Francisco Ferraz
O
trabalho de construção da imagem começa por aqueles aspectos da pessoa
do candidato que não admitem modificação como a aparência física e o
nome.
Defeitos físicos, traços demasiadamente pronunciados (um nariz de
Cyrano p. ex.), estatura fora dos limites comuns (muito alto ou muito
baixo), calvície, obesidade ou aparência doentia, para citar alguns
casos mais comuns, interferem na construção da imagem desejada.
Interferem porque atraem a atenção.
Antes de escutar o que o candidato tem a dizer, os olhos são
capturados pela aparência, naquilo que ela tem de curioso, ridículo,
chocante ou intrigante. É preciso então, superar essa primeira barreira
que se apresenta, problema que o candidato de aparência comum não tem
que enfrentar.
Há duas situações bem distintas que exigem uma clara diferenciação:
- Problemas de aparência física que não podem ser alterados, como defeitos físicos;
- Problemas de aparência física que podem ser bem resolvidos, como obesidade.
Com relação aos primeiros, deve-se lidar com eles com o máximo de
naturalidade e discrição. Não se deve agir como se eles não existissem,
porque existem; tampouco se deve forçar os outros a tratá-los com
absoluta naturalidade,desrespeitando seus possíveis sentimentos de pudor
e até de desconforto; não é também de bom tom minimizá-lo, por meio de
brincadeiras exageradas, que visam mostrar que o defeito não é problema
para você.
O que é um problema de aparência física que pode ser resolvido? É
simples. É qualquer aspecto de sua pessoa que chama a atenção
negativamente aos outros, e que é percebido como um problema que tem
solução, ao contrário daqueles outros que resultam de defeitos físicos,
que não podem ser recuperados ou resolvidos.
É a partir esta dimensão, a aparência física, que o trabalho de
construção da imagem do político começa. É sobre ela que os atributos
desejáveis serão acrescentados.
Fonte: Político para Políticos
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