Foto: Blog Sd Gláucia
4º BPM no Conjunto Gramoré/ZN
Entrevista
exclusiva com o comandante do 4º BPM Major Kennedy
No
dia 11 de março o 4º Batalhão da Polícia Militar completou 21 anos de
existência. Em comemoração ao aniversário da instituição foi realizada uma
semana de atividades esportivas, encerrando no dia 15, no Clube dos Correios em
São Gonçalo do Amarante, com uma confraternização da tropa, onde participaram a
população da Zona Norte, além de autoridades, lideranças comunitárias e
convidados.
Em
entrevista exclusiva, o comandante do 4º Batalhão, major Manoel Kennedy Nunes
do Nascimento falou sobre o trabalho desenvolvido na Zona Norte pela
instituição.
Comandante
do 4º Batalhão, major Manoel Kennedy Nunes, 21
anos de atividades de Segurança Pública na região chegou no 4º BPM em 2009.
Segundo
o major, o trabalho desenvolvido pelo 4º BPM trouxe muitos frutos.
“Comprovadamente, por dois anos seguidos, nós somos o Batalhão que mais
apreende armas no Estado do Rio Grande do Norte”, falou. “A criminalidade na Zona
Norte, comparada às áreas 1 (leste), 2 (oeste) e 4 (sul) a gente também se
destaca na redução desses índices de violência de roubos, assaltos e até
homicídios”, acrescentou o comandante.
HOMICÍCIOS - De acordo com o major,
quando se fala em números de homicídios da ZN, há certa distorção, devido ao
tamanho da população da região norte, que chega a aproximadamente 400 mil
pessoas, “proporcionalmente na ZN morre mais gente porque o número da população
é muito maior, enquanto nas zonas leste, oeste e sul os números são bem
reduzidos”, explicou e prosseguiu: “Continuamos trabalhando para atingir este
objetivo de cada vez mais atingir metas na redução da violência e criminalidade”.
4º BPM - TRABALHO EM EQUIPE
Foto: Sérgio Costa - Portal BO
O 4º BPM conta com equipes treinadas para
situações de alto risco e negociação, a Força Tática é uma delas
Através do trabalho em
equipe o 4º Batalhão de Polícia Militar da Zona Norte de Natal vem nos últimos
anos sendo alvo de destaque e elogios devido às apreensões de drogas e inúmeras
prisões. E assim, o Batalhão vai controlando a segurança na Região Norte.
“Este trabalho é feito por uma equipe competente que abraçou a causa que é a
equipe do 4° Batalhão, mas temos o apoio das outras unidades que trabalham na
região norte, como o BOPE, que é na ZN e faz operações junto ao Batalhão; o
Choque, que faz o policiamento da área bancária, comercial, e também nos apóia;
a CIPRED (Coordenação e os Instrutores do
Proerd) que faz o trabalho nas escolas; a ROCAM, que é indiscutível a
sua participação nesse resultado que o 4º Batalhão vem tendo; além da CIPAM (Comitê de Integração de
Políticas Ambientais) na apreensão de paredões. Tudo isso é feito
pelo 4º Batalhão integrado com as outras unidades”, ressaltou o major.
O
comandante destacou também a participação das comunidades, lideranças
comunitárias, presidentes de Conselho Comunitário, e o cidadão que não se
identifica, mas participa diretamente informando o que e onde está acontecendo.
Para
Kennedy, o trabalho em equipe é que faz com que a segurança na Zona Norte seja
diferenciada. “Hoje temos uma segurança que é referência”, frisou ao explicar
que “entre as quatro áreas de policiamento, não tenho nenhuma modéstia de dizer
que pelo trabalho que é feito com a equipe que vai do soldado a minha pessoa (o
comandante) e as outras unidades que nos apóiam que é um trabalho que serve de
referência para o RN”.
PROMESSAS e PROJETOS PARA A ZONA NORTE
O
major Kennedy conta que para a Zona Norte, alguns Programas, estão sendo colocados
em prática, como o Programa Crack é
Possível Vencer. “Um ônibus fará o monitoramento com várias câmeras que
serão instaladas na ZN, inclusive o próprio ônibus tem seis câmeras que irá
monitorar a área e isso vai fazer com que a gente chegue em tempo real no
momento em que algo está acontecendo”.
