O
vereador eleito Dinarte Torres falou sobre sua vitória nestas eleições, seus
projetos, e muito mais no último dia 27, durante entrevista ao programa Hora da
Comunidade, na rádio FM 87.9 Litoral Norte com Jeferson Andrade e Edward Rocha.
Confira a entrevista na íntegra:
Dinarte Torres,
evangélico, casado, quatro filhos e morador de Mãe Luíza, onde através de
inúmeros trabalhos sociais comunitários recebeu o apoio maciço dos moradores
desta área.
Jeferson
Andrade - Dinarte,
através de uma entrevista ao Jornal Clarim Natal, em 2008, quando foi candidato
à Vereador de Natal pelo PV você falou que sua candidatura naquela época era “um antigo sonho
chegar à Câmara Municipal para fazer a diferença e poder trabalhar ainda mais
pelo povo”. Você não foi eleito. E oito anos depois, é eleito pelo PMB (Partido
da Mulher Brasileira) com 2.754
votos, onde seu slogan de campanha foi O SONHO DE FAZER
O BEM NÃO ACABOU. Sonho realizado? E agora?
Dinarte
Torres – Sonho realizado. Gostaria de aqui agradecer
primeiramente a Deus por realizar esse sonho, vocês sabem que venho de uma
comunidade simples, como é difícil disputar uma eleição com esses “gigantes”,
com os “tubarões da política”. Então graças
a Deus o sonho se realizou.
Edward Rocha - O que mudou oito anos depois?
Dinarte Torres – A política
brasileira em si, ela está passando por uma grande transformação. As pessoas
hoje estão mais conscientes, nós temos jovens que estão fazendo a diferença, as
pessoas votam pensando na coletividade. O maior exemplo foi que a Câmara
Municipal renovou 50%, ou seja, 14 novos vereadores foram eleitos aqui em
Natal.
Jeferson Andrade - Como você
avalia esta campanha eleitoral com as novas regras? 45 dias foram suficientes
para a sua campanha?
Dinarte
Torres – Na realidade, as novas regras foram importantes. 45
dias não foi o tempo suficiente para se fazer uma campanha, até porque você não
consegue andar nas quatro regiões de Natal em 45 dias. Eu não pude ir em todos
os cantos que eu queria ter ido, até porque eu tenho muitos amigos, eu que fui garçom, fui pastorador de carro,
peguei balaio no Mercado de Petrópolis, e eu tenho muitos amigos. Eu também fiz
uma opção de não fazer o programa eleitoral na TV. Então o tempo é um tempo
curto. Agora, as regras foram importantes porque ela igualou mais essas
campanhas. Deu oportunidade a mim que sou lá do bairro de Mãe Luíza, sem ter
condições, me eleger vereador aqui em Natal.
Edward
Rocha - Como foi o envolvimento do partido em sua
campanha?
Dinarte
Torres – O envolvimento foi maravilhoso. A gente vem nessa
luta, há mais de um ano e meio, organizando essa nominata, através de nosso
presidente municipal Naelson, lá das Quintas, onde nós fomos buscar dentro das
comunidades, pessoas que tinham um sonho e tinham um potencial eleitoral nas
suas bases.
Jeferson Andrade - O
Vereador como integrante do Poder Legislativo Municipal, tem como função
principal o de representar os interesses da população perante o poder público,
além de fiscalizar as ações do Poder Executivo Municipal, através das ações do
Prefeito. Como será o seu mandato? Fará oposição ao
prefeito Carlos Eduardo?
Dinarte
Torres – O meu mandato será um mandato participativo, eu
quero estar ouvindo a população de Natal, eu quero ir às comunidades para
acompanhar de perto. Eu já faço isso na minha comunidade em Mãe Luíza, mas eu
quero fazer em toda a Natal, até porque eu fui muito bem votado na Zona Norte.
Eu tive quase 700 votos na Zona Norte, tive 450 votos na Zona Oeste, e tive 190
votos na Zona Sul. Então nós vamos fazer um mandato participativo e sempre
ouvindo as comunidades, focando sempre na área social e nos problemas que essas
comunidades passam.
Nós temos problemas em
algumas praças em Natal que estão às escuras, trazendo insegurança para a
população, nós temos muitas quadras de esportes que precisam ser melhoradas.
Jeferson
Andrade – É constante a reclamação de lâmpadas apagadas na
Zona Norte, inclusive temos reclamação grande, a do Ginásio Nélio Dias.
Edward
Rocha – E nós constatamos isso. São 12 postes, apenas
dois postes com quatro luminárias, um tinha duas lâmpadas acesas e a outra
tinha uma. E essa semana ligaram pra gente informando que agora só tem um poste
com lâmpadas acesas. É brincadeira isso.
Dinarte
Torres – Isso é uma vergonha. Até porque é uma localidade
importante aqui para a Zona Norte. Um espaço que podia ser utilizado para as
crianças, os adolescentes. Num momento em que nós temos um espaço daquele iluminado,
as pessoas se sentem seguras para ir até o Ginásio Nélio Dias.
Edward
Rocha – Muito se fala em todo início de gestão pública
sobre a implantação de Gabinete Itinerante. Como você pretende por em prática
uma de suas propostas que foi o Gabinete Itinerante para ouvir a população e as
necessidades das comunidades?
Dinarte
Torres – Esse é um antigo sonho nosso, até porque nós que
somos da comunidade, precisamos ter vereadores que escutem os anseios da
população. Então eu quero todo mês passar em uma comunidade diferente para que
eu possa me reunir com os presidentes de Conselhos Comunitários, Associações
Comunitárias, Clubes de Mães e diretamente com o povo.
