Nossa entrevistada da
série de entrevistas 2022 é Sheila Freitas, Delegada de Polícia Civil do Rio
Grande do Norte que conversou sobre o período eleitoral de 2022, o que
a levou a colocar seu nome à disposição de uma pré-candidatura nestas eleições,
seu
principal projeto, entre
outros assuntos.
Confira a entrevista na íntegra.
Sheila
Maria Freitas de Souza Fernandes e Melo, casada, três filhos e duas enteadas, e natural de Natal. É Bacharel em
Direito pela UFRN e sua profissão é Delegada de
Polícia Civil Aposentada e Advogada
Iniciou sua carreira de Delegada em 2000, na Delegacia de Furtos e
Roubos em Natal. Passou por diversas delegacias. Foi a primeira mulher a
chefiar a Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado. Sheila Freitas foi Secretária da Semdes (Secretaria
Municipal de Segurança Pública e Defesa Social de Natal)
JORNAL CLARIM NATAL – Qual seu partido?
SHEILA
FREITAS – MDB (Movimento
Democrático Brasileiro)
JCN – Você é Pré-candidata a algum cargo nas eleições de 2022? Qual?
SHEILA
FREITAS – Sim, Deputada Estadual
JCN – O que a levou a colocar seu nome à
disposição de uma pré-candidatura nestas eleições?
SHEILA
FREITAS –
A vontade de fazer
mais pelo meu Estado e de aumentar a representatividade feminina na Casa
Legislativa.
JCN – Qual sua bandeira
nesta pré-campanha?
SHEILA FREITAS – Segurança
Pública, Proteção às mulheres vítimas de violência e Educação, como forma de
transformação da sociedade.
JCN – Qual seu principal
projeto?
SHEILA
FREITAS –
Meu principal projeto
é ampliar e divulgar a rede de apoio às mulheres vítimas de violência
JCN – Como você avalia o
processo eleitoral deste ano?
SHEILA
FREITAS –
Infelizmente estamos
vivendo um momento político de extremos, com a polarização da Direita esquerda,
onde as pessoas estão ultrapassando os limites de civilidade, desrespeitando o
outro, sem apresentarem propostas plausíveis de realização. É preciso se
desligar dessa "guerra ideológica" e buscar os caminhos e soluções
para os conflitos que atinge a todos.
JCN – Quais os desafios e barreiras da mulher
no poder?
SHEILA
FREITAS –
Os desafios são
muitos, mas a vida de qualquer mulher já é por natureza, desafiadora. A todo o
momento é posta à prova a sua capacidade, seja intelectual ou laboral. Uma
mulher no poder serve de estímulo para outras mulheres, para que acreditem que
também podem chegar lá e lutar por todos.
JCN – A que você atribui essa
cota pequena de participação de mulheres na política?
SHEILA
FREITAS –
A falta de
oportunidade que é dada pela atual conjuntura política. Somos um Estado de
pioneirismo feminino. Temos a primeira mulher a votar, a primeira a ser eleita,
etc, etc, porém a luta é tão desigual, que a maioria não se sente estimulada a
dar continuidade a esse pioneirismo. Somos a maioria do eleitorado, mas não
usamos isso para elegermos mais e mais mulheres. Fomos
ensinadas, anos e anos, que política não era feita para mulheres, e temos que
mudar esse quadro.
JCN – Como profissional da área da Segurança
Pública, o que você pretende fazer para melhorar no RN?
SHEILA
FREITAS –
Precisamos entender
que Segurança Pública não se faz apenas com policiamento nas ruas. Vai mais
além. Precisamos ensinar nossas crianças a cultura de paz. Precisamos cria
projetos que priorizem a educação integral, retirar as crianças das ruas, e no
contraturno, a criança praticaria esportes, teria aulas de reforço, e
aprenderiam os malefícios das drogas. Precisamos de ruas iluminadas, com
cinturão de câmeras de vigilância nas principais ruas, entradas e saídas.
Enfim, são tantos projetos, que o espaço é pequeno.
JCN – Você tem projetos voltados para os
direitos das mulheres e o combate à violência doméstica?
SHEILA
FREITAS –
Sim, enquanto Secretária
de Segurança do RN e de Natal, tive o prazer de colocar em funcionamento as
duas PATRULHAS MARIA DA PENHA, onde as mulheres vítimas de violência doméstica
que possuem medidas protetivas deferidas pelo Judiciário, são protegidas e
amparadas pelas Patrulheiras. É um lindo trabalho e desde que foi implantado em
Natal, há mais de dois anos, nenhuma mulher protegida, voltou a ser vitimada,
nenhuma perdeu sua vida. O papel da Patrulha Maria da Penha é proteger a vida
dessa mulher. É preciso fazer mais por essas mulheres e seus filhos, pois todos
sofrem com a violência doméstica. É preciso restaurar a saúde mental e física
dessa mulher agredida, suprir suas necessidades básicas, pois na maioria dos
casos, o agressor é o responsável por manter a família; é preciso restaurar a
dignidade dessas mulheres, que precisa ser qualificada e entrar no mercado de
trabalho. A Patrulha Maria da Penha faz tudo isso: transforma vidas.
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