualidade da administração pública que a gente percebia no Brasil e no nosso estado Rio Grande do Norte e desde 2012 participo das movimentações de rua em Natal, Mossoró, Caicó, em diversas cidades do estado. Sempre com este objetivo de não cruzar os braços, de não aceitar os escândalos de corrupção e a má administração pública, notadamente observada nos partidos de esquerda, especialmente no PT, mas que de uma maneira geral todos os partidos de esquerda demonstraram isso, que não têm capacidade para administrar. 

 

JCN – Qual o papel do partido Democracia Cristã na sociedade mossoroense?

DR DANIEL SAMPAIO – O papel do nosso partido Democracia Cristã na sociedade mossoroense é justamente de termos uma opção de um partido de direita, conservadora e cristã, tendo em vista que infelizmente a cidade de Mossoró se desenvolveu muito pouco.

Nós vemos um grande desemprego, não vemos boas perspectivas de atrair empresas de crescimento para Mossoró.  Na verdade, existe uma perspectiva de uma retração da economia com a saída da Petrobrás. Mas nada foi colocado para substituir porque parece não haver interesse da classe política mossoroense e isso a gente ver no restante do estado em gerar emprego, em atrair investimentos.

É muito fácil observar que existe uma tendência muito grande de valorização,  apenas de empregos da Prefeitura,  do estado, como forma de distribuição de cargos para manter uma base política e isso não está funcionando, a gente vê o resultado disso, o nosso Rio Grande do Norte é o segundo estado mais pobre do Brasil. Então,  temos uma administração de esquerda a nível estadual e várias prefeituras também. A esquerda, mesmo demonstrando que não consegue atrair investimentos, gerar desenvolvimento, porque a igualdade social que a esquerda prega vem após o desenvolvimento. Não há igualdade social sem desenvolvimento.

JCN – Sobre mudanças nas regras eleitorais, inclusive para o ano que vem. Qual sua opinião sobre cada um dos temas a seguir?

Voto impresso - Forma de Eleição -   Leis eleitorais - Fundo Partidário - Afrouxamento de punição pelo mau uso de verbas públicas

DR DANIEL SAMPAIO - Em relação às MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL, toda mudança que traz uma melhora é válida. A legislação eleitoral vem trazendo mudanças muito frequentes. Então, isso torna a eleição um pouco confusa para o eleitor, para os próprios partidos, para os candidatos.  Espero que essa nova mudança traga um aperfeiçoamento para o processo eleitoral.  Agora uma das mudanças, inclusive que estivemos nas manifestações do dia 1° de agosto seria a questão do voto impresso.

 

VOTO IMPRESSO - O Democracia Cristã é favorável ao voto impresso.  A gente tem uma garantia de que a democracia realmente foi exercida e as pessoas realmente escolheram os candidatos que foram eleitos. A fraude é possível, não sei se aconteceu porque já vimos isso nas redes sociais e nas mídias. É uma pena que isso já não tenha sido aprovado e é uma pena o AFROUXAMENTO das prisões, das PUNIÇÕES em relação às pessoas envolvidas em escândalos de corrupção. 

É uma pena que as questões do envolvimento em escândalos de corrupção, de má administração do dinheiro público não estejam sendo punidas corretamente.  Isso cria a impressão que tudo pode.

Acreditamos que o processo eleitoral seria bem mais claro se pudesse ser feito uma auditoria. Quem tem medo de auditoria realmente não quer o VOTO IMPRESSO. Então, a gente fica observando com uma certa suspeita, alguns setores da sociedade, alguns partidos políticos, alguns políticos tradicionais não querem o voto impresso.  Então, causa estranhamento realmente você não observar uma vontade de trazer uma clareza para a eleição, já que em várias situações vistas inclusive na mídia, nas redes sociais pessoas da área da informática conseguem invadir as urnas eletrônicas e mudar o resultado da eleição.  Isso já foi visto, já é ponto passivo, de entendimento comum, não há o que questionar que o sistema é falho. Então, não há motivos para não querermos a auditoria, a correção de uma possível falha através do voto impresso. Como nós estamos alinhados com o presidente Jair Bolsonaro defendemos isso mais uma vez nas movimentações de rua a qual estive presente em Mossoró. Acho que essa deveria ser sim uma mudança a ser incrementada nessa eleição de 2022.

