domingo, 22 de janeiro de 2017

“É muito bom quando a gente tem uma comunidade unida, que batalha, que reconhece“, palavras do presidente do Conselho Comunitário de Nova República

Constantino, presidente do Conselho Comunitário de Nova República participou ontem (21) sábado, de entrevista ao programa A Voz do Povo, na rádio FM 87.9 Litoral Norte com Paulo Renato e Paulo Enfermeiro e falou sobre obras públicas, desafios de ser o porta voz da comunidade e outros assuntos
 Fotos: Jornal Clarim Natal
 

Francisco Constantino Sobrinho, 47 anos, vigilante, natural de Assu, também foi candidato à Vereador de Natal nas eleições 2016 pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira).


Confira a seguir principais trechos da entrevista:

PAULO ENFERMEIRO - Você está há quanto tempo à frente da representatividade do Conselho Comunitário do Loteamento Nova República?

CONSTANTINO – Estou agora no segundo mandato e agradeço à comunidade a qual me escolheu como porta-voz. As demandas a gente conhece que está ano dia a dia na comunidade, verificando as situações. Estamos colocando o edital pra as eleições agora em 2017 e seja o que Deus quiser.
PAULO RENATO - Qual a situação do Nova República hoje, em termos de obras públicas e melhorias para a qualidade de vida dos moradores da comunidade?

CONSTANTINO – O orçamento participativo estava parado e recentemente a Prefeitura retomou de 2013 pra cá e nós participamos. No ano de 2015 solicitamos, através do meu mandato a pavimentação de algumas ruas que vinham alagando e deixando algumas pessoas da comunidade até bastante estressadas cobrando. E nós conseguimos chegar, com a ajuda da comunidade pavimentar e drenar 13 ruas. Agora no orçamento participativo colocamos, nós temos uma demanda também das demais ruas, da qual participamos, fizemos a deliberação, o Congresso, porque acredito que o presidente do Conselho, representante público, líder comunitário tem que estar sabendo, participando das audiências públicas, dos fóruns, das conferências e saber quanto é que a Prefeitura arrecadou durante o ano porque toda essa arrecadação tributária do município é destinada para o orçamento participativo, onde é repartido com as quatro regiões.

Nova República, em 2015, tivemos além das 13 ruas pavimentadas e drenadas, tivemos também o orçamento de 2015 que era ter executado em 2016 no valor de 3 milhões, 216 mil. Isso é fato. Isso é arrecadado.

Era pra ser implantado, ser feito a pavimentação de todas as ruas de Nova República em 2016 porque deliberamos esse valor. Não aconteceu.

Estive na Sempla e quero cobrar sim.

Se foi arrecadado, deliberado é porque está na arrecadação. A arrecadação tributária são nossos impostos.

Agora em 2016 tivemos novamente o orçamento participativo, colocamos novamente 2 milhões e 800 mil reais pra ver porque o orçamento de 2015 que é pra ser executado em 2016 não acontece, e aí?

Eu tenho que cobrar esse valor. Onde é que está o dinheiro, o que vão fazer?
A autoridade pública, os representantes públicos do município tem que explicar porque não pediu pra que a gente retomasse o orçamento? Nós deliberamos, fizemos o congresso, reunimos as pessoas então a gente quer saber onde é que está o que deliberamos.

Pensando nisso, que o orçamento de 2015 não foi executado, fizemos novamente de 2016 para 2017 justamente com as mesmas demandas com pavimentação e drenagem de todas as ruas do Nova República. E a gente quer que aconteça porque é dinheiro público.


PAULO ENFERMEIRO – Sabemos que existem grandes desafios quando representamos as comunidades ou qualquer instância que busque políticas públicas. Quais os desafios de ser porta voz da comunidade Nova República?

