Mais
um grupo de 40 mutuários do Sistema Financeiro de Habitação foram beneficiados
por determinação da Justiça, a qual reconheceu que os danos estruturais
decorrentes da má construção e da utilização de material de construção de
péssima qualidade, geraram vícios de construção cobertos pelo Seguro
Habitacional, pagos durante todo o financiamento dos imóveis, conforme decisão
da 1ª Vara Cível de Natal.
Para
o Advogado MARCELO Gomes, que atua
há oito anos em defesa dos mutuários do Sistema Financeiro de Habitação no RN, parceiro
do escritório Gamborgi, Bruno &
Camisão Advogados Associados, "o
que mais importa é o resgate da dignidade dessas pessoas que poderão finalmente
recuperar os danos de seus imóveis, encerrando o longo período de angústia e
sofrimento. Isso demonstra o
reconhecimento pelo Poder Judiciário potiguar de um direito já consagrado há
mais de 20 anos pelos demais tribunais da Federação, em consonância com o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça".
Recentemente,
outros grupos de mutuários da Zona Norte de Natal receberam indenizações em
razão dos mesmos direitos e muitos outros mutuários aguardam o cumprimento das
decisões judiciais que já reconheceram os danos de estrutura de seus imóveis.
Não resta outra saída a não ser aguardar a efetividade da justiça
Segundo
o Presidente da FECNAT, José de LIMA Freire, "essa luta vem sendo travada há 08 anos pelas Federações
Comunitárias do Rio Grande do Norte e muito ainda precisa ser feito. Uma vez
que o poder econômico dessas multinacionais de seguro é muito forte e resistem
até o ultimo instante para cumprir o que a Justiça já reconheceu".
Presidente da FECNAT, José de LIMA Freire
Muitos
processos judiciais continuam tramitando normalmente pelas comarcas do Rio
Grande do Norte e aguardando a sua finalização e conclusão.
Um
estudo realizado pela ABRADEM -
Associação Brasileira de Defesa dos Mutuários do Sistema Financeiro de
Habitação demonstra que o problema da má construção das unidades
habitacionais financiadas pelo SFH é nacional e acontece há muitos anos no
país, e todos os mutuários foram obrigados a pagar o seguro embutido nas
prestações, justamente para dar cobertura aos danos físicos estruturais, ou
seja, muitas seguradoras privadas receberam milhares de reais para dar
cobertura aos mutuários.
Já
se constatou que mais de 90% dos imóveis residenciais não possuem fundação de
concreto, ou seja, completamente fora dos padrões da engenharia. Segundo o
presidente da ABRADEM, Roberto Alves Sobrinho, "durante vistorias e perícias nos imóveis foram encontrados
vestígios de troncos de coqueiros utilizados como fundação dos imóveis, gerando
inevitavelmente rachaduras e infiltrações nos imóveis, sem falar no risco de
desabamento. Isso demonstra o grau de irresponsabilidade e omissão".
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