Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, reunimos depoimentos de diversas mulheres, contando sobre seus desafios e anseios.
Sheila
Freitas, Delegada de Polícia Civil, atualmente, Secretária de Segurança de
Natal,
casada,
tem 3 filhos e 2 enteadas.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
DELEGADA
SHEILA FREITAS - Mulher pra
mim é sinônimo de Força, Coragem, Luta, Esperança e Fé.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
DELEGADA
SHEILA FREITAS - A
possibilidade de quebrar barreiras e servir a população.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu
maior desafio?
DELEGADA
SHEILA FREITAS - Como
Delegada de Polícia, o maior desafio é estabelecer a paz social. É na Delegacia
onde se começa a Justiça.
Como
Secretária Municipal de Segurança, meu maior desafio é a proteção das
mulheres vítimas de violência doméstica, através da Patrulha Maria da Penha.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
DELEGADA
SHEILA FREITAS - Sim,
não dentro da minha instituição, Polícia Civil, e sim, quando assumi o cargo de
Secretária de Segurança do RN, onde poucos integrantes das forças militares do
RN, não aceitavam o comando feminino.
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
DELEGADA
SHEILA FREITAS - A mulher
na atualidade, embora em maioria, com nível de escolaridade mais elevado, ainda
precisa lutar muito para provar sua competência. É uma guerra desigual. Somos
filhas, mãe, esposa, dona de casa e profissionais, em tempo integral. Vamos
mudar o mundo ainda!
Júlia de
Almeida, Enfermeira, natural de Rondônia, solteira e tem
4
sobrinhos filho.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
ENFERMEIRA
JÚLIA - Sinônimo
de Amor, Superação, Guerreira, Coragem e Competência....
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
ENFERMEIRA
JÚLIA - Eu tinha
uma irmã que despertou um quadro de Epilepsia aos 4 anos de idade, e minha mãe
peregrinava nos hospitais em busca de atendimento pra ela. Logo, passei a me
familiarizar com a rotina hospitalar. Devido ao sofrimento dela eu prometi pra
mim mesma que trabalharia em Hospital para ajudá-la, mas nem deu tempo ela faleceu
por afogamento aos 23 anos.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu
maior desafio?
ENFERMEIRA
JÚLIA - Salvar
vidas, mas no momento é vencer a pandemia da covid19, vencer a falta de insumos,
vencer a falta de valorização, vencer a dor da perda dos parceiros, amigos de
profissão, enfim tantas perdas.
JCN - O fato de ser mulher já a fez sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
ENFERMEIRA
JÚLIA - Sim,
começando pelo próprio nome da profissão Enfermeiro, porque a Enfermagem nasceu
de duas mulheres Floris (Florence) e Ana Néri, daí eu me questiono porque Enfermeiro?
E não Enfermeira?
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
ENFERMEIRA
JÚLIA - Muito
proativa, antenada, disposta, competente, inovadora e empoderada.
Adeilze
Silva dos Santos, Guarda Municipal, Técnica de Enfermagem, casada e tem 2
filhos.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
GUARDA
MUNICIPAL ADEILZE - Superação
diária, todos os dias provar para mim mesma que eu posso, que não sou frágil,
não nasci para ser submissa, nem tampouco para ser vítima de qualquer tipo de
violência, em um universo extremamente machista e preconceituoso. Ser mulher é
ser resiliente, é provar a todos que somos capazes de ser igual aos homens e
tornar-se respeitada. É estar de cabeça erguida e lutar sempre por igualdade de
direitos, ciente que a cada dia é um novo dia de desafios para nós.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
GUARDA MUNICIPAL ADEILZE - Buscando estabilidade financeira em uma função que me realizasse como pessoa e me desse satisfação em executar essa função, encontrei na Guarda Municipal, que tenho orgulho de fazer parte há pouco mais de 16 anos, ao qual mostrei que posso fazer a diferença em um universo estritamente masculino.
Ao longo da minha vida fui balconista, Recepcionista, Porteira de Condomínio, Segurança Privada e Técnica de Enfermagem. Trabalhar é ter minha independência, desde os 18 anos que me sustento. Com muito orgulho ajudo meus pais e minha família, me sinto realizada como profissional, e como mulher.
Aqui mesmo nesse jornal concedi uma entrevista como candidata a Vereadora, pois acredito que a mulher tem que estar em todos os espaços, inclusive na política, com projetos e ações voltadas para nós. Só uma mulher sabe a necessidade e os problemas enfrentados.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu
maior desafio?