CONSTANTINO – Um dos desafios é que, em primeiro lugar, sou morador de Nova República, conheço a realidade, diagnóstico e as demandas, as necessidades e prioridades, porque eu convivo. Foi pensando nisso que também senti o desejo de participar das eleições comunitárias e pra representar - representante público, ou seja, o presidente do Conselho eleito pelo povo, da mesma forma que o Vereador, o Prefeito foi – então ele é conhecedor das problemáticas, das demandas.

Aquele presidente de Conselho tem que estar no dia a dia, sabendo como está a situação, reivindicando, reiterando. Então foi pensando nessa situação, olhando as demandas, vi a necessidade e tive o desejo de ser candidato e estou no segundo mandato.

PAULO ENFERMEIRO – Me admira em você é ver sua luta, não estar em casa. Tem algumas Secretarias que umas até atendem com humanidade e outras fazem aquele famoso “chá de banco”. Você se queixa de algumas Secretarias que vem procurando para sua comunidade e não consegue êxito em galgar aquilo que vem tentando fazer, inclusive construir essas políticas públicas na sua comunidade?

CONSTANTINO – Somos nós que pagamos o salário deles (Secretários). Então, da mesma forma que ele recebe um vereador ele tem que receber também o líder comunitário.  Por que? Porque o artigo 5º da Constituição diz que nós somos iguais perante a lei.

Cheguei numa determinada Secretaria, e eu estava na vez, na relação. E quando foi me atender, chegou um Vereador e o Secretário disse o seguinte: “Fale pra Constantino que eu vou atender agora o Vereador, depois eu atendo ele”. Eu disse - Secretário me desculpe, o mesmo direito que um Vereador tem eu também tenho. O Vereador foi eleito pelo povo eu também fui eleito na minha comunidade pelo voto do povo. Eu quero que o senhor tenha transparência e o respeito porque eu tenho os meus afazeres da mesma forma que ele tem.

Agora tem as exceções.

Eu fico muito vigilante numa situação das questões partidárias no atendimento das Secretarias.

PAULO ENFERMEIRO – Você pleiteou uma vaga no Legislativo nas eleições de 2016. A comunidade tem esse acesso ao Executivo como deveria ter, no seu ponto de vista?

CONSTANTINO – Geralmente eu gosto, quando participar, de levar alguém da comunidade e você sabe que as Secretarias não atendem de forma assim. Se você tiver uma comissão de oito ou dez pessoas não atendem.

Por que eu gosto da transparência de levar a comunidade?  Eles também são pagadores de impostos. A transparência. Eu tenho uma prestação de contas com eles, com a comunidade. Eu também faço essa prestação de contas via redes sociais.

Mas também às vezes não sinto tanta dificuldade porque se eu tiver dificuldade, vou tentar ver essa dificuldade porque sempre sou muito objetivo quando chego nas Secretarias.

É muito bom quando a gente tem uma comunidade unida, que batalha, uma comunidade que reconhece.

Nas questões partidárias politicamente - Presidente de Conselho não tem um valor, rendimentos, salários, - e a gente às vezes pleiteia uma vaga na Câmara Municipal, mas às vezes a comunidade não corresponde porque simplesmente, às vezes os Vereadores de mandatos chegam e tentam manipular.

Então a comunidade tem que reconhecer quem é o líder de fato e de direito, que realmente trabalha, batalha pela sua comunidade. E dá uma resposta ao poder público legislativo que realmente temos que votar em quem trabalha


PAULO ENFERMEIRO – A questão de saúde na sua comunidade?

CONSTANTINO – Hoje enfrentamos no Nova República um “fora de área”, aqui a situação é demanda aberta. Temos uma Unidade Básica de Saúde que nós construímos e hoje duas equipes que não comportam, não atendem a toda a população de Nova República. As pessoas às vezes reclamam que como é que temos uma Unidade Básica de Saúde na própria comunidade e a própria comunidade fica fora de área?

Sabemos que a demanda é grande e a oferta é pouca. Solicitamos mais duas equipes. Fizemos a construção da Unidade Básica da Pompeia que atende Nova República.

