domingo, 13 de dezembro de 2015

Festas de fim de ano nem sempre são motivo de alegria


Nesta época de confraternização, as famílias costumam se reunir, comemorar as vitórias e começar a planejar o ano que virá. Mas, esse momento de alegria não é unânime e algumas pessoas, ao fazer um balanço de conquistas e perdas, podem sentir frustração, desânimo e, até mesmo, desencadear um quadro de tristeza profunda que pode culminar em uma fase depressiva.

“O que ocorre é que algumas pessoas podem observar a passagem do ano e sentem-se tristes ou insatisfeitas com o progresso e ganhos durante o ano. Essa insatisfação pode ser vista pelo sujeito como um ‘fracasso’, gerando baixa autoestima e, junto a isso, o surgimento de uma depressão. É importante lembrar que não se pode considerar qualquer tristeza como depressão. A tristeza é um sentimento normal para qualquer pessoa, e a depressão é um transtorno de humor, que gera prejuízos ao psíquico e ao comportamento do indivíduo”, esclarece o psicólogo do Hapvida Saúde, André Assunção.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Saúde, cerca de 11 milhões de pessoas no Brasil têm depressão, e, deste total, 5% estão no Nordeste. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa é a segunda doença mais incapacitante do mundo e, até 2020, será a primeira. Ao todo, mais de 340 milhões de pessoas sofrem do transtorno psicológico e, por ano, 850 mil pessoas com depressão em seu estágio mais grave cometem suicídio.

O psicólogo explica que quando há, na família, no ciclo de amigos, alguém passando por situação semelhante, é preciso ajudar e não a procura por tratamento, mas apresentar as alternativas para a melhora. “Estar ao lado e não abandonar se torna a melhor forma de ajudar quem passa por tal momento. A depressão causa isolamento e, por isso, acaba sendo comum que a pessoa se afaste dos amigos e da família, mantenha-se longe ou fique pelos cantos da casa. Por isso, é importante que amigos e familiares tenham paciência, estejam por perto e saibam compreender os limites da pessoa em questão”, orienta.

Mas, para quem perdeu um parente recentemente ou, por algum outro motivo, terá de passar esse período sem a presença do familiar, o momento pode se transformar em uma tristeza maior. Embora as pessoas associem o luto diretamente à morte, para a psicologia, ele é desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, seja a perda de alguém querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. 

A terapia exerce o papel fundamental, no qual oferece suporte e auxílio para o paciente superar a dor, mostrando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Com ela é possível encontrar sua própria maneira de lidar com os sentimentos, muitas vezes novos e conflitantes e compreender que não há certo ou errado na maneira em como se vive ou expressa a dor.
Mix Mídia

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