Com Idalécio Maranhão
Amigos
mais uma vez estamos aqui nesta jornada de palavras e desta vez gostaria de
apresentar a vocês este texto do jornalista Arnaldo Jabor que descreve bem a
realidade nossa do dia a dia da nossa realidade.
“Fui
criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais,
professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e
consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável
responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças
da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos
sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo
que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
Pelo medo
no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos
para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem
em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para
corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas
salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas
e portas.
Que
valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma
cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O
que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma
tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um
sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se
tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder
tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites
de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara
e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar
olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de
quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o
“TER”, viva o “SER”.
E viva o
retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera,
leve como a brisa da manhã! E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero
ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e
fraternidade como bases.
Vamos
voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde
as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar…
Quem sabe
comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos
netos certamente nos agradecerão!”.
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