segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Vereador eleito Kleber Fernandes: “Não cabe mais o político escondido nos gabinetes, trancado, ou de quatro em quatro anos dando tchau de cima de um veículo”


O Vereador eleito Kleber Fernandes concedeu entrevista no dia 09 de Novembro, ao Programa A Hora das Comunidades na Rádio 87.9 FM Litoral Norte com Jeferson Andrade e Edward Rocha

Kleber Fernandes da Silva foi eleito vereador de Natal pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) com 5.061 votos, integrando a coligação “Natal melhor de novo”.  O advogado e administrador de empresas é casado, tem um filho, e já exerceu a função de  Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e Diretor Geral do Procon Municipal.
No mês de outubro passado Kleber Fernandes lançou seu primeiro livro "GUIA PRÁTICO DO CONSUMIDOR",

Confira a entrevista na íntegra:

Jeferson Andrade - Quem é Kleber Fernandes?

Kleber Fernandes – É uma satisfação está aqui de volta, primeiro porque viemos durante a Campanha, e agora, uma honra de vir como Vereador eleito.
E respondendo sua pergunta: Sou um jovem que não venho de família política, minha família é família humilde, veio do interior do Estado, perdi meu pai aos 15 anos de idade, minha mãe é uma simples dona de casa, mas a gente conseguiu construir uma trajetória política, através de muito trabalho, esforço, dedicação.

Na escola me destaquei, fui líder estudantil, depois entrei na Faculdade, fui presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes), fiz dois cursos superiores, me formei em Administração de Empresas, depois me formei em Direito, passei na prova da OAB antes de concluir o curso, me tornei advogado.

Durante esse período como militante do movimento estudantil, tivemos também uma projeção, através de ações sociais, envolvendo as instituições de ensino superior nas comunidades carentes de Natal, o que consequentemente gerou uma visibilidade positiva e o convite para que eu me filiasse a um partido político. Eu me filiei ao PDT, um partido que estou há 12 anos, um partido presidido pelo Prefeito Carlos Eduardo.

Tive a condição e a honra de ser presidente da Juventude do partido, fui dirigente nacional do PDT, e construímos uma história de militância.

Já fui assessor parlamentar do deputado estadual Álvaro Dias, que hoje é o vice-prefeito de Natal eleito na chapa com Carlos Eduardo. Fui quase quatro anos assessor técnico do Ministério do Trabalho e Emprego na antiga DRT (Delegacia Regional do Trabalho), Conselheiro do Sistema S (Sesc, Senac, Sesi e Senai), fui assessor do Prefeito Carlos Eduardo durante a Campanha. Ele eleito me convidou, fui diretor do Procon de Natal, desenvolvi um trabalho muito forte na defesa do consumidor, fui Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e candidato a vereador com o histórico de trabalho, de luta de dedicação do nosso envolvimento com as comunidades, a gente conseguiu ter o reconhecimento do povo e consequentemente ganhei a eleição com 5.061 votos, sendo o nono vereador dos 29, o 6º da minha coligação

Edward Rocha - Como iniciou sua trajetória política?

Kleber Fernandes – O ponta pé inicial foi na época de estudante, já na escola eu me destaquei no Grêmio Estudantil, depois na faculdade fui líder estudantil. A gente começou a levar um trabalho onde os estudantes universitários desenvolviam ações sociais em comunidades carentes, estudante de direito com assessoria gratuita, odontologia com aplicação de flúor, enfermagem com verificação de pressão, teste de glicemia, estudante de psicologia fazendo palestra, uma grande visibilidade na cidade e que gerou essa votação expressiva nas urnas no último dia 02 de outubro. 

Edward Rocha - Que avaliação você faz sobre seu resultado das urnas? 

Kleber Fernandes – Eu faço uma avaliação bastante positiva. A gente viveu um momento novo na política nacional, onde a sociedade brasileira estava clamando por ética, moralidade, por alternância de poder e por oxigenação da classe política, por nomes novos, pessoas qualificadas, preparadas para bem representar a sociedade e, dentro desse contexto, com o nosso histórico de luta, atrelado também à nossa formação acadêmica como administrador e advogado, como alguém que já exerceu vários cargos públicos as pessoas entenderam que nós estávamos credenciados, qualificados para ser um bom representante, um bom legislador. Era isso que a população esperava, procurava. E acho que isso facilitou o nosso desempenho. Eu entendo como um desempenho positivo. 5.061 votos, dos quais a gente conseguiu ter uma votação expressiva, tanto na classe média como nas áreas mais periféricas da cidade, uma inserção em bairros mais carentes. Aqui na Zoa Norte foi a zona onde eu fui mais bem votado, a zona 69 eu tive mais de 1.600 votos, só na Zona Norte. Então uma votação bastante expressiva, fruto de um trabalho sério, permanente, constante e da credibilidade que nós conseguimos conquistar junto à população de Natal.

