sábado, 3 de dezembro de 2016

“Nossa proposta é invadir a Zona Norte com a Cultura Popular”, palavras de Ricardo Buyu, coordenador da Casa das Palavras

Edward Rocha, Ricardo Buyu e Jeferson Andrade
No dia 07 de Novembro (segunda-feira) o Programa das Comunidades na rádio 87.9 FM Litoral Norte contou com a participação do coordenador de Articulação das Escolas do Projeto A Casa das Palavras Ricardo Buyu.

A Casa das Palavras

A Casa das Palavras é um projeto itinerante e navegante em sonhos culturais, que percorre os municípios do RN, levando arte e encantamento as pessoas.

O projeto iniciou em 2014, sendo realizado nas cidades de Assú e Pau dos Ferros.

A Casa das Palavras oferece à população uma programação lúdica voltada para a cultura potiguar, com oficinas de coral, xilogravura, cordel, contação de histórias, mamulengo, teatro, além de encontros e palestras com autores, lançamento de livros e apresentações artísticas. A ideia é integrar as pessoas e as várias manifestações.

Morador do Sítio Pajuçara há quatro anos Ricardo Buyu tem sua origem em Mãe Luiza, onde possui toda uma história cultural, através do teatro, recreação, sempre dentro da área educativa e da leitura. É responsável pela Casa das Palavras “que é um projeto coordenado da Lei de Cultura do Município e Estado, patrocinado pela Cosern, Arena das Dunas, Unimed e Oi, que é um projeto de incentivo à Cultura Djalma Maranhão e da Lei Câmara Cascudo. Nesse ano de 2016 veio a proposta: Como implantar esse projeto na Zona Norte?”, falou Buyu.

Confira a entrevista na íntegra:


Ricardo Buyu – O projeto A Casa das Palavras é plantar uma casa, que não é para morar, mas que abra, tire um livro, leve e deixe outro. É uma troca, um escambo cultural.

Jeferson Andrade – A Casa das Palavras é um projeto itinerante que percorre os municípios do RN, levando arte e encantamento às pessoas. Qual o objetivo da Casa das Palavras e como funciona o projeto?

Ricardo Buyu – No RN o projeto foi feito, fazendo uma caravana cultural. Chegava no município fazia as atividades culturais, dança, teatro, música, tudo o que tinha na comunidade, oficinas e plantávamos uma casa. Em Natal hoje a casa existe em Neópolis, Cidade da Criança e Parque das Dunas (Bosque dos Namorados), parques estaduais. Mas vamos ter a partir deste mês de Dezembro no Conjunto Parque das Dunas na Zona Norte, na Escola Maria Alexandrina Sampaio. O projeto não tinha ainda em Natal. Ele era um projeto a nível estadual.

Jeferson Andrade - Desde quando existe a Casa das Palavras?

Buyu – Desde 2015. Entrei em 2016. A gente vai articular o projeto em 10 comunidades em Natal. Dez Casas em dez comunidades.

Jeferson Andrade - Por quantas cidades do Rio Grande do Norte o projeto já passou?

Buyu – Foram 14 cidades do Rio Grande do Norte

Edward Andrade – Casa das Palavras, luz, cultura, movimento. É um projeto navegante que percorre os municípios do RN: Macaíba, Ceará Mirim, Natal, São Paulo do Potengi, Currais Novos e Angicos. “Pegue um livro e deixe outro”. É uma troca de sabedoria, de interesses, de que?

Buyu – É escambo (intercâmbio) mesmo. Lá nas antigas,“Se escambo é troca eu também quero trocar...O teatro é popular... Eu troco aqui tu troca lá... ” (música). A proposta da Casa é a gente trocar o livro, eu deixo um livro e levo outro. A casa é aberta para a comunidade.

Jeferson Andrade - Na Zona Norte a Casa das Palavras já visitou a Escola Professora Maria Alexandrina Sampaio no Parque das Dunas. Como as crianças receberam a chegada do projeto?

Buyu – Também na Nossa Senhora dos Navegantes. Entregamos trinta exemplares de livros dos autores potiguares. Estaremos levando agora os autores. Nesse primeiro momento a escola recebe esse material dentro da sua biblioteca e vão ter seis autores para as crianças pesquisarem. Virá agora, dia 09, Antônio Francisco (autor) estará na escola Nossa Senhora dos Navegantes conversando com as crianças. Temos a Roda de Autores. Não é só livro, é o autor. Porque antigamente tinha, Machado de Assis; quem danado é Machado de Assis? Morreu e nem conheço ele. A nossa proposta é diferente. É o autor potiguar.
Edward Andrade – E essa troca de livros não deixa de ser uma troca de conhecimentos, saber quem é quem.

