Constantino,
presidente do Conselho Comunitário de Nova República
participou ontem (21) sábado, de entrevista ao programa A Voz do Povo, na rádio
FM 87.9 Litoral Norte com Paulo Renato e Paulo Enfermeiro e falou sobre obras
públicas, desafios de ser o porta voz da comunidade e outros assuntos
Fotos: Jornal Clarim Natal
Francisco Constantino Sobrinho, 47 anos, vigilante, natural de Assu, também
foi candidato à Vereador de Natal nas eleições 2016 pelo PMB (Partido da Mulher
Brasileira).
Confira a seguir
principais trechos da entrevista:
PAULO ENFERMEIRO - Você está há quanto tempo à frente da
representatividade do Conselho Comunitário do Loteamento Nova República?
CONSTANTINO – Estou agora
no segundo mandato e agradeço à comunidade a qual me escolheu como porta-voz.
As demandas a gente conhece que está ano dia a dia na comunidade, verificando
as situações. Estamos colocando o edital pra as eleições agora em 2017 e seja o
que Deus quiser.
PAULO RENATO - Qual a situação do Nova República hoje,
em termos de obras públicas e melhorias para a qualidade de vida dos moradores
da comunidade?
CONSTANTINO – O orçamento
participativo estava parado e recentemente a Prefeitura retomou de 2013 pra cá
e nós participamos. No ano de 2015 solicitamos, através do meu mandato a
pavimentação de algumas ruas que vinham alagando e deixando algumas pessoas da
comunidade até bastante estressadas cobrando. E nós conseguimos chegar, com a
ajuda da comunidade pavimentar e drenar 13 ruas. Agora no orçamento
participativo colocamos, nós temos uma demanda também das demais ruas, da qual
participamos, fizemos a deliberação, o Congresso, porque acredito que o
presidente do Conselho, representante público, líder comunitário tem que estar
sabendo, participando das audiências públicas, dos fóruns, das conferências e
saber quanto é que a Prefeitura arrecadou durante o ano porque toda essa
arrecadação tributária do município é destinada para o orçamento participativo,
onde é repartido com as quatro regiões.
Nova
República, em 2015, tivemos além das 13 ruas pavimentadas e drenadas, tivemos
também o orçamento de 2015 que era ter executado em 2016 no valor de 3 milhões,
216 mil. Isso é fato. Isso é arrecadado.
Era
pra ser implantado, ser feito a pavimentação de todas as ruas de Nova República
em 2016 porque deliberamos esse valor. Não aconteceu.
Estive
na Sempla e quero cobrar sim.
Se
foi arrecadado, deliberado é porque está na arrecadação. A arrecadação
tributária são nossos impostos.
Agora
em 2016 tivemos novamente o orçamento participativo, colocamos novamente 2
milhões e 800 mil reais pra ver porque o orçamento de 2015 que é pra ser executado
em 2016 não acontece, e aí?
Eu
tenho que cobrar esse valor. Onde é que
está o dinheiro, o que vão fazer?
A autoridade
pública, os representantes públicos do município tem que explicar porque não
pediu pra que a gente retomasse o orçamento? Nós deliberamos, fizemos o
congresso, reunimos as pessoas então a gente quer saber onde é que está o que
deliberamos.
Pensando
nisso, que o orçamento de 2015 não foi executado, fizemos novamente de 2016 para
2017 justamente com as mesmas demandas com pavimentação e drenagem de todas as
ruas do Nova República. E a gente quer que aconteça porque é dinheiro público.
PAULO ENFERMEIRO – Sabemos que
existem grandes desafios quando representamos as comunidades ou qualquer
instância que busque políticas públicas. Quais os desafios de ser porta voz da
comunidade Nova República?
CONSTANTINO – Um dos
desafios é que, em primeiro lugar, sou morador de Nova República, conheço a
realidade, diagnóstico e as demandas, as necessidades e prioridades, porque eu
convivo. Foi pensando nisso que também senti o desejo de participar das
eleições comunitárias e pra representar - representante público, ou seja, o
presidente do Conselho eleito pelo povo, da mesma forma que o Vereador, o
Prefeito foi – então ele é conhecedor das problemáticas, das demandas.