Jeferson Andrade - Você acredita que seu empenho como Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e Diretor Geral do Procon Municipal, deixando marcas positivas na cidade, tiveram influências em sua vitória?

Kleber Fernandes – Sim, uma influência total. Como diretor do Procon eu tive uma visibilidade muito positiva em ações de fiscalização enfrentando grandes grupos econômicos. Aqui na Zona Norte mesmo fechamos supermercado, o Carrefour durante um dia inteiro numa ação de fiscalização, fiscalizando, punindo, exigindo medidas de respeito ao consumidor natalense. Muitas entrevistas em rádio, TV, jornal, nos Blogs, sites, nas redes sociais, uma visibilidade positiva do nosso trabalho. O projeto Natal sem dívidas pra fazer com que a população pudesse repactuar os seus tetos, resgatar o seu nome que muitas vezes inserido no SPC, no Serasa, pudessem resgatar o seu crédito diante do comércio. O projeto de educação para o consumo, palestras nas escolas, faculdades, nas instituições, na Federação do Comércio, na CDL, Associação de lojistas. Uma visibilidade muito grande.

Como Chefe do Gabinete Civil uma experiência única, acompanhando o Prefeito, opinando, sugerindo, participando, indo à Brasília com ele, despachando com o Ministro, buscando recursos, tratando com todo o secretariado da Prefeitura, fazendo a interlocução com a Câmara Municipal, discutindo com os vereadores, projetos de leis que iam ser vetados, sancionados, tratando com a Procuradoria, ou seja, uma experiência que nos dá uma condição de ter um raio x, um diagnóstico total da Prefeitura, das suas dificuldades, suas limitações, suas potencialidades, suas perspectivas.

Então isso nos deu também uma visibilidade e uma agregação de experiência política administrativa pessoal que consequentemente nos credenciou diante da população como um nome preparado e apto para ser um bom parlamentar para Natal.

Edward Rocha - Quais são as suas principais preocupações para o início do seu mandato?

Kleber Fernandes – A gente se preocupa muito com a situação financeira que os municípios brasileiros enfrentam, de uma forma geral. É uma dificuldade nacional. Hoje há uma frustração de receitas que consequentemente inviabiliza muitos investimentos. Hoje a arrecadação própria do Município não é suficiente para arcar, inclusive com folha de pagamento, então isso é uma preocupação que exige medidas de austeridade, de controle que o Prefeito já vem adotando.

Mas o que nos preocupa é justamente essa dificuldade orçamentária que os municípios brasileiros, e Natal não está fora desse contexto, pra que a gente possa implementar medidas outras que possam viabilizar melhorias no avanço da cidade, da qualidade de vida do cidadão natalense.

Mas nós temos a esperança de fazermos um mandato sério, comprometido, auxiliando o Prefeito, ajudando no que for necessário pra que Natal continue avançando, discutindo com a população, com a sociedade. Defendemos um mandato participativo, itinerante nos bairros, ouvindo a população, identificando as principais necessidades de cada bairro, cada comunidade, e assim, dando encaminhamento, despachando com os secretários, levando assunto ao Prefeito, fazendo audiências públicas, discutindo na Câmara, exercendo de fato, o papel do Vereador, próximo da população, porque a sociedade espera essa aproximação do Vereador com o povo, porque hoje, de fato, há uma carência muito grande de representatividade política.
Edward Rocha, Vereador eleito Kleber Fernandes e Jeferson Andrade

Jeferson Andrade - Com relação à renovação na Câmara Municipal de Natal, você acha que melhorou ou acredita que essa renovação não vai diferenciar tanto em relação aos velhos costumes da Casa? 

Kleber Fernandes – Eu acho que melhorou muito, avançou bastante, foi uma resposta da população nas urnas, uma renovação de praticamente 50%, a metade da Câmara mudou. São vereadores novos que chegam com novas ideias, com novas perspectivas, novos sonhos. E como eu disse, nesse momento novo, onde a sociedade está mais exigente, mais presente, tem cobrado mais, acompanhado mais. Antes mal se falava em política, as pessoas não gostavam de discutir política. Hoje, abrindo as redes sociais todo mundo está opinando, sugerindo, participando, questionando, cobrando, interagindo, fiscalizando, exigindo.

