Coluna
Panorama Comunitário com Idalécio Maranhão
Não sou
político nem tenho aspiração alguma por algo na área. Mas sou um grande
admirador da figura do político. Quem não aceita a realidade como ela é
argumenta que a política é suja, que política e corrupção andam de mãos dadas,
e outras coisas semelhantes.
Mas o
fato é que o político é uma das pessoas mais bem preparadas para lidar com o
ser humano. O eminente político é o sujeito inteligente, astuto, articulado,
objetivo, versado em várias áreas do conhecimento. Dizer que ele dá nó até em
pingo d’água não é exagero, e se político eu fosse, tomaria uma afirmação
dessas como um elogio.
Política definições - 1 Arte e
ciência da organização e administração de um Estado, uma sociedade, uma
instituição etc. 2 O conjunto de fatos, processos, conceitos, instituições etc.
que envolvem e regem a sociedade, o Estado e suas instituições, e o
relacionamento entre eles. 3 O gerenciamento de uma dessas instituições ou do
conjunto delas.4. Habilidade para negociar e harmonizar interesses diferentes:
Será preciso uma boa dose de política para conciliar as partes. 5. Esperteza,
astúcia para obter alguma coisa. Eu, mais uma vez pretensiosamente,
acrescentaria às definições acima que a política é a arte de usar a mentira e a
verdade sempre em favor próprio.
É o que eu tenho visto
ultimamente na reta final da corrida eleitoral em minha cidade. E que
certamente se repete Brasil afora. Os fatos estão aí e cada candidato usa esses
fatos de acordo com suas conveniências.
É como a
metáfora do copo com água até a metade. Uns diriam que está meio cheio, outros
que está meio vazio, de acordo com a conveniência. E o povo no fim das contas
sabe de muito pouco. E como sabe pouco, tende a acreditar em tudo que lhe
colocado a frente sem ter lá muito tempo e muito menos hábito de questionar.
O que
vejo é que o povo ainda tem a visão barata de que para ser levado a sério,
qualquer um, incluindo aí os políticos, deve assumir uma postura supostamente
íntegra. Ou seja, para ser levado a sério, você tem que ser, ou passar a imagem
de ser bonzinho, certinho, daquele tipo de cidadão sempre feliz que não faria
mal a uma mosca.
Somos
estimulados pela mídia romantizada a acreditarmos que o jeito certo é o jeito
do final feliz, da vitória certa do herói, do conto de fadas perfeitinho. Mas a
vida não é assim. As vezes penso que toda escola deveria ter uma disciplina
denominada CINISMO, na qual seria ensinada às crianças a verdadeira qualidade
da vida humana, que não é necessariamente ruim, mas que também não é uma
maravilha.
Absurda
essa idéia? E o fato de o povo passar a vida toda entendendo os fatos de forma
distorcida, não é absurdo maior? É na política e no jogo do poder onde os fatos
se desenrolam na sua mais pura realidade. Mas essa realidade é ocultada a todo
o momento porque a sociedade espera que seus homens públicos sejam antes de
mais nada os baluartes da moral e dos bons costumes.
E como
diz o ditado, o que os olhos não vêem (e os ouvidos não escutam) o coração não
sente. E assim segue a sociedade acreditando em Papai Noel. A partir de então,
a cada grampo telefônico que cai em domínio da imprensa seguem-se as
exclamações: Oh, que escândalo!
Evidentemente
há situações em que grampos e escutas revelam de fato crimes abomináveis, mas
em outros casos, revelam apenas a realidade das coisas. O político, como
indivíduo pode ter e seguir lá seus ditames morais.
Mas
quando eu vejo nosso vice-presidente José de Alencar falar tão bem do
presidente Lula no Canal Livre da Band, diante de expoentes do jornalismo
brasileiro, concluo de duas uma: Ou ele foi absolutamente honesto e disse o que
diria diante de Deus sem o menor pudor, ou foi absolutamente inteligente e
sagaz. Ou seja, fazendo ele parte do governo, querendo imortalizar seu nome
junto à História do país, diante de renomados jornalistas, num momento de
audiência qufaliicada, criticaria o Lula em algum ponto? Não né!
Por
interesses políticos, vale qualquer coisa. E quando digo interesses políticos,
digo PODER. Isso me faz lembrar a cena do filme O Poderoso Chefão III, na qual
Michel Corleone se confessa emocionado, ao Bispo. Logo mais, em conversa com
sua irmã, ele diz: “… ele (o Bispo) pode ser útil para nós”.
Quando o
poder está em jogo, definitivamente não se dá ponto sem nó. Um mal necessário
Com toda a má reputação que a política, de uma forma geral, adquiriu nesse
país, ainda assim, é um dos poucos senão o único caminho que podemos escolher e
trilhar para MUDAR ALGUMA COISA DE FATO na sociedade.
Poucas
ações têm um impacto tão amplo quanto as ações motivadas por vontade política.
É na política acima de tudo que está a transformação social efetiva. Isso vale
tanto para os agentes políticos em si, do executivo e legislativo, que têm nas
mãos o poder real, como para nós, cidadãos, que podemos através do voto, fazer
valer nossa vontade. Por Ronaud Pereira
Fonte: Política
e hipocrisia (http://www.ronaud.com/sociedade/politica-e-hipocrisia/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário