Brasília
O diário conservador espanhol El Pais e o portal Terra,
na internet, foram desmentidos nesta quarta-feira, de forma clássica,
em uma nota do Ministério da Saúde. Os meios de comunicação ligados à
direita, tanto na Europa quanto no Brasil, distorceram a frase do
ministro sobre médicos cubanos e causaram uma celeuma no Brasil. A
notícia falsa gerou protestos nas redes sociais e foi encarada por
importantes setores da esquerda brasileira como uma vitória do
preconceito ideológico contra Cuba
A matéria foi publicada, originariamente, no Terra, depois repercutida no El Pais
e, em seguida, por uma série de outros veículos satélites nos dois
países. Todos afirmavam que o ministro Alexandre Padilha alterou o plano
de o Brasil receber médicos cubanos e passou a dar preferência a países
como Espanha e Portugal, cuja formação seria mais próxima à dos
brasileiros. Segundo a notícia falsa, o ministro da Saúde teria dito que
os médicos de Cuba e do
Irã teriam tempo de formação não reconhecido no
país.
Em nota, divulgada nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informa
que Padilha referia-se apenas à Escola Latino-Americana de Medicina
(Elam), em Cuba. A frase dita pelo ministro e transcrita por sua
assessoria, diferentemente do que informava o Terra e o El Pais, foi a seguinte:
“Descartamos buscar trazer médicos formados em universidades cujo
tempo de formação não é reconhecida no próprio país, ou seja, não
autoriza exercer medicina no próprio país. Um exemplo que acontece em
Cuba, a Elam, ela tem um período de formação de quatro anos para
programas internacionais e, depois, o estudante tem que continuar
fazendo internatos, estágios em Cuba pra poder depois atuar em Cuba,
então, nós descartamos qualquer política de atração de profissionais
médicos que sejam formados em universidades cuja formação não autoriza
atuar no próprio país, isso também já foi descartado”.
Padilha também teria recomendado aos municípios brasileiros que vão
receber esses médicos, que lhes deem as condições adequadas para
realização de um bom trabalho, algo que os médicos brasileiros alegam
ser um dos motivos para não aceitarem trabalhar em alguns lugares.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “estuda as experiências de
outros países para atração de médicos estrangeiros diante da dificuldade
apresentada pelos prefeitos de contratar profissionais para trabalharem
no interior e periferias de grandes cidades. Embora não exista
definição sobre que modelo será adotado pelo Brasil, algumas
possibilidades estão descartadas: a contratação de médicos de países
cujo índice de profissionais é menor do que o do Brasil; a validação
automática de diplomas; além disso, só serão atraídos profissionais
formados em instituições de ensino autorizadas e reconhecidas por seus
países de origem. Dessa forma, exclui-se, por exemplo, médicos da
Bolívia e do Paraguai, devido ao baixo índice de médicos por habitante, e
da faculdade Escuela Latinoamericana de Medicina de Cuba (Elam), cujo
tempo de formação não é reconhecido no próprio país”.
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