Então eu acho que dentro desse contexto de renovação da Câmara, atrelado à esse perfil do cidadão brasileiro que tem ficado mais criterioso, mais exigente, entendo que vai haver grandes avanços.

Edward Rocha – E as condições para a execução de projetos? Tem que ter uma verba da Prefeitura para que seja executado aquele projeto?

Kleber Fernandes – É verdade, é preciso que haja previsão orçamentária pra que a execução desses projetos possa se concretizar. Diante de toda a crise a gente tem que enfrentar através de alternativas de baixo custo, ou até de custo menor.

Eu defendo muito as ações do voluntariado. Hoje a gente tem uma quantidade de instituições de ensino superior muito grande, muitas faculdades em Natal, muitos estudantes universitários, sem perspectiva de por em prática aquele conhecimento teórico que é adquirido em sala de aula. Às vezes ele até está estagiando, mas está botando em prática aquele conhecimento que ele adquire na teoria da sala de aula.

E nas ações de voluntariado, está aí as igrejas fazendo, as organizações não governamentais fazendo, por que o poder público não pode fazer? Por que a gente não pode usar a escola aberta no final de semana? Por que a gente não pode ter ali como um espaço de interação da comunidade acadêmica, das instituições de ensino superior dentro da comunidade carente, usando a escola aberta no final de semana? Com assessoria jurídica, aplicação de flúor, palestras, atendimento, orientação, cursos, qualificação profissional, com interação com a iniciativa privada, através dos Conselhos Comunitários, Centros Desportivos, até mesmo pra lazer. Um estudante de educação física, por que ele não pode estar uma Academia da Terceira idade, dando uma orientação ao idoso? São muitas atividades que ele ali quer apenas adquirir uma experiência prática e quer ter um certificado, uma declaração da Prefeitura como horas extras curriculares, mas que vai somar e agregar valor pra vida profissional dele, pra o currículo dele. Ele vai aprender, vai pôr em prática, vai ser importante pra ele, é importante pra sociedade, o custo é pequeno e a Prefeitura, o poder público cumpre a sua parte de interagir, de ser o interlocutor, um agente mediador dessas ações com o custo pequeno ou até custo zero.

Então, são situações que diante da crise é preciso inovar. Tem situações de medidas, até de inovação de gestão pública que, por exemplo:
O comércio do Alecrim – Há alguns espaços de ordenamento, de ocupação desordenada do espaço, de ambulantes, muitas vezes a informalidade do comércio, a falta do estacionamento; Então são algumas situações que se a gente entregasse a um Núcleo de Pesquisa e Extensão da Universidade, a Empresa Júnior da Universidade, grupos de estudantes dos cursos de Engenharia, Gestão Pública, Administração, Economia, Direito, que pudessem apresentar soluções. Se a gente pudesse publicar um edital, uma chamada pública com premiação para os melhores projetos de gestão pública, de inovação de gestão municipal, onde se pudesse apresentar alternativas para o trânsito, o meio ambiente e urbanismo, para a iluminação pública, a economia e contenção de despesas, envolvendo a comunidade acadêmica, os universitários, dando soluções e premiando. Às vezes se contrata uma consultoria de uma instituição renomada que talvez não dê o mesmo resultado em termos de custo benefício de um grupo desse que pode trazer soluções que as vezes um funcionário público que está ali há anos, as vezes esperando a sua aposentadoria chegar, não teve a perspicácia ou não está reciclado, atualizado o suficiente pra apresentar uma resposta à altura do que a sociedade espera através das suas ações.

Edward Rocha - Você pensa ser o líder do Prefeito na Câmara?

Kleber Fernandes – Isso é uma decisão que cabe ao Prefeito. Mas, a princípio a nossa pretensão é de colocar o nosso nome à disposição dos vereadores para ser um candidato para Presidente da Câmara Municipal de Natal. Nós já colocamos isso em algumas entrevistas publicamente, estamos dialogando com vários vereadores, levando as nossas intenções, ouvindo, identificando quais são os anseios.

A gente precisa fazer um trabalho de aproximação da população com o poder legislativo. Durante a Campanha falamos muito sobre isso, que uma pesquisa recente, 67% da população natalense nem lembrava mais em quem tinha votado pra Vereador na eleição passada. Veja que coisa grave. Isso é um reflexo do afastamento do poder legislativo, dos vereadores, da comunidade.

Então com uma Câmara mais próxima, Câmara itinerante, Câmara nos bairros, uma FM Câmara, uma TV Câmara mais incisiva, mais democrática, um site que passe a informar à população os projetos que estão em andamento, os requerimentos, as faltas dos vereadores, transparência nas contas, quem são os seus assessores, os cargos comissionados, os efetivos, quanto eles ganham, os que ele fazem, quais são as suas atribuições, a despesa com a verba de gabinete, em que ela é investida, de que forma, a prestação de contas. Então com essa interação, aproximação entendo que a Câmara vai ter uma visibilidade mais positiva diante da sociedade.

E dentro desse contexto, a gente tem colocado o nosso nome à disposição dos colegas vereadores, ouvindo, dialogando e discutindo possibilidades de mudança administrativa para avançarmos e darmos uma imagem, um conceito diferenciado da Câmara Municipal para a sociedade natalense.

Jeferson Andrade – Você foi às ruas durante toda a Campanha. O que mais você ouviu nas comunidades?

Kleber FernandesCada comunidade é uma realidade diferente. Se a gente chegar em Candelária, Capim Macio, Morro Branco há uma queixa; Se a gente chegar no Câmara Cascudo, Boa Esperança a queixa é outra; Cada bairro, comunidade tem uma situação diferenciada, mas todos ele tem suas reivindicações. Na Zona Norte, em algumas comunidades a infraestrutura, drenagem, pavimentação, o calçamento; Em outros é a iluminação, transporte coletivo; Então isso depende de região para região.

Mas o que eu ouvi muito, disparadamente foi a questão da Segurança Pública. Isso é um fato que preocupa muito a população natalense, e que apesar de ser uma atribuição, responsabilidade do poder público estadual, que é quem detém o controle da Polícia Militar, Polícia Civil, da investigação, e assim por diante, o Município precisa implementar alternativas de combate também à questão da insegurança, através de uma iluminação pública mais adequada, de uma ação mais incisiva nas áreas de maior vulnerabilidade social. A Guarda Municipal precisa ter investimentos, de qualificação, capacitação, de valorização. E assim a gente poder fazer uma interação com a comunidade. A Prefeitura já começou um trabalho com a Rondas nas escolas, nas Unidades de Saúde, com um custo bem menor se fosse contratar uma segurança privada, valorizando a Guarda Municipal. Então são ações como essas que precisam ser reforçadas e consequentemente valorizar a Segurança Pública da nossa cidade.

Jeferson Andrade – Diante do que você viu e ouviu durante o processo eleitoral, onde a população entra-se mais desacreditada? Qual comunidade ou região?

Kleber Fernandes – Isso é geral, da classe média à mais humilde. O descrédito é generalizado. A gente pôde observar isso por onde nós andamos. Na periferia, naquele lugar mais humilde, as pessoas diziam ‘Olhe eu não acredito mais em político, eu tô decepcionado, a gente vê liga a TV, rádio jornal, só ouve informação de denúncia, corrupção, investigação, desvio de dinheiro. Então isso nos entristece bastante’.

A classe média do mesmo jeito. Era o médico, o advogado, dentista, contador, funcionário público, todos também da mesma forma, questionando, apresentando a indignação, sua decepção. Muitos até viajaram. A classe média viajou no dia da eleição. As pessoas desestimuladas a participar do processo eleitoral, processo decisivo que iria ter uma influência direta na vida cotidiana da população.

Mas a descrença é tamanha que as pessoas abriram mão, muitas delas do seu direito de escolher os seus próprios representantes, mesmo diante de todas as dificuldades que estamos vivendo.

Edward Rocha – Como Vereador a partir de 2017 o que pretende fazer com relação aos vendedores ambulantes, camelôs no sentido de reorganizar o local, principalmente o trecho da avenida norte que tem um grande trânsito e a gente sabe que o camelódromo foi criado no sentido de retirar o excesso de bancas das calçadas, e que hoje está tudo do mesmo jeito.

Kleber Fernandes – Isso é uma atribuição de competência do poder legislativo. Não é o Vereador que resolve. Uma atribuição da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur) através da Prefeitura. Mas, o Vereador tem o seu papel de fiscalizar, acompanhar, propor, então entendo que se faz necessário um levantamento, recadastramento de quem são aquelas pessoas. Há muitas denúncias, informações que precisam ser apuradas de que são poucos proprietários de bancas que alugam e cedem o espaço, sublocam para outras pessoas exercerem atividade comercial ali. Então dizem que são alguns proprietários daquelas bancas que alugam para terceiros fazer um trabalho.

