domingo, 18 de dezembro de 2016

Encerramento do Flin contou com grandes nomes das letras brasileira

Fotos: Alex Régis
Cerca de duas mil pessoas lotaram a Praça Augusto Severo, na Ribeira, na note deste sábado (17), no encerramento do 4º Festival Literário de Natal, com show do compositor e cantor Zeca Baleiro e banda. A programação da noite começou por volta das 18h, com bate-papos, também com a participação de Zeca Baleiro, do poeta pernambucano Marcus Acioly e com o espetáculo de Ignácio de Loyola Brandão e, sua filha, Rita Gullo, “Solidão no fundo da agulha”, homônimo do livro do escritor. 

Um bate-papo com o poeta e contador de causos assuense Paulo Varela abriu a programação da noite. O público presente à tenda Moacy Cirne, conferiu os causos sobre o sertanejo e sua terra, com dose de humor e originalidade. O poeta afirmou que trabalhos como Flin têm ajudado a disseminar a cultura popular, por meio do cordel, que vem ganhando cada vez mais espaço na programação.  ­­
Poeta Paulo Varela
Na tenda principal, um dos destaques da programação foi a mesa com o compositor e cantor maranhense Zeca Baleiro e o secretário Municipal de Cultura, Dácio Galvão, “Poesia, Crônicas e Canções”, abordando o tema principal do evento, a palavra escrita e cantada. Zeca Baleiro, apesar de seis livros publicados, afirmou que não se considera escritor, e que essas publicações são encaradas como experiências, sendo sua profissão primeira a composição de músicas. Apesar dessa ressalva que faz questão de fazer quando chamado também de escritor, ele lembra que seu primeiro contato cultural direto, ainda em sua infância no Maranhão, foi com as letras. A leitura era obrigatória em sua casa, numa família de classe média. Zeca Baleiro já musicou poemas de Alice Ruiz, Paulo Leminski, Murilo Mendes e Hilda Hilst, entre outros.

Em seu show, na Praça Augusto Severo, além das suas composições mais conhecidas, ele cantou para o público que o acompanhou, traduzir-se, poema de Ferreira Gullar e musicado por Raimundo Fagner. Ferreira Gullar, morto no início deste mês, foi um dos homenageados do Flin neste ano, ao lado de Bob Dylan, compositor e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura deste ano.

“A Literatura Nordestinada”, foi tema de mesa do poeta pernambucano e integrante Movimento Armorial, Marcus Accioly, com mediação do poeta Diógenes da Cunha Lima. Para um público ávido por poesia, Accioly declamou dois de seus poemas, entre eles Roçado, de seu primeiro livro (ele tem 14 publicados) e um que compõe o livro Nordestinados. Ambos, falando da aridez da vida do sertanejo. 

Na sequência, o público pôde conferir o espetáculo “Solidão no fundo da agulha”, homônimo da obra de Ignácio de Loyola Brandão. A apresentação, sendo esta de Natal a 150ª, tem a participação de Rita Gullo, filha do escritor, que canta as canções em que o escritor remete a fatos passados em sua vida, desde a infância em sua cidade do interior de São Paulo, Araraquara, até fatos relacionados já à sua carreira como autor. A tenda dos autores ficou lotada e pode conferir a importância dada pelo escritor ao Festival Literário de Natal, considerando-o “um resistente” em meio à crise financeira enfrentada pelo país e tendo sido cancelados vários eventos como este, parabenizando o prefeito Carlos Eduardo que acompanhou toda a programação.

O fim da noite e do evento foi marcado pela grande apresentação de Zeca Baleiro, no palco externo, para um público aproximado de duas mil pessoas. No repertório, sucessos de sua carreira de 20 anos, como Flor da Pele (num mix de Vapor Barato, de Waly Salomão), Telegrama, Toca Raul, entre outras músicas, conhecidas do grande público. 

O Flin é uma realização da Prefeitura do Natal, através da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Capitania das Artes, junto com o Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, com patrocínio da Cosern e apoio da Fecomércio. 

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