domingo, 29 de dezembro de 2013

Inflação resiste aos juros e índice que corrige aluguéis volta a subir



Analistas de instituições financeiras consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) esperam por elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros




O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,29% em novembro para 0,60% em dezembro, segundo pesquisa divulgada, nesta sexta-feira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados por agências financeiras, entre 0,57% e 0,75%, e abaixo da mediana de 0,63%. A variação acumulada do IGP-M em 2013 foi de 5,51%, também dentro do intervalo das estimativas dos analistas, entre 5,48% e 5,68%, e abaixo da mediana de 5,55%. Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o IPA-M subiu 0,63% em dezembro ante 0,17% em novembro. O IPC-M avançou 0,69% em dezembro ante 0,65% em novembro. Já o INCC-M teve alta de 0,22% em dezembro ante 0,27% em novembro. O resultado acumulado do IGP-M é usado no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis.


A resiliência dos preços diante do remédio adotado pela equipe econômica do governo Dilma Rousseff, no entanto, levou os juros brasileiros a um novo patamar. O Brasil conseguiu atingir a marca, em 2013, de vice-campeão mundial dos juros altos. Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na véspera, mostra que o país ficou em segundo lugar entre os países que mais elevaram os juros, em 2013.

Entre 90 países, o Banco Central (BC) brasileiro perdeu apenas para a República de Gâmbia, um dos menores países da África, com 1,6 milhão de habitantes, fronteira com o Senegal. A alta da taxa básica de juros no Brasil (Selic) foi de 2,75 pontos porcentuais, fechando o ano em 10% ao ano. Gâmbia, o primeiro lugar do ranking, elevou seus juros em 6 pontos porcentuais, encerrando 2013 com 18% ao ano. A Indonésia, que também enfrenta inflação alta, completa o pódio, em terceiro lugar, após elevar os juros em 1,75 ponto porcentual, para 7,5%.

A alta dos juros, porém, não afetou o Índice de Confiança de Serviços (ICS), que subiu 2,6% em dezembro na comparação com novembro, ao passar a 118,9 pontos, interrompendo três meses seguidos de queda, informou a Fundação Getulio Vargas nesta sexta-feira. No mês passado, o indicador havia recuado 0,2%. O Índice da Situação Atual (ISA-S) registrou alta de 0,6% em dezembro, contra alta de 1,2% no mês anterior. Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE-S) mostrou avanço de 4,1% no período, ante queda de 1,3% de novembro.
Inadimplência

Tamanha confiança no setor de serviços, no entanto, não impediu que a inadimplência das pessoas jurídicas crescesse 6,7% em novembro ante o mesmo mês do ano passado, e avançasse 2,3% ante outubro, informou também nesta sexta-feira a Serasa Experian. No acumulado de janeiro a novembro, o indicador teve alta de 1,9% ante o mesmo intervalo de 2012. Segundo economistas da Serasa Experian, as recentes altas das taxas de juros, as oscilações da taxa de câmbio e o atual cenário de desaceleração da economia estão contribuindo para o aumento da inadimplência das empresas brasileiras no último trimestre de 2014.

As turbulências na hora de receber o que foi vendido, segundo analistas, influencia também no Índice de Confiança do Comércio (Icom), que caiu 3% na média do trimestre concluído em dezembro frente ao mesmo período do ano passado, mostrando uma evolução favorável por conta das festas de final de ano, segundo o relatório da FGV divulgado nesta manhã. No resultado anterior, referente ao período de três meses findos em novembro em comparação com igual trimestre de 2012, a confiança havia recuado 5,2%.

O indicador que mede a percepção do setor em relação à demanda no momento atual – o Índice de Situação Atual (ISA-COM) médio – subiu 2,9% no período, na melhor comparação interanual mensal desde fevereiro de 2013 (7,9%). A FGV divulgou ainda que o indicador trimestral do Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,3%. O setor varejista iniciou este trimestre tropeçando, com suas vendas avançando 0,2% em outubro, marcando o oitavo mês seguido de expansão mas voltando a desacelerar, segundo informou neste mês o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dívida

As contas do governo central (Governo federal, Banco Central e Previdência), no entanto, serão pagas em dia. Segundo o Tesouro Nacional, o superávit primário registrado em novembro foi recorde de R$ 28,849 bilhões. Nos onze primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros acumula saldo positivo de R$ 62,418 bilhões. Já a Previdência Social apresentou, no mês passado, déficit de R$ 4,984 bilhões, ainda segundo dados do Tesouro.
 Correio do Brasil

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