segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Especialista acredita que Zika Vírus pode estar relacionado ao aumento do número de casos da microcefalia

 Neuropediatra Margarida de Pontes

O Nordeste vem enfrentando um elevado número de diagnósticos de bebês com microcefalia. No Rio Grande do Norte o surto da má-formação tem grande incidência. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do norte (Sesap), dos 60 casos registrados no estado, 22 foram apenas em Natal. Depois da capital, os municípios que mais tiveram notificações foram Mossoró (5), Ceará-Mirim (4) e Parnamirim (3). Natal também lidera o número de óbitos registrados entre os casos, com três. Ceará-Mirim e Nova Cruz também registraram mortes.

De acordo com a neuropediatra do Hapvida Saúde, Margarida de Pontes, o surto do Zika Vírus, no início do ano, assim como “outras doenças ocasionadas pelo arbovírus podem estar relacionadas ao aumento do número de casos da microcefalia.” Por este fator, a especialista explica que é preciso ter cuidado contra o aedes aegypti, mosquito causador do Zika Vírus. “As gestantes devem evitar exposição, usar roupas compridas, telas e repelentes naturais, evitando, assim, a doença durante a gravidez e o risco de microcefalia”, orienta.

A má-formação é diagnosticada quando percebe-se que a criança possui o diâmetro craniano inferior à média para a sua idade e sexo. A neuropediatra esclarece que isto ocorre pois o perímetro é diminuído por causa da redução do volume do cérebro. Desta forma, “a microcefalia pode acarretar retardo no desenvolvimento, atraso intelectual, convulsões e alterações comportamentais, podendo haver variações da gravidade, de acordo com o grau de comprometimento”, explica.

As causas, por sua vez, podem ter diversas origens, como problemas genéticos, infecções durante o período de gestação, a exemplo da rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose. Além disso, a ingestão de álcool ou substâncias químicas, sobretudo no primeiro trimestre da gravidez, quando o sistema nervoso está em formação, também pode desencadear o problema.

A neuropediatra esclarece que, dependendo da gravidade, as crianças podem ter um elevado comprometimento e podem ficar incapacitadas permanentemente. No entanto, nem todos os casos são dessa forma e “o tratamento varia de acordo com a manifestação clínica. Como, por exemplo, tratar convulsões, fazer fisioterapia e outros tratamentos de suporte para o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.”

A especialista do Hapvida Saúde explica que é redobrar os cuidados, realizar o pré-natal corretamente e tomar as vacinas. “A melhor forma de prevenção é a realização do pré-natal, se possível, com exames anteriores e orientações específicas, como o calendário de vacinas. A gestante deve evitar a ingestão de álcool, medicações sem prescrição médica, uso de fumo e exposição a fatores como a radiação”, orienta Margarida de Pontes.

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