Nós fomos eleitos para ouvir o povo. O
nosso mandato não é do vereador. O mandato é do povo. O vereador tem que
entender que quem paga o seu salário é a população. Então é obrigação do
vereador sair lá do seu gabinete e vir escutar as reivindicações dos moradores.
Jeferson Andrade - Entre as suas propostas de campanha você também citou a criação de
brinquedotecas nos bairros, para serem utilizadas principalmente no período das
férias escolares. Como você pretende implantar este projeto nas comunidades?
Dinarte Torres – Nós temos
várias praças, na Zona Norte, na Zona Oeste e através dos Conselhos
Comunitários, das Associações queremos fazer através deles essa parceria para
que essas crianças possam ter acesso à questão da cultura, da leitura. Então é
um sonho antigo nosso. Eu fui secretário da Serig e lá nós tínhamos um projeto,
onde se instalava a biblioteca em vários pontos aqui da Zona Norte. E se bem
trabalhado, nós temos feito isso lá em Mãe Luíza, e nós temos tido êxito,
através desse trabalho. Se deu certo lá, então eu tenho certeza que vai dar
certo em todo canto.
Edward
Rocha – O líder, seja ele comunitário ou
estudantil, é aquele que não se acomoda diante das injustiças, mediante a falta
de políticas públicas para a população. Você iniciou sua
trajetória como líder de classe da Escola Estadual Dinarte Mariz, em Mãe Luiza.
Agora como Vereador vai continuar sendo o eterno líder comunitário, buscando
melhorias junto com a população carente?
Dinarte
Torres – Claro. Eu que tenho uma história de luta lá na minha comunidade, como
presidente de grêmio da Escola Dinarte Mariz, fui também presidente do Centro
Desportivo lá de Mãe Luíza, então a gente tem esse “sangue comunitário”.
E eu sei muito bem que se eu não
desempenhar bem o meu papel como vereador e pela tendência natural a estar
dentro das comunidades, com certeza as pessoas não vão votar em mim daqui a
quatro anos não.
Porque tem que ser dessa forma
mesmo. Se você não dá atenção às pessoas, então as pessoas têm todo o direito também
de não lhe dar o voto na próxima vez. Então eu quero fazer um mandato
diferente. Eu quero estar dentro das comunidades de Natal e quero fazer essa
diferença.
Edward
Rocha – Dinarte, você hoje é um vitorioso porque graças a Deus conseguiu ser
eleito. É o primeiro mandato não é isso? Tem muitos projetos já na ponta do lápis, pra
entrar de cabeça já pra ser aprovado?
Dinarte
Torres – Além da Biblioteca Itinerante nós vamos ouvir a população de Natal.
Eu tenho visto que um dos grandes anseios da nossa população é referente à
questão da escritura pública. Eu acredito que se a Prefeitura dá um desconto de
90% na escritura pública, eu tenho certeza que todo cidadão pagaria
tranquilamente 10% do valor da sua escritura pública para ter sua casa
legalizada e a Prefeitura ia ganhar também com isso, porque eu tenho certeza
que nós temos mais de 90% da população aqui da Zona Norte não tem escritura
pública, porque em Mãe Luíza é assim.
Dinarte Torres também respondeu
às perguntas de ouvintes, sobre problemas nas quadras de esportes, iluminação,
entre outros problemas.
Dinarte Torres – Eu acompanho
já de perto a questão das quadras e também das praças públicas e na realidade a
função do vereador eu vou desempenhar com muita honra e muito respeito à vocês.
Que é justamente fiscalizar a Prefeitura, fiscalizar pra onde vai o dinheiro
dos impostos que são arrecadados pela Prefeitura e nós vamos cobrar. Eu
gostaria de dizer a vocês que graças a Deus, eu não devo favores à governador,
à prefeito, à deputado estadual, à deputado federal. Eu devo primeiramente à
Deus e ao povo que me elegeu. Então nós vamos cobrar sim. Vamos ter o nosso
gabinete aberto. E pode ter certeza que vocês vão me ver muito aqui na Zona
Norte, desempenhando a minha função, a real função de vereador que é
fiscalizar.
Edward
Rocha - As pessoas não participam muito nas sessões da
Câmara, você acha que é possível mudar? Qual seria o tipo de incentivo, fazer
com que a população vá participar?
Dinarte
Torres – Claro. A Câmara Municipal de Natal é do povo. Se
não fosse o povo não existia a Câmara Municipal, até porque a lei só funciona
através do voto popular e é importante que as pessoas vão à sessão para que
elas possam ver de perto o desempenho do vereador que ela votou. Às vezes o
eleitor quer cobrar, mas ele não participa do mandato do vereador que ele
ajudou a eleger. Então é importante que a população de Natal, não só através da
TV Câmara, mas que vá pessoalmente às sessões e acompanhe de perto o que seu
vereador está fazendo, através do seu mandato.
Jeferson
Andrade - Deixe uma mensagem para os ouvintes?
Dinarte
Torres - Primeiramente, mais uma vez, eu não posso
esquecer de agradecer à Deus, porque se não fosse da vontade de Deus nós não
estaríamos aqui. Mas deixo aqui um abraço aos moradores da Zona Norte. Eu tenho
um carinho muito especial pela ZN, até porque ter 699 votos na Zona Norte, sem
morar aqui, é porque tenho muitos amigos. Ninguém tem uma votação dessa do
nada. Sou um comunitário, que venho dos Movimentos Sociais, e sempre respeitei
o ser humano como eu gostaria de ser respeitado.
Direção e Produção: Jornalista Waldilene Farias
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