 

FUNDO ELEITORAL- Uma que não deveria acontecer, a qual eu sou contra é o aumento do fundo eleitoral.  Já existe um valor muito significativo e não há justificativa em quase triplicar. Lembrando que esse valor é pago pelo contribuinte, pelo eleitor.  O eleitor vai ter que financiar as campanhas eleitorais.  Essa regra não deveria mudar, deveria permanecer o valor atual.

 

JCN – O Voto distritão, cláusula de barreira e coligação eleitoral são temas que devem ser discutidos na proposta de reforma política. Qual sua opinião sobre o assunto? 

DR DANIEL SAMPAIO - O Voto distritão, cláusula de barreira são questões importantes, tendo em vista que um processo que está sendo observado é a multiplicação de partidos políticos. No Estados Unidos só possui dois partidos e no Brasil temos dezenas de partidos e outras dezenas na intenção de serem criados. A cláusula de barreira é importante, a questão do distritão ou de outra forma que possa haver uma coligação é também importante para que limite a quantidade de partidos políticos.

A quantidade de partidos políticos teoricamente deveria se restringir ao alinhamento político, seja de esquerda, direita ou de centro. Espero que essas mudanças, seja o distritão ou outra maneira em que as coligações venham ocorrer tragam uma diminuição na quantidade de partidos políticos e que tenham um alinhamento e possam fazer suas coligações não objetivando apenas o resultado político,  mas tentando fazer também um alinhamento de uma ideologia política para dar algum sentido ao processo eleitoral, que não seja apenas a manutenção de velhas raposas na política,  mas de ideias políticas com alinhamento político ideológico venham a prevalecer, o que traz sentido a denominação de um partido político.

 

JCN – Pelo distritão, são eleitos os candidatos mais votados individualmente, desconsiderando-se os votos nas siglas.

Especialistas entendem que o modelo enfraquece a representatividade dos partidos e favorece a eleição de "celebridades". Qual a sua opinião? 

DR DANIEL SAMPAIO - Nesse aspecto, o distritão realmente enfraquece a representatividade dos partidos políticos,  o que não é o ideal, porque o partido político não é a representação de uma pessoa, é a representação de uma ideologia, um posicionamento político, ao qual o eleitor se identifica,  acha que aquilo é o melhor, o mais coerente para a sociedade,  então elege um representante daquele entendimento político. 

O enfraquecimento dos partidos políticos realmente traria um prejuízo, pois não haveria nenhum tipo de controle após a eleição sobre o candidato eleito, esse poderia se autodeclarar de direita e após ser eleito começar a ter um comportamento comunista, de esquerda,  e o partido político tem essa finalidade também de manter a coerência a qual os candidatos se apresentaram durante o processo eleitoral. 


JCN – O que dizer sobre Fidelidade partidária e mandatos coletivos?

DR DANIEL SAMPAIO - A questão da fidelidade partidária concordo que quando você faz uma coligação não seja de ocasião e que se for feita uma coligação entre dois ou mais partidos deve durar 4 anos ou até mais para que a questão das coligações partidárias não assumam um caráter pontual, de ocasião. Já que os partidos políticos têm esse propósito de defender um alinhamento político,  seja ele qual for seria mais coerente que quando dois partidos ou mais fazem uma coligação ela tenha um sentido de ambas se fortalecerem, então não haveria uma justificativa para uma coligação durar apenas 45 dias, que é o período agora do processo eleitoral. Então acho que as coligações devem existir enquanto existirem essa grande quantidade de partidos, mas que essas coligações teriam que por obrigação serem feitas por partidos que tenham o mesmo alinhamento político e que deveriam ser mais duradouras. Isso iria fortalecer todos os partidos que fazem parte da coligação, que deveriam ter os mesmos direitos,  seja a questão do tempo de televisão, do recurso do fundo eleitoral, mas também deveriam ter as mesmas obrigações que é principalmente a gente ter a defesa de uma ideologia política em conjunto.  

 

JCN – O senhor pretende concorrer a algum cargo nesta próxima eleição? Se sim, por que?