GUARDA MUNICIPAL ADEILZE - O desafio é sempre a desconfiança de que a mulher não é capaz, e aí toda hora você tem que estar provando o contrário, isso é exaustivo, tudo que a mulher for fazer, tem que ser bem feito, ou receberá críticas e será excluída de alguma forma.
Na Guarda Municipal já superei vários desafios, pilotando moto, dirigindo viaturas, na inteligência, no CIOSP, na ROMU (Ronda Ostensiva Municipal), na Patrulha Maria da Penha e hoje no GAAM (Grupamento Ambiental). Ainda há uma resistência em colocar mulheres em cargos de comando e chefias, o machismo e o preconceito ainda imperam na instituição.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
GUARDA
MUNICIPAL ADEILZE - Sim, são
muitos preconceitos, internos e externos. Existe uma cultura social que a
mulher é frágil, e que não serve para algumas funções, então toda hora nós
temos que estar provando nossa capacidade e com muito cuidado, porque qualquer
vacilo alguém vai dizer: "É porque é mulher..." Quando eu fui
trabalhar no operacional, alguns colegas não queriam trabalhar comigo porque
não queriam mulher na equipe, além do preconceito interno, existe o externo,
onde muitas vezes a própria sociedade não confia na agente feminina. É como
falei, são infinitos desafios.
Sempre me posiciono e deixo claro que sou igual a todos, que não aceito machismo e que vou até às últimas instâncias para salvaguardar minha dignidade. Já passou a época de mulher ser maltratada sob qualquer tipo de violência ou assédio moral no trabalho. Inclusive temos hoje uma rede de atendimento à mulher baseado na Lei Maria da Penha, que dentre outros artigos, tipifica o feminicídio, haja vista o extermínio de mulheres ao longo do tempo.
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
GUARDA
MUNICIPAL ADEILZE - Avalio
como agente modificador, se inserindo na sociedade de forma a mudar esse quadro
de preconceito contra as mulheres. Estamos no limiar da mudança, pois as
mulheres já trabalham e são chefes de famílias, além de independentes. Em
outras épocas, a mãe solteira era desprezada e humilhada, hoje a mulher tem o
direito de ser feliz e tentar novamente um relacionamento ou mesmo sozinha
viver sua vida. Já houve muita evolução no quesito igualdade de gênero, mas
ainda vivemos situações inaceitáveis e cabe a cada uma de nós levantar a voz,
sem medo, e dizer, eu não aceito esse tipo de tratamento, eu exijo respeito e
dignidade.
A todas
as mulheres:
- Se
posicionem e não aceitem ninguém diminuí-las ou tratá-las de forma
desigual.
Juntas
somos a maioria e a maioria que faz a diferença.
Edwygina
Silva de Araújo Frederico (Gina), Nutricionista e Especialista em Estética,
casada e tem “uma filha linda”, como ela se referiu.
JORNAL CLARIM NATAL – O que é ser mulher para você?
NUTRICIONISTA
GINA - Um
presente de Deus. Ser mulher é sublime, é poder gerar um ser e
alimentá-lo de amor, sabedoria, é sentir um amor incondicional, é sempre
acreditar que o melhor está por vir, é exercer vários papeis com
maestria. Sou muito grata e feliz por ser, MULHER.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
NUTRICIONISTA
GINA - O desejo
de promover qualidade de vida e bem estar e foi através dessas profissões
que descobri o meu propósito de vida.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu maior desafio?
NUTRICIONISTA
GINA - Despertar em
cada ser que nos procurar a prioridade, o cuidado com a saúde do corpo e da
mente.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
NUTRICIONISTA
GINA - Felizmente
não.
JCN – Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
NUTRICIONISTA GINA - De extrema importância para a evolução, eu diria revolução, renovação e ousadia.
Vivemos por muitos anos numa sociedade repressora, sendo taxadas de feministas, fomos masculinizadas, estigmatizadas de loucas, desvairadas. Pelo simples fato de reivindicar o nosso espaço na sociedade.
Mostramos
que somos e temos uma Força gigantesca, temos Criatividade, Profissionalismo,
Competência e um grande Potencial em qualquer esfera que quisermos estar. Para nós, o
céu é o limite. Sabemos que fazemos a diferença para o bem em toda
área que desejamos.