Aquele
presidente de Conselho tem que estar no dia a dia, sabendo como está a
situação, reivindicando, reiterando. Então foi pensando nessa situação, olhando
as demandas, vi a necessidade e tive o desejo de ser candidato e estou no
segundo mandato.
PAULO ENFERMEIRO – Me admira em
você é ver sua luta, não estar em casa. Tem algumas Secretarias que umas até
atendem com humanidade e outras fazem aquele famoso “chá de banco”. Você se
queixa de algumas Secretarias que vem procurando para sua comunidade e não
consegue êxito em galgar aquilo que vem tentando fazer, inclusive construir
essas políticas públicas na sua comunidade?
CONSTANTINO – Somos nós que
pagamos o salário deles (Secretários). Então, da mesma forma que ele recebe um
vereador ele tem que receber também o líder comunitário. Por que? Porque o artigo 5º da Constituição diz que nós somos iguais perante a lei.
Cheguei
numa determinada Secretaria, e eu estava na vez, na relação. E quando foi me
atender, chegou um Vereador e o Secretário disse o seguinte: “Fale pra
Constantino que eu vou atender agora o Vereador, depois eu atendo ele”. Eu
disse - Secretário me desculpe, o mesmo direito que um Vereador tem eu também
tenho. O Vereador foi eleito pelo povo eu também fui eleito na minha comunidade
pelo voto do povo. Eu quero que o senhor tenha transparência e o respeito
porque eu tenho os meus afazeres da mesma forma que ele tem.
Agora
tem as exceções.
Eu
fico muito vigilante numa situação das questões partidárias no atendimento das
Secretarias.
PAULO ENFERMEIRO
–
Você pleiteou uma vaga no Legislativo nas eleições de 2016. A comunidade tem
esse acesso ao Executivo como deveria ter, no seu ponto de vista?
CONSTANTINO – Geralmente eu
gosto, quando participar, de levar alguém da comunidade e você sabe que as
Secretarias não atendem de forma assim. Se você tiver uma comissão de oito ou
dez pessoas não atendem.
Por
que eu gosto da transparência de levar a comunidade? Eles também são pagadores de impostos. A transparência. Eu tenho uma prestação
de contas com eles, com a comunidade. Eu também faço essa prestação de contas
via redes sociais.
Mas
também às vezes não sinto tanta dificuldade porque se eu tiver dificuldade, vou
tentar ver essa dificuldade porque sempre sou muito objetivo quando chego nas
Secretarias.
É muito bom
quando a gente tem uma comunidade unida, que batalha, uma comunidade que
reconhece.
Nas
questões partidárias politicamente - Presidente
de Conselho não tem um valor, rendimentos, salários, - e a gente às vezes
pleiteia uma vaga na Câmara Municipal, mas às vezes a comunidade não
corresponde porque simplesmente, às vezes os Vereadores de mandatos chegam e
tentam manipular.
Então
a comunidade tem que reconhecer quem é o líder de fato e de direito, que
realmente trabalha, batalha pela sua comunidade. E dá uma resposta ao poder
público legislativo que realmente temos que votar em quem trabalha
PAULO ENFERMEIRO
–
A questão de saúde na sua comunidade?
CONSTANTINO – Hoje enfrentamos
no Nova República um “fora de área”, aqui a situação é demanda aberta. Temos
uma Unidade Básica de Saúde que nós construímos e hoje duas equipes que não
comportam, não atendem a toda a população de Nova República. As pessoas às
vezes reclamam que como é que temos uma
Unidade Básica de Saúde na própria comunidade e a própria comunidade fica fora
de área?
Sabemos que a demanda
é grande e a oferta é pouca. Solicitamos mais duas equipes. Fizemos a
construção da Unidade Básica da Pompeia que atende Nova República.
