Foto: Divulgação Semul
Em seu segundo mês de funcionamento, o Projeto “Mulheres: mãos que constroem”, realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República em parceria com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semul), já contabiliza 11 turmas em funcionamento e cinco em fase inicial. Serão ao todo 48 turmas, cada uma com 15 mulheres interessadas em ingressar no mercado de trabalho da construção civil, o que totaliza 720. Nas aulas teóricas e práticas, elas aprendem os ofícios de eletricistas, encanadoras prediais, pintoras de obra e pedreiras de revestimento em argamassa e cerâmica.
As alunas se
enquadram em um mesmo perfil: são donas de casa com nível de escolaridade
básico e, em geral, são a principal fonte de renda da família, como Maria
Luzineide Lopes, 35, moradora do bairro de Felipe Camarão. Ela faz parte de uma
das primeiras turmas e se diz animada com as perspectivas que o curso pode
trazer para a vida dela. “Estamos aprendendo a construir casas, mas ainda
estamos nas aulas teóricas. Quero entrar no mercado da construção civil”,
planeja. Ela lembra que no início o marido e os filhos estranharam esses planos
de trabalhar em um mercado onde os homens são a maioria, mas garante que a
família já se acostumou com a ideia. “A gente tem que trabalhar junto com os
homens e se for preciso, competir com eles”, argumenta Luzineide.
São quatro horas de aula diárias, pela manhã ou à tarde. Para atender melhor à
demanda, funcionam em locais próximos de onde as mulheres moram, por isso, a
Semul conta com a parceria de associações e conselhos comunitários, onde as
aulas acontecem. Além disso, o projeto tem o apoio dos Centros de Referência da
Assistência Social (CRAS ) e da FCDL que oferece os instrutores para as aulas.
Elas estão acontecendo nos bairros de Nossa Senhora da Apresentação, Parque das
Dunas, Felipe Camarão, Quintas e na comunidade da África. As novas turmas estão
começando nas Quintas, Jiqui e Potengi.
O curso soma
três fases: a primeira é ministrada por educadores que tratam sobre gênero,
participação, organização, violência contra a mulher e inserção no mercado de
trabalho; na segunda os instrutores da Federação das Câmaras de Diretores
Lojistas (FCDL) abordam a teoria das áreas em que as mulheres vão atuar; e na
terceira fase, elas têm aulas práticas. Para a diretora do Departamento de
Enfrentamento da Violência contra a Mulher, Ana Cláudia Aguiar Mendes, “a ideia
é que elas trabalhem em obras da Prefeitura, de modo que essa nova mão de obra
possa ajudar a construir escolas em suas comunidades, por exemplo”.
De acordo com a
diretora, está sendo montado um diagnóstico – levantamento de viabilidade do
curso – sobre a inserção das mulheres no mercado e a expectativas delas.
“Percebemos que os empresários querem a mão de obra feminina para trabalhar no
acabamento das obras, pelo fato de elas serem mais caprichosa com os detalhes”,
observa Ana Cláudia, que completa: “nossa intenção é quebrar paradigmas,
construir uma outra cultura e, com esse projeto, estamos conseguindo
desmistificar esse novo papel da mulher no mercado de trabalho”, finaliza.
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