DR DANIEL SAMPAIO - É possível que eu seja um pré-candidato a deputado, seja estadual, hoje sou suplente de deputado estadual. E é possível que eu seja um pré-candidato a deputado federal. Essa é a maneira como eu acho que posso contribuir, uma vez que tenho um alinhamento pessoal e ideológico de muitos anos com o presidente Jair Bolsonaro, ao qual tenho acesso pessoal.

Fui convidado inclusive a participar do Governo. Eu sou médico Psiquiatra e fui convidado para ser Secretário Nacional de Saúde Mental que é um cargo muito difícil, mas um desafio, um cargo muito importante que lida além das questões de saúde, lida com algumas questões políticas que entravam, dificultam o desenvolvimento de políticas públicas, onde as pessoas misturam a política com a ciência, a experimentação, com a prática médica e científica. 

Uma das coisas que ainda pensei em assumir o cargo seria justamente isso, trazer uma didática científica para a organização dos sistemas que cuidam da saúde mental nos seus mais diversos aspectos. Tirando essa questão da politização a qual a saúde mental foi infelizmente envolvida de uma forma muito danosa, onde a gente só teve como resultado o aumento do número de doentes mentais, inclusive os muito graves, o aumento do número de suicídios e de dependentes químicos. Isso tudo fruto de uma politização das políticas públicas que acontecia no passado em relação à saúde mental.

Não pude assumir por questões pessoais e familiares, mas fiquei muito satisfeito pela proximidade de ter esse reconhecimento por parte do Governo Federal e que essa proximidade seria muito proveitosa para o nosso estado o Rio Grande do Norte, que tem historicamente uma bancada federal muito fraca. Vamos tirar o exemplo do turismo que deveria ser uma grande fonte de renda para o nosso estado, mas está entregue às baratas.

O turismo do RN é uma verdadeira tragédia quando comparado com outros estados do Nordeste. 

Essa proximidade que tenho tanto ideológica quanto pessoal do presidente Jair Bolsonaro faria com que a função de deputado federal a gente pudesse ter retorno no dia a dia. A gente vê em vários outros aspectos, a bancada federal nunca se faz presente através de grandes decisões. A gente comprova isso na prática, o RN é o segundo estado mais pobre do Brasil.

Fui idealizador do Fórum de Oportunidades do Semi-árido que levou pra Mossoró vários empresários da fruticultura, inclusive o vice-presidente Hamilton Mourão.  Mesmo a gente sem mandato a gente conseguiu promover um evento que teve repercussão internacional. Acho que como deputado federal teríamos a oportunidade de multiplicar este tipo de ação para que o nosso estado saia da Idade Média. Então, estarei independente de concorrer ou não a algum cargo de deputado federal estarei sim ao lado do presidente Jair Bolsonaro como sempre estive. E acredito que como deputado federal poderia ter várias facilidades, através dessa proximidade que tenho com ele de trazer alguma resposta prática para esse verdadeiro fracasso que é a economia, o desenvolvimento do estado do RN. Não acredito que os eleitores estejam satisfeitos, que as pessoas vão perder mais 4 anos, comprometer o seu futuro e dos seus filhos e apostar nos mesmos candidatos 


JCN – Qual a principal bandeira, caso seja um possível pré-candidato? 

DR DANIEL SAMPAIO - A principal bandeira que defenderei se for pré-candidato a deputado federal será a do nosso partido a Democracia Cristã, onde sempre fui um representante de direita. E essa é a bandeira que defendo, um alinhamento de direita, conservadora, cristã e que pretende buscar investimentos, sejam eles a nível federal e investimentos privados.  Mostrar que o RN tem uma capacidade de desenvolvimento de energias renováveis.

 

JCN – Qual sua expectativa para as eleições de 2022?

DR DANIEL SAMPAIO - Minha expectativa é de que esse processo de mudança política, a saída das velhas raposas que nunca trouxeram nada de positivo. Acredito que essa questão da renovação vai se estender também no governo estadual.  Não vemos nenhuma perspectiva de melhora com os atuais políticos que estão aí nos representando. Acredito que uma parte da população quer mudança. É onde entra o Democracia Cristã. 

 

 


 


 

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