A
Delegada Geral de Polícia Civil (DEGEPOL) do Estado do Rio Grande do Norte, Ana Cláudia Saraiva Gomes é cearense e Bacharel em Direito.
Ao terminar a faculdade, passou no concurso para Promotora em Alagoas e para
delegada no Rio Grande do Norte. Há 22 anos é delegada de polícia.
Confira
a entrevista completa!
JORNAL CLARIM
NATAL - Em linhas gerais
como está a segurança pública no RN, no que tange a integração das polícias
militar, Civil, Rodoviária Estadual, Rodoviária Federal e guardas municipais?
DELEGADA ANA CLÁUDIA - Trabalhamos
de forma operacional integrada e mediante um trabalho em equipe que favorece a
redução da criminalidade, com cada instituição agindo conforme suas atribuições
previstas em lei. A Polícia Civil tem dado sua contribuição com o trabalho de
investigação criminal, que somado à atuação ostensiva das instituições que
integram o quadro de segurança, tem ajudado a combater o crime de forma mais
efetiva.
JCN – Como está sendo trabalhado a
questão da criminalidade e o tráfico de drogas com vistas a minorar essa
crescente demanda no Estado?
DELEGADA ANA CLÁUDIA - As
Delegacias Especializadas em Narcóticos (DENARC) de Natal e Mossoró têm feito
constantes apreensões e prisões, com números estatísticos que comprovam o
excelente trabalho das equipes especializadas no combate a esse tipo de crime.
A DENARC Natal, mesmo as restrições impostas pela pandemia, apreendeu 380kg de
drogas e prendeu 84 pessoas, de janeiro a agosto de 2020. Além disso, as
delegacias municipais também têm atuado firmemente no enfrentamento ao tráfico
de drogas, com diversas operações na região metropolitana e no interior do
Estado.
JCN - A senhora não acha que tanto
deputados, quanto vereadores, deveriam contribuir mais para erradicar o tráfico
de drogas e a criminalidade de formas gerais, no nosso Estado?
DELEGADA ANA CLÁUDIA - Acho
que todas as autoridades públicas, cada uma na sua esfera de competência,
deveriam analisar e encarar o combate ao tráfico de drogas não só como o
problema de segurança, mas como um grave problema de saúde pública e também
como um reflexo da necessidade de mais políticas públicas na área da educação,
trabalho, moradia, etc. As ações efetivas nessas áreas, cujas deficiências
favorecem o crime, precisam ser constantemente adotadas pelos governos.
JCN - Estamos observando o
crescente números de casos de pessoas desaparecidas misteriosamente e depois
aparecem só os cadáveres. Exemplo: o motorista de Uber, os rapazes do Bairro
Guarapes e outros. Como a polícia civil pode fazer para, preventivamente,
evitar essa prática?
DELEGADA ANA CLÁUDIA - Para
favorecer as investigações desses casos de desaparecimentos, transferimos a
atribuição da Delegacia Especializada em Capturas (Decap), para a Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi criado o Núcleo de Investigação
sobre Pessoas Desaparecidas (NIPD). Esta medida irá favorecer as investigações,
tanto no que tange a otimização de meios, quanto a conveniência de tais
investigações serem feitas no âmbito de uma unidade especializada em proteção à
pessoa.
JCN - Qual
o maior desafio da Polícia Civil?
DELEGADA ANA CLÁUDIA - O
maior desafio da Polícia Civil é fazer mais com menos, vez que a demanda de
trabalho aumenta a cada dia e nossos recursos materiais e humanos são
insuficientes para as demandas diárias.
JCN - Por fim, deixe-nos
uma mensagem enquanto cidadã e servidora da segurança pública no RN
DELEGADA ANA CLÁUDIA - Aos
servidores da segurança deixo a mensagem de agradecimento e estímulo; que
cumpramos o nosso dever mesmo diante de tantos desafios e dificuldades, porque
a sociedade precisa do nosso trabalho e existimos para servi-la. Aos cidadãos
de um modo geral, que cada um faça sua parte respeitando as leis e colaborando
da forma que lhe for possível para promoção da paz social.
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