quinta-feira, 14 de agosto de 2025

No Ritmo das Bandas Marciais

 


O Jornal Clarim Natal prossegue nesta edição apresentando entrevistas com maestros de Bandas Marciais, Fanfarras e Orquestras.

Você irá conhecer as diversas Bandas, como espaços de inclusão social e aprendizagem da juventude, tanto musical quanto cidadã, seus regentes, e desafios.

Confira a entrevista com o Maestro Kaio Kennedy da Silva da Banda Marcial Onze de Abril da Cidade de Catolé do Rocha/Paraíba.


 Kaio Kennedy Vieira da Silva, 34 anos, nasceu em Catolé do Rocha/Paraíba, casado. Além de regente da Banda Marcial Onze de Abril da Cidade de Catolé do Rocha/Paraíba há 4 anos, é professor de música no Colégio Normal Francisca Mendes, escola, banda faz parte e também, professor de madeiras no Programa de Inclusão através da Música e das Artes - PRIMA.

 JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como chegou a ser Regente?

MAESTRO KAIO KENNEDY - No ano de 2019, iniciei minhas atividades como professor de música no Colégio Normal Francisca Mendes. Posteriormente, em 2022, recebi o convite para assumir a direção da banda.

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Qual a importância de estar à frente de uma Banda Marcial como Maestro?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Ao assumir a banda, compreendi que o trabalho vai além da dimensão musical. Trabalhar com crianças, jovens e adolescentes exige promover valores a sua formação, como a ética, responsabilidade e cidadania.

 

JCN - A Banda Marcial Onze de Abril da Cidade de Catolé do Rocha/Paraíba possui coreógrafo?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Sim, nossa corporação possuí uma coreógrafa, Júlia Santos.

 

Coreógrafa, Júlia Santos

JCN - A Banda Marcial Onze de Abril de Catolé do Rocha/Paraíba é composta por quantos membros? 

MAESTRO KAIO KENNEDY - A Banda Marcial Onze de Abril é conduzida por 3 membros: O regente (maestro), a coreografa e a coordenação escolar, possuindo 60 componentes.

 

JCN - Qual o diferencial da Banda Marcial Onze de Abril?

MAESTRO KAIO KENNEDY - A Banda Marcial Onze de Abril preza pela musicalização, pela disciplina cívica e pelo compromisso social. Firmamos nossa identidade enraizada na cultura local, promovendo a inclusão de jovens por meio da música, da expressão corporal e da vivência em grupo.

 



JCN - A Banda Marcial Onze de Abril já ganhou premiações? Quais?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Não. Até o presente momento, não participamos de campeonatos ou competições que haja premiações.

 JCN -- Qual é a sua grande vitória como regente? 

MAESTRO KAIO KENNEDY - Diante desta pequena trajetória enquanto regente da banda, uma vitória que tenho conquistado, é que através da música posso trazer diversos conhecimentos aos meus alunos da banda e assim conquistar o respeito e o reconhecimento de cada um deles.

 


JCN - As Bandas Marciais e Bandas de Música são espaços de inclusão social? Por quê? 

MAESTRO KAIO KENNEDY - Com certeza as bandas são espaços de inclusão social. Ao serem integrados na banda, os participantes passam a ser partes de um grupo coletivo, onde através das atividades musicais e de dança, os componentes desenvolveram não apenas habilidades técnicas, mas competências sociais, como o trabalho em equipe, disciplina e respeito.

JCN - Na realidade, qual o papel social das Bandas, Fanfarras e Orquestras?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Acredito que ao ofertamos o acesso ao ensino artístico coletivo, as bandas podem promover o desenvolvimento humano integral dos participantes, contribuindo com valores como disciplina, cooperação, empatia, senso de responsabilidade e respeito à diversidade.

 


JCN - Qual a atual situação das Bandas Marciais, de Música, Fanfarras e Filarmônicas com relação ao apoio do poder público?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Com relação ao apoio do poder público é um pouco contrastante, onde, alguns estados ou municípios não dispõem de iniciativas para a manutenção das corporações. Nossa banda, por exemplo, faz parte de uma escola de ensino privado, que conseguiu recursos através da PNAB para ajudar na manutenção da nossa corporação.

JCN - Você acha que onde existe o trabalho com jovens envolvidos com Bandas Marciais o cenário se transforma? Por que? 

MAESTRO KAIO KENNEDY - Com certeza. As Bandas Marciais, quando bem estruturadas e orientadas por uma proposta pedagógica sólida, tornam-se potentes agentes de mudança social, principalmente quando envolvem a juventude.

 





JCN - Quais os principais desafios para colocar uma Banda na rua, através de desfiles cívicos? 

MAESTRO KAIO KENNEDY - Acredito que um dos principais desafios enfrentados pelas bandas, está relacionado à estrutura e material, que de uma forma direta, está relacionado aos poucos recursos direcionado à cultura.

JCN - Algumas Bandas Marciais vêm desaparecendo. Você acredita que o motivo seria um reflexo da desvalorização da cultura local, bem como a ausência de atividades regulares de arte nas escolas, que inclui ensaios permanentes?

MAESTRO KAIO KENNEDY - Acredito que sim. Esses grupos sempre estiveram ligados ao ambiente escolar e, com a redução do espaço dedicado às artes, juntamente com a falta de incentivo à cultura regional, muitos jovens deixam de ter acesso a essas atividades.

Em Catolé do Rocha-PB, somos privilegiados por contar com uma bela tradição de bandas marciais, onde há uma grande procura por parte dos jovens. Dessa forma, conseguimos, apesar das nossas realidades, manter as bandas ativas. Atualmente, as bandas enfrentam algumas dificuldades, mas o fato de a maioria delas estar vinculada às escolas torna possível sua manutenção, pois não faltam eventos, e, considerando as condições financeiras de cada instituição, há viabilidade para sua continuidade.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário