quinta-feira, 23 de maio de 2013

Padilha: médicos cubanos virão ao Brasil, apesar de notícia falsa na mídia

Alexandre Padilha desmentiu notícia veiculada na mídia conservadora
 Brasília
O diário conservador espanhol El Pais e o portal Terra, na internet, foram desmentidos nesta quarta-feira, de forma clássica, em uma nota do Ministério da Saúde. Os meios de comunicação ligados à direita, tanto na Europa quanto no Brasil, distorceram a frase do ministro  sobre médicos cubanos e causaram uma celeuma no Brasil. A notícia falsa gerou protestos nas redes sociais e foi encarada por importantes setores da esquerda brasileira como uma vitória do preconceito ideológico contra Cuba

A matéria foi publicada, originariamente, no Terra, depois repercutida no El Pais e, em seguida, por uma série de outros veículos satélites nos dois países. Todos afirmavam que o ministro Alexandre Padilha alterou o plano de o Brasil receber médicos cubanos e passou a dar preferência a países como Espanha e Portugal, cuja formação seria mais próxima à dos brasileiros. Segundo a notícia falsa, o ministro da Saúde teria dito que os médicos de Cuba e do 
Irã teriam tempo de formação não reconhecido no país.

Em nota, divulgada nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informa que Padilha referia-se apenas à Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), em Cuba. A frase dita pelo ministro e transcrita por sua assessoria, diferentemente do que informava o Terra e o El Pais, foi a seguinte:

“Descartamos buscar trazer médicos formados em universidades cujo tempo de formação não é reconhecida no próprio país, ou seja, não autoriza exercer medicina no próprio país. Um exemplo que acontece em Cuba, a Elam, ela tem um período de formação de quatro anos para programas internacionais e, depois, o estudante tem que continuar fazendo internatos, estágios em Cuba pra poder depois atuar em Cuba, então, nós descartamos qualquer política de atração de profissionais médicos que sejam formados em universidades cuja formação não autoriza atuar no próprio país, isso também já foi descartado”.

Padilha também teria recomendado aos municípios brasileiros que vão receber esses médicos, que lhes deem as condições adequadas para realização de um bom trabalho, algo que os médicos brasileiros alegam ser um dos motivos para não aceitarem trabalhar em alguns lugares.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “estuda as experiências de outros países para atração de médicos estrangeiros diante da dificuldade apresentada pelos prefeitos de contratar profissionais para trabalharem no interior e periferias de grandes cidades. Embora não exista definição sobre que modelo será adotado pelo Brasil, algumas possibilidades estão descartadas: a contratação de médicos de países cujo índice de profissionais é menor do que o do Brasil; a validação automática de diplomas; além disso, só serão atraídos profissionais formados em instituições de ensino autorizadas e reconhecidas por seus países de origem. Dessa forma, exclui-se, por exemplo, médicos da Bolívia e do Paraguai, devido ao baixo índice de médicos por habitante, e da faculdade Escuela Latinoamericana de Medicina de Cuba (Elam), cujo tempo de formação não é reconhecido no próprio país”.

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