Yndianara
Lyzandra Damasceno Nogueira, Farmacêutica Bioquímica, casada e não possui
filhos.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
BIOQUÍMICA
YNDIANARA - É
sensibilidade, antes de tudo. Fortaleza e muita sabedoria também.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
BIOQUÍMICA
YNDIANARA - Sempre
tive muito interesse pela fisiologia, saúde... As análises clínicas foi uma
consequência.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu
maior desafio?
BIOQUÍMICA
YNDIANARA - O
desafio maior e diário é o cuidado, a responsabilidade de lidar com vidas.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
BIOQUÍMICA
YNDIANARA - Não
diretamente. Mas, claro que em um mundo machista os desafios de ser mulher nos
acompanham em qualquer parte.
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
BIOQUÍMICA
YNDIANARA - Desafiador
e Fonte de Esperança. As mudanças têm sido muito rápidas, e nós mulheres temos
sido agentes importantes.
Vanessa
Pache da Rosa, Médica, casada e tem 2 filhos.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
DOUTORA
VANESSA PACHE - É ter a
oportunidade de poder viver experiências que com o sexo biológico masculino, eu
não viveria, como por exemplo, a mais sublime delas que é a maternidade.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
DOUTORA
VANESSA PACHE - A
possibilidade de ajudar as pessoas, promovendo a saúde, prevenindo e tratando
doenças e muitas vezes, quando não é possível a cura, simplesmente cuidar com
amor. Todas estas funções a medicina nos permitem fazer.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu maior
desafio?
DOUTORA
VANESSA PACHE - Trabalhar
com amor, apesar de todas as adversidades que encontramos, seja no âmbito
público ou privado. É muito sofrido para o médico querer fazer mais pela saúde
de um paciente e não ter condições para executar, seja pela falta de leitos, de
medicamentos ou recursos diagnósticos.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
DOUTORA
VANESSA PACHE - Não tive
nenhuma situação relevante, mas já presenciei comentários em ambiente de
trabalho julgando que um determinado procedimento seria melhor executado por um
homem do que por uma mulher, por exemplo.
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
DOUTORA
VANESSA PACHE - De
extrema importância, haja visto o esforço que temos feito para crescer e
aprimorar nossos conhecimentos em todas as áreas e ainda mantendo os cuidados
com nossos familiares.
Nadja
Farias, Jornalista, “Operária da Comunicação”, como ela frisou. Possui filhos,
um casal. de filhos.
JORNAL CLARIM NATAL - O que é ser mulher para você?
JORNALISTA
NADJA FARIAS - Com
experiência adquirida ao longo dos anos, as principais armas são: Fé, Coragem e
Determinação.
JCN - O que a levou a escolher sua
profissão?
JORNALISTA
NADJA FARIAS - A
adrenalina que borbulha no campo da Comunicação, em todas suas áreas de
atuação.
JCN - Em sua profissão, qual é o seu
maior desafio?
JORNALISTA
NADJA FARIAS - O
desconhecido, isso me gera atração. Como exemplo, minha experiência no Acre na
década dos anos 80. Uma grande realização profissional.
JCN - O fato de ser mulher já a fez
sofrer algum tipo de preconceito em sua profissão?
JORNALISTA
NADJA FARIAS - Quem não
sofreu preconceito? Claro muitas vezes. Pelo simples fato de ser mulher já
é motivo. Muitas vezes, os olhares demonstram esse defeito de fabricação
de grande parte da humanidade.
JCN - Como avalia o papel da mulher na
sociedade contemporânea?
JORNALISTA
NADJA FARIAS - É um ser
especial. Costumo dizer que Deus quando criou a mulher da costela do homem, ela
já se tornou mais forte. (Risos). Por isso, com Coragem conquistando cada
vez mais seu papel na sociedade, com maestria e cada vez aumentando sempre
na sua posição de Mulher Emponderada, podendo ser o que quer sem medo de
ser feliz.
Encerrando
as entrevistas das homenageadas, a Jornalista Nadja Farias realizou uma
homenagem à editora do jornal Clarim Natal, Waldilene Farias, conhecida como
Wal Farias.
“Quero aproveitar o espaço para também homenagear uma grande mulher Wal Farias, grande Jornalista, determinada, de garra, guerreira. O nome destaque é você, Wal. Obrigada.
Aqui... O
meu aplauso (palmas...) para a lutadora que ama também o seu Bairro, local onde
mora e defende...
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