O
Projeto Pequeno Alferes que vai
trabalhar com jovens de 16 até 17 anos e seis meses, também foi aprovado pela
Senasp (Secretaria Nacional de Segurança
Pública) faltando apenas o depósito na Secretaria de Segurança para ser aberta
a licitação, a compra dos bens e automaticamente o recrutamento e a seleção de
jovens que estudam em colégios no Vale Dourado. É um projeto piloto. “A gente
vai trabalhar primeiro com jovens que estudam em escolas municipais e estaduais
do Vale Dourado e dando certo o projeto será ampliado aos poucos até chegar às
demais comunidades”, revelou o comandante. O Vale Dourado foi escolhido em virtude do
índice de violência e criminalidade que atinge a comunidade, em especial aos
jovens nessa idade.
BASES
COMUNITÁRIAS MÓVEIS
Existe também a previsão de receber três veículos tipo
van que serão utilizadas como Bases Comunitárias Móveis. De acordo com o major,
esse sistema de Base Fixa que existe hoje, concluiu-se que não são tão eficazes
quanto se pensava ser, em virtude de que o crime migra, não permanece no mesmo
local. “No momento que a gente começa a atuar, faz um policiamento direcionado
para aquela área quente, com maior número de ocorrências, automaticamente o
criminoso, o infrator da lei não vai ficar vendo a polícia, ele sai para outro
setor. Então a Base não pode acompanhar essa dinâmica, mas as Bases Comunitárias
que são veículos móveis, esse sim”.
Nas Bases Comunitárias fixas possivelmente deverá ser
mantido o policiamento integrado com a Guarda Municipal. “Se for de interesse
da Guarda Municipal, em alguns locais o Batalhão irá ceder por questões de efetivo.
Porque a gente vai ter que tirar o efetivo de algumas Bases Fixas para colocar
nas Bases Móveis. Tudo indica que nessa deficiência vamos ter uma interação com
a Guarda Municipal”, comentou.
“As Bases Comunitárias Fixas passarão a ser
administradas de forma integrada, seja com um policial civil, a Guarda Municipal,
como estava previsto, e um policial militar. E algumas, como a segurança do
município é competência também do município, diretamente com guardas municipais;
dependendo da localização, do interesse da guarda eles podem assumir a Base na
íntegra, sem precisar da presença do policial militar”, esclareceu Kennedy.
DEFICIÊNCIA
A maior deficiência que o 4º BPM encontra hoje para
trabalhar é a manutenção de viaturas e efetivo. São dificuldades não apenas do
4º Batalhão, mas de todas as unidades.
“Recebemos viaturas novas, mas o próprio terreno, no
caso, a Zona Norte, dificulta a permanência da viatura em condições de trabalho”.
Segundo o major, normalmente nas viaturas novas o primeiro problema que aparece
é o Carter, que é quebrado em virtude das lombadas desnecessárias e construídas
de forma ilegal. A seguir danifica a suspensão, o motor.
Outro problema é efetivo, onde há naturalmente uma
defasagem todos os anos. “São policiais
que morrem de doença comum, em ocorrências, policiais que completam seu tempo
de serviço e têm que ir para a reserva, outros são reformados por questões de
saúde, que também deixam a carreira ativa. Tem também os policiais que passam
em algum concurso e acham melhor dar baixa da polícia militar, tem policial que
é técnico em alguma tarefa, então é necessário que ele saia da área operacional
e vá para uma área administrativa e ainda os que são transferidos sem nenhum
retorno, mas que não vem alguém para seus lugares”, descreveu e frisou: “Essa
defasagem é diária, mas no final do ano existe um somatório que significa e cada
ano que passa isso vai acontecendo com toda a polícia militar”. O 4º Batalhão
perdeu 31 policiais de julho de 2013 até os dias de hoje.
