segunda-feira, 27 de junho de 2022

“Hoje, me sinto mais do que pronta a dar uma contribuição ao Rio Grande do Norte numa outra esfera, agora em âmbito federal”, afirmou a Pré-Candidata a Deputada Federal Márcia Maia


Nossa entrevistada da série de entrevistas 2022 é Márcia Maia, ex-deputada estadual, a primeira mulher a ocupar a presidência da Assembleia Legislativa do RN e diretora-presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN) que conversou sobre visão de política, sua trajetória política, sua bandeira de destaque que vai ser espelho do seu mandato, caso seja eleita, entre outros assuntos.

 

Confira a entrevista na íntegra.

 

Márcia Faria Maia, Divorciada é natural de Natal/RN. Cursou o Nível Superior com formação em Ciências Sociais e pós-graduada em Gestão Pública e Políticas Públicas. É Socióloga.

JORNAL CLARIM NATAL – Qual seu partido?

MÁRCIA MAIA – Republicanos

 

JCN – Qual sua função no partido? 

MÁRCIA MAIA – Secretária Geral do Republicanos-RN

 

JCN – Você é Pré-candidata a algum cargo nas eleições de 2022?  Qual? 

MÁRCIA MAIA – Sim, sou pré-candidata a deputada federal.

 

JCN – O que a levou a colocar seu nome à disposição de uma pré-candidatura nestas eleições? 

MÁRCIA MAIA – Tenho uma história construída na construção e execução de políticas públicas. Foram 20 anos no parlamento estadual e praticamente uma década no Executivo em passagens por pastas da Assistência Social, Trabalho e Habitação, além da Agência de Fomento o RN. Hoje, me sinto mais do que pronta a dar uma contribuição ao Rio Grande do Norte numa outra esfera, agora em âmbito federal. Levar para a Câmara dos Deputados o debate sobre políticas públicas que impactem na vida das pessoas, debater orçamento que inclua as pessoas mais carentes, emprego, empreendedorismo e crescimento econômico sustentável.

 

JCN – Qual é a sua visão de política?

MÁRCIA MAIA – Vejo a política como uma ferramenta de transformação da vida das pessoas. É a prática constante do diálogo, do equilíbrio entre visões distintas, sempre com o objetivo de oferecer a sociedade pontes para o desenvolvimento humano, social e econômico. É através da política que podemos combater a violência, a desigualdade social, fortalecer os investimentos em educação, saúde e segurança, além da promoção do emprego e geração de renda. É através dela que transformamos a vida em sociedade, e principalmente, damos voz e representatividade a quem não tem.

 

JCN – Qual sua bandeira de destaque que vai ser espelho do seu mandato, caso seja eleita? 

MÁRCIA MAIA – A ideia é que possamos lutar contra a desigualdade social em frentes distintas e que se complementam. Precisamos lutar contra o desemprego que assola o país, e claro, o Rio Grande do Norte.

Por isso, precisamos criar ferramentas que estimulem a criação de empregos de qualidade e isso passa pela inovação na legislação, mas com um olhar para a preservação de direitos dos trabalhadores. É preciso ainda observar e atacar também a tributação das empresas e dos cidadãos, garantir que os impostos sejam cobrados de maneira justa e eficiente. Precisamos simplificar o caminho do empreendedor para que ele possa se formalizar, alcançar crédito e investir para crescer.

É fundamental, ainda, incluir as pessoas mais carentes no orçamento para que as políticas públicas não só as alcancem, mas sejam eficientes em impactar positivamente suas vidas. E, claro, defender o investimento sustentável em educação, saúde e segurança, tripé básico para nossa sociedade avançar.

 

JCN – Como você avalia o processo eleitoral deste ano?

MÁRCIA MAIA – A disputa eleitoral este ano vai ser importante e decisiva para o que a sociedade norte-riograndense deseja para seu futuro, especialmente em nível de representatividade parlamentar. Acredito que o debate precisa ser qualificado em nível federal para que a voz do cidadão possa, de fato, ser representada na Câmara Federal com aquilo que vai impactar positivamente sobre suas vidas, não discussões estéreis, debates que não trarão quaisquer benefícios à população

E, inclusive, a garantia de que o Rio Grande do Norte tenha representantes que preservarão e defenderão o direito à universidade pública gratuita, direito à moradia, à saúde e educação, direitos que vêm sendo ameaçados por iniciativas que favorecem quem tem muito e tiram de quem tem pouco ou nada. Por isso, o cidadão precisa ficar atento, fugir de fakenews e buscar representantes que defendam, de fato, seus direitos.