Mas temos que fazer muito pra diminuir as filas. A gente sabe que a nossa saúde está precária. A gente precisa muito mais avançar, agora depende de cada um de nós fazendo a sua parte. Vamos cobrar. Não vamos ter medo de cobrar porque é o nosso dinheiro.

Antes de ser presidente sou pagador de impostos. Eu quero ver onde está sendo aplicado, saber onde está sendo investido, na saúde, na educação pra onde o dinheiro é destinado.

PAULO RENATO – Constantino faz agora uma prestação de contas dos trabalhos do Conselho Comunitário de Nova República.

CONSTANTINO – Essa prestação de contar a gente chama de transparência para a população tomar conhecimento de tudo o que é executado. E tenho o prazer de dizer nesses dois mandatos algumas coisas que vou citar aqui.

Na área da saúde – A construção e implantação da Unidade Básica de Saúde da Pompeia, que era numa casa alugada e hoje tem uma Unidade própria. Vamos comprar o terreno agora, desapropriar, foi destinado um dinheiro do orçamento; implantar também um anexo que estamos solicitando.

Na educação – Apesar que não temos área pública, mas ganhamos um CEMEI, perto da Escola Maria Alexandrina do Parque das Dunas; Estamos em construção de outro CEMEI perto da Biblioteca Pública do Santarém, perto da Lagoa.

Na iluminação – Mais de 40 implantações de luminárias, aumento de potência na Castelo Branco, Santo Expedito, Alto da Boa Vista, Lauro Bezerra, Pompeia.

Implantações de lombadas nessas mesmas ruas. Faixas de pedestre.

Brevemente estamos fazendo um binário, ou seja, mão única na Castelo Branco e na Santo Expedito, começando da Itapetinga e também Pompeia.

Transporte – Temos o 81 pela ponte nova; Temos outro que passa na Pompeia.

Limpeza – Cronograma de limpeza de canteiros de obras, coleta seletiva.

No Orçamento Participativo – Além das 13 ruas pavimentadas e drenadas, a solicitação da pavimentação e drenagem de todas as ruas agora em 2017, obra do Conselho Comunitário.

Também a solicitação de guardas na Pompeia.

Estamos no dia 25 inaugurando o Restaurante Popular na Avenida Pompeia com a Santo Expedito.

PERGUNTA DA OUVINTE MARGARIDA (POMPEIA) -  Existe uma ideia de que todo líder que participa do movimento comunitário, de alguma forma, tem pretensões políticas, quer seja para ser candidato, ou emprestar apoio a candidatos majoritários isso é verdade?

CONSTANTINOO presidente do Conselho não é remunerado; Eu disse no início da entrevista que a gente pleiteia uma vaga. Eu fui candidato a vereador. A visão do líder comunitário é chegar a ser vereador e ter mais força, pra cobrar mais, que tenha mais espaço. É pensando nisso que um líder comunitário pleiteia sim. 

E a questão de apoiar outro candidato, quando ele não sente aquela vontade de ser candidato, não pleiteia uma cadeira no legislativo, então às vezes ele procura apoiar uma pessoa que possa trazer benefícios, através do mandato do vereador, do deputado federal ou estadual. Ele recorre para dar um apoio à comunidade.

PAULO RENATO – Deixe suas considerações finais para nossos ouvintes.

CONSTANTINO – Quero agradecer e dizer que realmente o líder comunitário é aquele que faz um trabalho voluntariamente e que o Conselho é soberano e democrático. Diante do diagnóstico e das demandas vou continuar lutando, independente de ser presidente ou não, eu sou morador. O que conseguimos, vamos tentar conseguir muito mais; o que não foi feito vamos tentar conseguir. Vou estar sempre permanente.  Fui eleito pelo povo para atender o povo. Vou continuar lutando para que a comunidade seja beneficiada.


E quero dizer a minha bela comunidade, na qual represento que me escolheu como porta voz, que estou à disposição. Só existe conquista com luta. Esse é um dos meus objetivos.

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