Comandante Geral da PM/RN Coronel Alarico concede Entrevista e fala sobre Segurança Pública

 

O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, Coronel Alarico José Pessoa Azevedo Júnior natural de Recife/PE tem 29 anos de corporação. Foi incorporado na Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte em 1991. Possui o Curso de Formação de Oficiais na Academia da Polícia Militar de Paudalho, em Pernambuco, e declarado Aspirante a oficial em 1989. Foi promovido ao posto de Coronel PM em 2017.

O Coronel Alarico também possui Curso de Licenciatura em Administração Superior de Carabineros do Chile e Graduado em Ciências Policiais pela Academia de Ciências Policiais dos Carabineiros do Chile.

Confira a entrevista completa!

 

JORNAL CLARIM NATAL - Em linhas gerais como está a segurança pública no RN, no que tange a integração das polícias, Militar, Civil, Rodoviária Estadual, Rodoviária Federal e guardas municipais?

CORONEL ALARICO - Aqui no Rio Grande do Norte temos uma integração muito boa com o demais órgãos de segurança estaduais (Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e ITEP), além dos os órgãos da União (Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal) e do Município (Guarda municipal) além da cooperação com as Forças Armadas, no que tange ao serviço de Inteligência. Tudo isso favorece à diminuição dos índices de criminalidade. Esse trabalho conjunto nos ajuda a sempre estar em locais onde há realmente a necessidade da utilização do policiamento. Quando assumi o comando da Polícia Militar em janeiro do ano passado, figurávamos como um dos estados mais violentos do País e fechamos o ano como o terceiro estado que mais reduziu os índices de criminalidade. Então, pra gente é muito bom, importante e muito saudável essa integração.

 

JCN – Como está sendo trabalhado a questão da criminalidade e o tráfico de drogas com vistas a minorar essa crescente demanda no Estado?

CORONEL ALARICO - Quanto à questão da criminalidade e o tráfico de drogas é importante o trabalho de Inteligência, mapeamento e estatística pra que possamos empregar o policiamento no lugar onde é necessário. Trabalhamos com ostensividade, através de patrulhamento e barreiras policiais. As informações que são geradas através da coordenadoria de Estatística e Análises Criminais, da Secretaria de Segurança, nos ajudam a trabalhar nos locais onde está havendo uma onda crescente do consumo e tráfico de droga aqui no nosso estado. O trabalho excepcional da Polícia Civil e Polícia Federal que vêm fazendo as investigações, gerando grandes apreensões de drogas e retirando e encaminhando os infratores para o Sistema Penitenciário.

JCN - O Senhor acha que para combater a violência e criminalidade, bastam viaturas e policiais fortemente armados?

CORONEL ALARICO - As aquisições de novas viaturas e armamentos modernos são muito importantes para o enfrentamento a criminalidade. Vale ressaltar que o trabalho de Inteligência e o contato direto com a população, ajuda no mapeamento dos locais críticos, sendo muito importante pra redução da criminalidade. A viatura é importante para que possamos realizar o patrulhamento de forma mais eficiente, atingindo um maior raio de atuação. O armamento é uma ferramenta importante para que os policiais militares possam se proteger e proteger a sociedade. Hoje em dia, os infratores estão fortemente armados e agem de forma muito agressiva, daí a necessidade de estarmos equipados com que há de mais moderno no mundo. Ressalto que a proximidade com a população é essencial.

 

JCN - E o que o senhor tem a dizer acerca da política de polícia comunitária? Como fazer acontecer de verdade?

CORONEL ALARICO - A Polícia Comunitária é praticada tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. Para que seja praticada efetivamente, precisamos de um efetivo maior, para que possamos ocupar as bases Comunitárias existentes em alguns bairros de Natal e em outros municípios do estado. Mesmo sem um efetivo adequado, as viaturas que trabalham nos bairros e nas áreas residenciais têm esse papel de estar se comunicando e interagindo com a população, recebendo as demandas para melhor planejar o emprego do policiamento. Esse trabalho de proximidade ajuda bastante.

JCN - O efetivo de policiais no RN é suficiente para a demanda?

CORONEL ALARICO - O efetivo nunca é suficiente em nenhuma polícia do mundo. Falar da nossa deficiência em relação ao efetivo, fortalece as ações dos infratores. Precisamos de mais efetivo para melhor atender as demandas, mas com o efetivo que temos hoje e com um incremento das diárias operacionais, autorizadas pela Governadora do Estado, Professora Fátima Bezerra, e conseguimos duplicar e triplicar o nosso efetivo nas ruas. Estamos atuando em várias frentes, como na Pandemia do Coranavírus, com a efetivação da operação Pacto pela Vida. Esse reforço no policiamento fez com que diminuísse a criminalidade no estado.

JCN - A população, principalmente a da Zona Norte de Natal, está insatisfeita com o tratamento desigual que vem sendo dispensado a região, tendo em vista que o efetivo de policiais em serviço é infinitamente menor na região norte em relação com as outras regiões de Natal. O que o senhor tem a informar nesse sentido?

CORONEL ALARICO - O nosso efetivo está distribuído em todas as zonas administrativas de Natal. A Zona Norte é uma zona administrativa com uma população quase igual a de uma cidade. Realmente temos uma deficiência lá de efetivo, como também em todas as outras áreas. Mas, reforçamos com um efetivo extra, através das diárias Operacionais além do emprego das unidades especializadas sediadas na Zona Norte (o Regimento de Cavalaria e o Batalhão de Operações Policias Especiais), além do Batalhão de Choque e da ROCAM.

JCN - Estamos observando o crescente número de casos de pessoas desaparecidas misteriosamente e depois aparecem só os cadáveres. Exemplo: o motorista de Uber, os rapazes do Bairro Guarapes e outros. Como a polícia está trabalhando para, preventivamente, evitar essa prática?

CORONEL ALARICO - São ocorrências que quando tomamos conhecimento, imediatamente iniciamos imediatamente as buscas e as investigações são realizadas Polícia Civil tentar localizar; é uma modalidade, hoje dos marginais de levar as pessoas para que possam sacar dinheiro no banco, buscar materiais em suas residências, esse tipo de ocorrência temos algumas, mas não é uma coisa crescente, aconteceram algumas ocorrências e estamos acompanhando, algumas, infelizmente chegaram ao desfecho em que o indivíduo chegou a óbito, mas estão sendo investigados pela Polícia Civil.

JCN - Por fim, deixe-nos uma mensagem enquanto cidadão e servidor da segurança pública no RN.

CORONEL ALARICO - Minha mensagem é que a Polícia Militar está à disposição da população para servir e proteger. Todos os nossos quartéis estão abertos a sociedade para receber as demandas, objetivando melhorar a segurança do nosso estado. Nosso objetivo é trazer a população mais próxima da Polícia Militar.