Nacional
Na
reunião do Fórum de Governadores dos estados brasileiros em Brasília, na manhã
desta quarta-feira, 08, com o presidente da República Jair Bolsonaro, o
presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia e o ministro chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni a governadora
Fátima Bezerra entregou a proposta de emenda constitucional - PEC que cria o
novo Fundeb.
“O
presidente do Senado acolheu nossa proposta e junto com o senador Randolfe
Rodrigues já deu entrada para a tramitação. A proposta vai tornar o Fundeb uma
política pública permanente. E vai ampliar a participação financeira da União
junto aos estados e municípios. No primeiro ano de vigência, a participação
financeira atual da União aumenta de 10% para 20%, e no prazo dos dez anos seguintes
aumenta progressivamente 2% ao ano, até chegar a 40%”, explica Fátima Bezerra,
autora da PEC.
Em
relação às demais reivindicações dos governadores, a chamada pauta federativa,
o governo federal outra vez adiou a tomada de posição. “Infelizmente não houve
uma resposta concreta às nossas reivindicações. Mais uma vez o governo
protelou. Mais uma reunião que a gente sai sem resposta à pauta de interesse
dos estados brasileiros. O governo federal disse apenas que irá se pronunciar
na próxima semana”, informou a governadora do RN.
Fátima
Bezerra considerou “inaceitável” que o governo federal queira condicionar o
atendimento aos pleitos à aprovação da reforma da Previdência. Os estados
enfrentam problemas que exigem medidas urgentes. A reforma da Previdência
precisa ser amplamente discutida. Tem pontos que precisam mudar, como a redução
do Benefício de Prestação Continuada e a retirada da Previdência da
Constituição. “Não dá para ficar nessa espécie da toma-lá-dá-cá. Isso não é
sensato, não é republicano, afronta o pacto federativo e torna os governadores
totalmente reféns do andamento da reforma da Previdência”, afirmou Fátima.
A
governadora também registra o fato de o governo federal não ter ainda
apresentado a proposta da criação de uma linha de crédito para atender os
estados com pequenas dívidas, o chamado Plano Mansueto. “Este assunto já foi
pauta de outras reuniões com o governo federal, que prometeu apresentar a
proposta, mas não fez”, lembrou.
Outro
pleito que o governo federal vem adiando é sobre o envio ao Legislativo da
proposta que autoriza o repasse aos estados dos recursos provenientes de cessão
onerosa/bônus de assinatura da exploração petróleo no Pré Sal. “Isto não se
justifica, a proposta está pronta e precisa apenas ser enviada para votação. O
Executivo tem que tomar uma posição. Não pode ficar protelando indefinidamente
porque os pleitos são de interesse estratégico para os estados”, concluiu
Fátima Bezerra.
REIVINDICAÇÕES
DOS GOVERNADORES
CARTA
DO FÓRUM DE GOVERNADORES AOS CHEFES DO PODER EXECUTIVO E LEGISLATIVO
Os
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, considerando a necessidade de
assegurar a estabilidade financeira dos Entes Federados, visando a promoção do
desenvolvimento social em todas as regiões do Brasil, decidem:
1)
Reivindicar
a implementação imediata pelo Governo Federal de um plano abrangente e
sustentável eu restabeleça o equilíbrio fiscal dos Estados e do Distrito
Federal, a exemplo do já do já aventado Plano Mansueto;
2)
2)
Reiterar a importância fundamental de assegurar aos Estados e ao Distrito
Federal a devida compensação pelas perdas na arrecadação tributária decorrente
da desoneração de exportações, matéria regulamentada na “Lei Kandir”;
3)
Defender
a instituição de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb permanente e dotado de
status constitucional, que atenda às reais necessidade da população brasileira
no tocando à educação;
4)
Pleitear
a regularização adequada da “securitização” de créditos dos Estados e do
Distrito Federal, visando ao fortalecimento das finanças desses Entes Federados;
5)
Requerer
a garantia de repasses federais dos recursos provenientes de cessão
onerosa/bônus de assinatura aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
6)
Apoiar
o avanço urgente da Proposta de Emenda à Constituição nº 51/2019, que “altera o
art. 159 da Constituição para aumentar para 26% (vinte e seis por cento) a
parcela do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados destinada ao Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências”.
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