Mas
temos que fazer muito pra diminuir as filas. A gente sabe que a nossa saúde
está precária. A gente precisa muito mais avançar, agora depende de cada um de
nós fazendo a sua parte. Vamos cobrar. Não
vamos ter medo de cobrar porque é o nosso dinheiro.
Antes de ser presidente
sou pagador de impostos. Eu quero ver
onde está sendo aplicado, saber onde está sendo investido, na saúde, na
educação pra onde o dinheiro é destinado.
PAULO RENATO – Constantino
faz agora uma prestação de contas dos trabalhos do Conselho Comunitário de Nova
República.
CONSTANTINO – Essa
prestação de contar a gente chama de transparência para a população tomar
conhecimento de tudo o que é executado. E tenho o prazer de dizer nesses dois
mandatos algumas coisas que vou citar aqui.
Na
área da saúde – A construção e
implantação da Unidade Básica de Saúde da Pompeia, que era numa casa alugada e
hoje tem uma Unidade própria. Vamos comprar o terreno agora, desapropriar, foi
destinado um dinheiro do orçamento; implantar também um anexo que estamos solicitando.
Na
educação – Apesar que não temos área
pública, mas ganhamos um CEMEI, perto da Escola Maria Alexandrina do Parque das
Dunas; Estamos em construção de outro CEMEI perto da Biblioteca Pública do
Santarém, perto da Lagoa.
Na
iluminação – Mais de 40 implantações
de luminárias, aumento de potência na Castelo Branco, Santo Expedito, Alto da
Boa Vista, Lauro Bezerra, Pompeia.
Implantações
de lombadas nessas mesmas ruas. Faixas de pedestre.
Brevemente
estamos fazendo um binário, ou seja,
mão única na Castelo Branco e na Santo Expedito, começando da Itapetinga e
também Pompeia.
Transporte – Temos o 81
pela ponte nova; Temos outro que passa na Pompeia.
Limpeza – Cronograma de
limpeza de canteiros de obras, coleta seletiva.
No
Orçamento Participativo – Além das
13 ruas pavimentadas e drenadas, a solicitação da pavimentação e drenagem de
todas as ruas agora em 2017, obra do Conselho Comunitário.
Também
a solicitação de guardas na Pompeia.
Estamos
no dia 25 inaugurando o Restaurante
Popular na Avenida Pompeia com a Santo Expedito.
PERGUNTA
DA OUVINTE MARGARIDA (POMPEIA) - Existe uma ideia de que todo
líder que participa do movimento comunitário, de alguma forma, tem pretensões
políticas, quer seja para ser candidato, ou emprestar apoio a candidatos
majoritários isso é verdade?
CONSTANTINO – O
presidente do Conselho não é remunerado; Eu disse no início da entrevista que a gente pleiteia uma vaga. Eu
fui candidato a vereador. A visão do líder comunitário é chegar a ser
vereador e ter mais força, pra cobrar mais, que tenha mais espaço. É pensando nisso que um líder comunitário pleiteia sim.
E a questão de apoiar outro candidato, quando
ele não sente aquela vontade de ser candidato, não pleiteia uma cadeira no
legislativo, então às vezes ele procura apoiar uma pessoa que possa trazer
benefícios, através do mandato do vereador, do deputado federal ou estadual.
Ele recorre para dar um apoio à comunidade.
PAULO
RENATO – Deixe suas considerações finais para nossos
ouvintes.
CONSTANTINO – Quero agradecer e dizer que realmente o líder comunitário é aquele
que faz um trabalho voluntariamente e que o Conselho é soberano e democrático.
Diante do diagnóstico e das demandas vou continuar lutando, independente de
ser presidente ou não, eu sou morador. O que conseguimos, vamos tentar conseguir muito mais; o que não foi
feito vamos tentar conseguir. Vou estar sempre permanente. Fui eleito pelo povo para atender o povo. Vou
continuar lutando para que a comunidade seja beneficiada.
E quero dizer a minha bela comunidade, na qual
represento que me escolheu como porta voz, que estou à disposição. Só existe conquista com luta. Esse é um dos meus objetivos.