Buyu – Essa troca é “Conversando com o Autor”.

Jeferson Andrade - As comunidades podem solicitar o projeto ou apenas vocês visitam escolas?

Buyu – A princípio, no projeto escolhemos a Zona Norte, porque tinha que ser dez escolas do município; são 146. Você tem um projeto contemplado com 146, a gente escolheu duas escolas da Zona Norte: Nossa Senhora dos Navegantes, já tinha uma história de atividade literária há mais de dez anos. São dez escolas em Natal.

Jeferson Andrade - Quais outros locais em Natal projeto itinerante já passou?

Buyu – Estamos com quatro. Escola Antônio Campos, Santos Reis, Maria Alexandrina Sampaio e Nossa Senhora dos Navegantes. São as quatro primeiras e Francisco Ferreira no quilômetro 6. Depois vamos para Ponta Negra, Planalto, Cidade da Esperança. Em 2017 a proposta é está em todos os municípios de Natal.

Edward Rocha – O projeto A Casa das Palavras tem a ver com a brinquedoteca?

Buyu – A Casa das Palavras faz parte do projeto FLIQ – Feira de Livros e Quadrinhos de Natal. Sentimos a necessidade porque só vinham autores de fora e não tinha nada do RN, a valorização da nossa terra. Trabalhamos na Casa com 16 autores potiguares que visitam as escolas.

Edward Rocha – Esse projeto, alguém pode solicitar para uma comunidade?

Buyu - Pode sim. Quem tiver interesse pode ligar para o número 3611-5304 e nas redes sociais facebook.com/casadaspalavras ou Ricardo Buyu também no facebook

Jeferson Andrade – Esse projeto é só nas escolas públicas?

Buyu – Nesse momento o projeto é para as escolas municipais. A editora tem um trabalho com as escolas particulares e esse projeto nosso é só com a rede pública porque é um trabalho totalmente social patrocinado pelo governo estadual e municipal.
Nossa proposta é invadir a Zona Norte com a Cultura Popular e a Cultura de Raiz.

Edward Rocha – Como é o projeto da Binquedoteca?

Buyu -  Binquedoteca, biblioteca, é muito parecido; É um local de organizar um espaço lúdico. A gente via a necessidade, no caso da minha comunidade, Sítio Pajuçara, as crianças estudam, mas não tinham espaço de brincar e a gente tinha uma brinquedoteca itinerante, e a gente levava atividade de recreação pra todos os locais. Então a gente montou um espaço, levava filme, onde a criança vai pegar seu brinquedo e vai brincar. Então hoje é um espaço onde você vai, brinca, pega o brinquedo e leva pra casa. Não doamos brinquedo. Nosso intuito é emprestar.

Edward Rocha – A criança vai, assiste o filme, brinca, vai pra casa e escolhe um brinquedo e pode levar pra casa, deixando ciente que no dia seguinte ela tem que levar o 
brinquedo de volta.

Buyu – O brinquedo não vai ser meu, ele é nosso, é de compartilhar, recreação, lúdico. É o compartilhamento do brincar. A brinquedoteca é a biblioteca também. É você trocar o livro por outro livro.
Edward Rocha – Como funciona a brinquedoteca?

Buyu – Estávamos na Cidade da Criança e estamos voltando com as atividades agora em Dezembro. Todos os sábados, e a cada sábado um filme.

Edward Rocha – A brinquedoteca é para todos da comunidade, ou de comunidades vizinhas? Tem um agendamento? Uma escola que queira levar uma turma para conhecer a brinquedoteca?

Buyu – Não fechamos com escolas por causa dos nossos horários. Em 2017 pensamos uma comunidade mais ativa.

Jeferson Andrade – Quem mais, além de você integra o projeto A Casa das Palavras?

Buyu – É coordenado por Rilder Medeiros, Osni Damásio (coordenador inicial), e na coordenação e articulação eu Buyu, que tem como apoios técnicos Ademilde Gonzaga e Diego Ventura.

Jeferson Andrade – Se alguém quiser doar livros, a Casa das Palavras recebe doação de livros?

Buyu – A partir da implantação da Casa as escolas vão fazer essa parte, porque não nosso processo. É das escolas junto com a articulação com a comunidade.

Direção e Produção: Jornalista Waldilene Farias


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