quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Entrevista Exclusiva com Delegada Geral de Polícia Civil Ana Cláudia Saraiva


 

A Delegada Geral de Polícia Civil  (DEGEPOL) do Estado do Rio Grande do Norte, Ana Cláudia Saraiva Gomes é cearense e Bacharel em Direito. Ao terminar a faculdade, passou no concurso para Promotora em Alagoas e para delegada no Rio Grande do Norte. Há 22 anos é delegada de polícia.

Confira a entrevista completa!

 

JORNAL CLARIM NATAL - Em linhas gerais como está a segurança pública no RN, no que tange a integração das polícias militar, Civil, Rodoviária Estadual, Rodoviária Federal e guardas municipais?

DELEGADA ANA CLÁUDIA - Trabalhamos de forma operacional integrada e mediante um trabalho em equipe que favorece a redução da criminalidade, com cada instituição agindo conforme suas atribuições previstas em lei. A Polícia Civil tem dado sua contribuição com o trabalho de investigação criminal, que somado à atuação ostensiva das instituições que integram o quadro de segurança, tem ajudado a combater o crime de forma mais efetiva.

 

JCN – Como está sendo trabalhado a questão da criminalidade e o tráfico de drogas com vistas a minorar essa crescente demanda no Estado?

DELEGADA ANA CLÁUDIA - As Delegacias Especializadas em Narcóticos (DENARC) de Natal e Mossoró têm feito constantes apreensões e prisões, com números estatísticos que comprovam o excelente trabalho das equipes especializadas no combate a esse tipo de crime. A DENARC Natal, mesmo as restrições impostas pela pandemia, apreendeu 380kg de drogas e prendeu 84 pessoas, de janeiro a agosto de 2020. Além disso, as delegacias municipais também têm atuado firmemente no enfrentamento ao tráfico de drogas, com diversas operações na região metropolitana e no interior do Estado.

 

JCN - A senhora não acha que tanto deputados, quanto vereadores, deveriam contribuir mais para erradicar o tráfico de drogas e a criminalidade de formas gerais, no nosso Estado?

DELEGADA ANA CLÁUDIA - Acho que todas as autoridades públicas, cada uma na sua esfera de competência, deveriam analisar e encarar o combate ao tráfico de drogas não só como o problema de segurança, mas como um grave problema de saúde pública e também como um reflexo da necessidade de mais políticas públicas na área da educação, trabalho, moradia, etc. As ações efetivas nessas áreas, cujas deficiências favorecem o crime, precisam ser constantemente adotadas pelos governos.

 

JCN - Estamos observando o crescente números de casos de pessoas desaparecidas misteriosamente e depois aparecem só os cadáveres. Exemplo: o motorista de Uber, os rapazes do Bairro Guarapes e outros. Como a polícia civil pode fazer para, preventivamente, evitar essa prática?

DELEGADA ANA CLÁUDIA - Para favorecer as investigações desses casos de desaparecimentos, transferimos a atribuição da Delegacia Especializada em Capturas (Decap), para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi criado o Núcleo de Investigação sobre Pessoas Desaparecidas (NIPD). Esta medida irá favorecer as investigações, tanto no que tange a otimização de meios, quanto a conveniência de tais investigações serem feitas no âmbito de uma unidade especializada em proteção à pessoa.

 

JCN - Qual o maior desafio da Polícia Civil?

DELEGADA ANA CLÁUDIA - O maior desafio da Polícia Civil é fazer mais com menos, vez que a demanda de trabalho aumenta a cada dia e nossos recursos materiais e humanos são insuficientes para as demandas diárias.

 

JCN - Por fim, deixe-nos uma mensagem enquanto cidadã e servidora da segurança pública no RN

DELEGADA ANA CLÁUDIA - Aos servidores da segurança deixo a mensagem de agradecimento e estímulo; que cumpramos o nosso dever mesmo diante de tantos desafios e dificuldades, porque a sociedade precisa do nosso trabalho e existimos para servi-la. Aos cidadãos de um modo geral, que cada um faça sua parte respeitando as leis e colaborando da forma que lhe for possível para promoção da paz social.

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