A taxa de desemprego no Brasil recuou a 4,3% em dezembro,
fechando 2013 com taxa média de 5,4%, menores níveis históricos. A renda
da população, por sua vez, apresentou um leve recuo no mês passado.
Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira, em
novembro, o desemprego já havia recuado a 4,6%, quando igualou a mínima histórica até então registrada em dezembro de 2012.
Pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters mostrou que, pela
mediana das previsões, a taxa cairia a 4,3% no mês passado. Ainda
segundo o IBGE, em dezembro o rendimento foi a R$ 1.966,90, queda real
de 0,7% sobre novembro mas, em comparação com dezembro de 2012, houve
alta de 3,2%. Em 2013 fechado, a média anual do rendimento subiu 1,8%.
A população ocupada cresceu 0,2% em dezembro na comparação com
novembro e recuou 0,5% ante o mesmo período do ano anterior, totalizando
23,330 milhões de pessoas. Já a população desocupada chegou a 1,061
milhão de pessoas, queda de 6,2% ante novembro, e queda de 6,6% sobre um
ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
Baixos níveis de desemprego foram vistos ao longo do ano passado
apesar da fraqueza da economia, favorecendo o desempenho do consumo no
país e o setor de serviços. A PME, que leva em consideração dados
levantados em apenas seis regiões metropolitanas do país, está com os
dias contados porque o IBGE passará a publicar uma pesquisa sobre
emprego mais ampla, denominada Pnad Contínua e que terá periodicidade
trimestral. Por essa nova metodologia, a taxa média de desemprego do
país estava em 7,4% no segundo trimestre de 2013, dado mais recente
conhecido.
Dado histórico
Ainda segundo cálculos do IBGE, a taxa de desocupação caiu sete
pontos percentuais de 2003 a 2013. O instituto apresentou a
retrospectiva dos 11 anos da Pesquisa Mensal do Emprego, que teve sua
metodologia atualizada em março de 2002. Enquanto em 2013 a média
aritmética do desemprego alcançou 5,4%, em 2003, primeiro ano em que a
metodologia anual foi aplicada nos 12 meses, a taxa chegou a 12,4%.
Nesse período, o contingente de desocupados caiu 49,5%, de 2,6
milhões para 1,3 milhões, e a população ocupada subiu 24,8%. Dentro da
alta, destaca-se a evolução do percentual de trabalhadores com carteira
assinada do setor privado, que avançou 11,6 pontos percentuais, de 39,7%
para 50,6%. Em termos de contingente, a população ocupada com carteira
assinada no setor privado subiu 58,2%, com as mais fortes altas em
Recife (89,4%) e Salvador (78,3%), e a menor no Rio de Janeiro (41,1%).
De 2010 a 2013, no entanto, houve uma acentuada queda no ritmo de
retração da população desocupada. Enquanto de 2009 para 2010 o
contingente caiu 15%, de 2012 para 2013, a queda foi dez vezes menor, de
1,5%, inclusive com registro de alta de 7,3% em Recife e de 17,9% em
Salvador. O rendimento médio real habitual foi outro indicador que
aumentou de 2003 a 2013, avançando de R$ 1.488,48 para R$ 1.966,90. A
evolução representa um ganho de 29,6% no poder de compra.
A renda medida pelo IBGE mostra também algumas mudanças regionais: em
2003, a de São Paulo era 13% maior que a média geral, vantagem que caiu
para 6% em 2013. Já Belo Horizonte, que era 12% menor em 2003, fechou
2013 3% menor que a renda geral.
Tal mudança é reflexo da variação registrada no período: enquanto São
Paulo teve aumento de 22,2% da renda, o menor entre as seis regiões
metropolitanas, Belo Horizonte teve o maior, de 43,6%. Depois da região
mineira, o Rio de Janeiro teve a maior alta, de 40,6%, seguido por Porto
Alegre (35,4%), Recife (31,3%) e Salvador (25,4%).
Correio do Brasil
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