JCN – A participação de mulheres na política ainda é pequena. A que você atribui essa cota pequena?

MÁRCIA MAIA – Até 90 anos atrás, mulher não podia votar ou ser votada. Até 1983, a mulher era proibida de jogar futebol. Na década de 70, as mulheres eram proibidas de ter cartão de crédito. Durante muitos anos, bancos negavam cartões de créditos ou abertura de contas para mulheres que fossem solteiras ou divorciadas. Cenários assim limitavam a mulher em questões básicas, atacavam a autoestima e o potencial para realizar. 

E isso, claro, se reflete na representatividade política e no senso de pertencimento a uma série de debates, inclusive na política. As mulheres são apenas 15% dos integrantes na Câmara Federal. E o Brasil perde para quase todos os países da América Latina em percentuais de participação política de mulheres. Até neste momento difícil do Afeganistão, principalmente para as mulheres e crianças, o Parlamento tem 27% de mulheres. 

Avançamos muito nos últimos anos, mas ainda precisamos avançar mais. Quando a mulher é bem representada no parlamento, debates relativos à vivência feminina é representado, mas também a própria sociedade passa a ser representada com mais exatidão nas suas mais diversas nuances.

 

JCN – Quais os desafios e barreiras da mulher no poder? 

MÁRCIA MAIA – Os desafios se colocam desde o momento em que se colocam as crenças limitantes de que mulher não pode fazer isso ou aquilo. É preciso, antes de tudo, que nossas meninas possam ser criadas com a percepção de que são capazes de fazer tudo aquilo que desejam.

E, claro, criar garotos que respeitem a liberdade das mulheres e permitam que elas trilhem seus caminhos sem lhes impor obstáculos apenas por elas serem mulheres. Digo isso, porque essas barreiras representadas na infância e adolescência se reproduzem na fase adulta.

A mulher precisa se provar duas vezes mais, encarar preconceitos, superar uma cultura machista que afasta as mulheres das posições de poder e decisão. É preciso muita determinação, coragem e o apoio de outras mulheres para que essas posições possam ser ocupadas com mais frequência.

 

JCN – Fale um pouco sobre sua trajetória política? 

MÁRCIA MAIA – Fui deputada estadual por cinco mandatos, a primeira mulher a ocupar a presidência da Assembleia Legislativa do RN e presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) em 2015 e 2017. Nas duas oportunidades, conduzi a comissão a desempenhos recordes. Em 2017, criei o movimento Frente nas Cidades, em defesa da instalação de Frentes da Criança e do Adolescente nas Câmaras Municipais do RN.

Como parlamentar, dentre as mais de 100 leis aprovadas, destacaria a Implantação da Escola de Tempo Integral; Bolsa-Atleta; Parlamento Jovem; Política Estadual de Combate à Dengue; Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda, Reserva de Vagas em Terceirizadas para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, dentre outros. Foram ainda mais de 2 mil requerimentos aprovados, centenas de audiências públicas e pronunciamentos em defesa do cidadão potiguar.

Minha atuação sempre foi fortemente ligada às causas sociais, e destacaria nesta atuação, a implantação do maior programa de qualificação profissional e geração de emprego e renda já realizado no estado quando fui titular da Sethas, no governo Wilma de Faria.  E mais recentemente, como diretora-presidente da AGN tive a oportunidade junto a um grupo excepcional de servidores promover uma reestruturação da instituição financeira de desenvolvimento que levou a realização de um investimento nos últimos três anos de cerca de R$ 85 milhões na economia potiguar no governo da professora Fátima Bezerra.

Enfim, carrego nas veias a dedicação e o espírito público de Wilma de Faria e Lavoisier Maia, dois ex-governadores que deram uma grande contribuição ao estado do Rio Grande do Norte e cujo legado pretendo defender e dar continuidade através do meu trabalho, onde quer que eu esteja.

 

 

 

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