NOVAS
VIATURAS
“Temos a informação que o Estado receberá um bom
número de viaturas adequadas para o serviço policial para substituir as atuais.
As que estiverem em condições deverão ser remanejadas para o interior e essas
viaturas novas trabalharão na capital, em virtude da Copa do Mundo. Isso vai,
com certeza, melhorar muito as condições de todos os Batalhões porque a questão
da manutenção dessas viaturas, com o passar do tempo temos que repor pneus,
pastilhas de freio, óleo e muitas vezes essa manutenção não é prevista dentro
dos projetos que são desenvolvidos”, falou o comandante e enfatizou: “Por isso
que as viaturas muitas vezes vão ficando baixadas por pequenos motivos que
poderiam ser solucionados, se previstos com antecedência”.
O comandante acredita que na aquisição dessas novas
viaturas, já haja uma previsão para isso, “para que a gente não tenha que passar
pelo mesmo problema, que as viaturas semi novas, mas que em virtude de não ter
essa manutenção os veículos baixem e deixem de atender a comunidade”, comentou.
“Acredito que o comandante Araújo que sempre esteve
dando atenção às nossas solicitações, quando da chegada dessas viaturas novas
teremos a reposição de todas as viaturas que tínhamos antes, em torno de 18”,
desabafou o major.
Hoje o 4ºBatalhão tem em média oito viaturas
operacionais em condições de serviço para toda a Zona Norte. “Mesmo em
condições difíceis, mas temos”, destacou Kennedy. “Já chegamos a ter 18 viaturas, mas em virtude
de acidentes e a questão da manutenção, tivemos que baixar algumas para evitar
um problema maior”, ressaltou.
AGRADECIMENTOS
O
comandante do 4º BPM, major Manoel Kennedy Nunes com 21 anos de atividades de Segurança Pública na região chegou no 4º Batalhão
em 2009, quando o coronel Lenildo, era responsável pelo comando, depois
trabalhou com o coronel Mendonça e a seguir o coronel Aribaldo. A frente do
Batalhão o major completou dois anos no dia 20 de janeiro deste ano.
“No momento em que a gente passa mais tempo a frente
de um Batalhão, adquirimos essa condição de conhecer o problema e procurar a
solução de forma mais adequada possível. O suficiente para conhecer os
problemas e saber administrá-los”, falou.
O major Kennedy finaliza a
entrevista agradecendo ao Comandante Geral
da Polícia Militar do RN, Coronel PM Francisco Canindé de Araújo Silva. “Agradeço ao comandante Araújo, ao comandante do CPM que também tem esse
poder de manter o comandante na função. E espero poder dar continuidade ao
trabalho que estamos fazendo aqui, apesar das mudanças que estão acontecendo.
Espero permanecer por aqui que é o que eu gosto de fazer, é onde gosto de
trabalhar e é onde as coisas têm dado certo”, concluiu.
4º BPM, 21
ANOS DE GRANDES REGISTROS
O
4º Batalhão de Polícia Militar, localizado na Rua Bariri, s/n, Conjunto
Gramoré, Bairro Lagoa Azul também é denominado "Batalhão Potengi". Foi
formado na Zona Norte de Natal, com o objetivo de realizar o policiamento
ostensivo geral, a pé e motorizado na sua área de atuação, cooperando com
atividades da segurança e coordenação comunitária e prevenção ao tráfico de
drogas com o desenvolvimento de atividades de preservação da ordem pública.
O 4º BPM conta com equipes treinadas para situações de alto
risco e de negociação, a Força Tática é uma delas. De acordo com o major
Kennedy, esses policiais foram orientados para fazer o efeito surpresa em operações
e ocorrências de relevância. Ao
todo, são 250 policiais divididos em três subáreas e três companhias que
fiscalizam sete bairros e mais de 50 regiões entre conjuntos e loteamentos.
Em
seu histórico o Batalhão traz registros de grandes apreensões de drogas como
a que aconteceu no ano de 2012. O 4º BPM foi o pioneiro na implantação
do Programa Comunidade em Paz, que objetiva uma maior interação entre a
comunidade e a polícia.
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