quinta-feira, 11 de abril de 2024

JESUS, O FILHO DO HOMEM POR KHALIL GIBRAN


 Oziel Miranda

Coluna 

Nordeste do Nordeste

oziel_miranda@yahoo.com.br





 Gibran Khalil Gibran, nasceu em 06 de dezembro de 1883 em Bicharé, na montanha do Líbano, conhecido mais por causa do livro “O Profeta”, falece em 10 de abril de 1931 em Nova Iorque.

Fiquei extasiado com o livro “Jesus, o Filho do Homem”. Gibran nos apresenta 77 personagens, 77 vozes que vão dar forma e novas expectativas sobre Jesus. A cada fala dos personagens a curiosidade aumentava para saber o que o próximo tinha a contar.

Gibran procura sujeitos ocultos nos escritos do Novo Testamento como: um homem dos arredores de Jerusalém, Suzana de Nazaré uma vizinha de Maria, a mulher de Biblos, um ancião de Nazaré, Jefté de Cesaréia, um sapateiro de Jerusalém, Efraim de Jericó, Birbarah de Yammuni, Fúmia, a suma sacerdotisa  de Sidon, e tantos outros. Outros já são conhecidos nossos: João, Tiago filho de Zebedeu, Maria Madalena, Pedro, Lucas, Natanael, José de Arimatéia. 

A cada texto me sentia no teatro, onde as cortinas se abriam e entrava um personagem, dava o seu testemunho, depois a cortina se fechava, entrava outro personagem e assim sucessivamente.

Nesses encontros com Jesus havia amor, doçura, paz, mas também acusações, decepções e esperanças, cada um apresentava o seu Jesus humano.

Esses depoimentos que Khalil Gibran colhe são tentativas de responder às perguntas que todos nós carregamos em nossas vidas, em nossas peregrinações neste mundo.

Ele, o autor poeta, tem a necessidade de encontrar algo mais, algo que não foi dito, algo a acrescentar, é como o autor dissesse não me conformo com os quatro Evangelhos, quero mais respostas para as minhas angústias, para as minhas indagações, de certa maneira quando lemos os textos de Khalil nos sentimos representados em alguma dessas falas.

O último depoimento sobre Jesus vem do próprio Khalil Gibran com o título “Um homem do Líbano dezenove séculos depois”, é uma oração para os seus dias e para os nossos também, no seu texto interpreta o mundo em que viveu, ele encontra a mãe de Jesus no semblante de todas as mães “sua mão embala berços com meiguice, sua mão dobra mortalhas com ternura”, as Marias Madalenas, os judas ainda traindo, os Pedros negando, mas ainda assim deixariam ser crucificados por Ele, os Caifás e Anás julgando os culpados e inocentes dormindo em seus leitos sem peso na consciência, tantos Pilatos continuam  lavando as mãos hoje em dia.

 A cada frase de Khalil sentimos o pulsar da sua busca, a voz pausada em cada linha em reverência ao Filho do Homem, demonstra que Khalil Gibran depositava esperança no “Jesus, o Filho do Homem”, apesar da sua procura.

Para terminarmos essa reflexão, como diz Gibran “Teus amigos continuam conosco, para nosso consolo e nosso apoio. E também Teus inimigos, para nossa fortaleza e segurança”.

 

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