sexta-feira, 25 de agosto de 2017

RN perde sua “guerreira”





Precursora na política do Rio Grande do Norte, a Mestra em educação, primeira mulher eleita deputada federal, prefeita de Natal três vezes e governadora do estado, a “guerreira” Wilma de Faria uma das lideranças mais carismáticas da história potiguar morreu no dia 15 de junho em consequência de um câncer no sistema digestivo.

Ela lutava contra um câncer no intestino, há cerca de dois anos (desde 2015) e estava internada no hospital São Lucas.. Wilma deixa quatro filhos e 13 netos.

 

História de Wilma
Wilma Maria de Faria nasceu sob a égide de uma família marcada por uma forte liderança política conservadora chamada Dinarte Mariz, primo legítimo de Morton Mariz, pai de Wilma de Faria. Nascida em Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte, cresceu em Caicó, Seridó do estado, transferir-se depois para Natal, onde construiria toda a sua carreira política.

Foi inicialmente uma mulher preparada para casar, ser dona de casa e ter filhos. Casou com o médico, Lavoisier Maia, primo de Tarcísio Maia. Após criar os filhos, voltou a estudar, formando-se em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde posteriormente defendeu um mestrado.


Mestra em Educação e especialista em Sociologia era professora aposentada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde se licenciou em Letras.


Trajetória política

Sua vida pública iniciou de forma discreta como primeira-dama, no governo Lavoisier Maia.  Assumiu a parte assistencial do governo em 1979 no MEIOS (Movimento de Integração e Orientação Social), que era financiado pelo governo, mas foi extinto em 2012 pela Justiça, após ser alvo de ações trabalhistas.

Em 1983, no Governo de José Agripino Maia, ela assumiu a Secretaria Estadual de Trabalho e Bem-Estar Social do estado, sendo lançada em 1985 nas eleições diretas para a prefeitura do Natal, mas perdeu para Garibaldi Filho.

A trajetória política de Wilma de Faria foi marcada pelo pioneirismo e ousadia. Foi eleita a primeira deputada federal pelo RN em 1986, atuando em defesa dos direitos dos trabalhadores – o que lhe rendeu nota 10 do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)

Em 1988 se elegeu a primeira prefeita de Natal, cidade que administrou por três mandatos (1988, 1996 e 2000).  A seguir a deputada federal mais votada em 1986 com quase 150 mil votos.

Em 2002 foi eleita a primeira mulher a governar o Rio Grande do Norte, liderando uma frente de pequenos partidos. Foi reeleita em 2006, vencendo  Garibaldi Alves Filho, no segundo turno.

Wilma de Faria foi a primeira mulher prefeita de Natal, primeira deputada federal e primeira governadora.

Foi também vice-prefeita da cidade de Natal entre 2012 e 2016, e presidente estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB/RN) por 20 anos. Atualmente era vereadora de Natal pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB) para a legislatura 2017-2020.

Ações:
Entre suas maiores ações e obras foram: a expansão da UERN (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte); a Refinaria Clara Camarão, em Guamaré; a Ponte de Todos Newton Navarro, em Natal; a Ponte da Ilha de Santana, em Macau; a Ponte de Jucurutu; o Complexo Turístico Ilha de Santana, em Caicó; a Revitalização da Avenida Rio Branco, a construção do Expocenter e a implantação do Curso de Medicina, em Mossoró.

Nas eleições de 2016 Wilma de Faria conquistou uma vaga na Câmara Municipal, mas durante a campanha passou por procedimentos cirúrgicos e assumiu o mandato já debilitada.

Assumiu a presidência da Comissão de Previdência e Assistência Social e membro das comissões de Saúde; de Educação; e a de Planejamento Urbano, Habitação, Meio Ambiente, Legislação Participativa e Assuntos Metropolitanos. Também a Comissão Especial de Revisão da Lei Orgânica e a 2ª Vice-secretaria da Mesa Diretora.

Wilma só conseguiu frequentar o parlamento até o mês de março, entre um procedimento médico e outro. E em abril se afastou por 30 dias, não mais retornando.




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