O ideal é que a gente oportunizasse, que houvesse um recadastramento, um levantamento, qualificação, que a gente pudesse fazer palestras de orientação a esse pessoal, cursos de qualidade no atendimento, cursos de vendas, de controle de finanças, de contabilidade. Que pudessem ter além disso, uma parceria com o Sebrae pra que eles pudessem entrar no comércio formal, tirar o Cnpj, se tornar um micro empreendedor individual, ter sua maquineta de cartão de crédito de poder emitir sua nota fiscal. Poder dar o direito que o consumidor tem de uma garantia de um produto, de um serviço. Talvez até buscando uma parceria com a iniciativa privada, um Banco, uma operadora de cartão de crédito, alguém que queira financiar um projeto de investimento, de padronização daquele comércio informal ou daqueles quiosques. De colocar umas bancas mais organizadas, padronizadas, com identificação, com uma condição mais digna de trabalho, que não ocupe as calçadas, as vias públicas, que respeite o pedestre, o deficiente físico.

É preciso que seja feito um trabalho incisivo nesse sentido. E nosso mandato vai estar à disposição para contribuir, discutir, pra fazer audiência pública, pra chamar a Associação dos Comerciantes, os ambulantes os comerciantes, os vendedores, a Secretaria, e assim por diante, pra gente fazer um trabalho em conjunto, de mãos dadas buscar a solução.

Jeferson Andrade - O que Natal pode esperar do vereador Kleber Fernandes?

Kleber Fernandes – Pode esperar um mandato participativo, ouvindo a população, itinerante, visitando os bairros, ouvindo em cada comunidade, presente nas comunidades de Natal, porque essa interação é necessária.

Muitas vezes o vereador muito bem intencionado com o melhor projeto do mundo, apresenta uma solução para um bairro onde ele não tem um convívio direto. E aí as vezes, seu João carroceiro, dona Maria lavadeira tem a solução muito mais viável porque ele está lá no dia a dia, convive, sabe a dificuldade, ele sente na pele. Então ele pode propor, orientar e dar uma alternativa pra que o Vereador faça o Projeto de Lei, faça a sua atividade, baseado naquilo que a população apresenta como solução.

Então essa interação no bairro é muito importante. A população pode esperar um Vereador presente, atuante, que se qualificou, se preparou para ser um bom parlamentar. É um Vereador que tem uma experiência de gestão, que conhece a administração pública municipal, que tem um diagnóstico das demandas da cidade e que vai dar uma grande contribuição à Natal, através do nosso mandato.

A partir de janeiro, quando tomarmos posse a gente tem essa intenção de estabelecer um calendário junto às comunidades e também de forma virtual possibilitar através do nosso site, de aplicativo, de celular a gente fazer essa interação, que a comunidade possa mandar projetos, ideias, denúncias, reivindicações e agente possa ser esse porta voz, esse mediador da comunidade para com o poder público.

Jeferson Andrade – O que você achou desse pacote de medidas que o Prefeito lançou recentemente na Câmara Municipal?

Kleber Fernandes – Achei necessário, diante da dificuldade financeira, os municípios brasileiros enfrentam uma frustração de receitas, queda de arrecadação, dificuldades de honrar com a folha de pagamento e consequentemente essas medidas de controle, de austeridade, economia, contenção de gastos se fazem necessárias.

Por exemplo – A redução desses incentivos fiscais, existe um projeto, o Proeduc, que é um projeto que prevê incentivo fiscal, ou seja, a faculdade paga menos imposto, deixa de arrecadar para o município, para ofertar vagas no ensino superior. Quando a Constituição Federal diz que a função, a responsabilidade do ensino superior é do Governo Federal, então o Município tem a prerrogativa de investir no ensino infantil, no CEMEI, no ensino fundamental, e não no ensino superior.

Seria muito bom se houvesse recurso suficiente para tanto, porém diante dessa crise, dessa situação financeira é mais viável que haja arrecadação pra que seja investido em outros segmentos, outras áreas de responsabilidade do Município.

Então esse é um dos projetos. Algumas clínicas, hospitais privados tinham incentivos de redução de impostos, pagavam menos imposto. As clínicas e hospitais sediados em Natal, então há um projeto dentro desse pacote de medidas que visa reduzir para que eles possam voltar a pagar o imposto que realmente é devido.

E fora as outras medidas que o Prefeito tem apresentado, de criação de uma Central Única de Veículos. Às vezes cada Secretaria tem os seus carros, vai haver uma redução drástica no número de veículos alugados pela Prefeitura, consequentemente a despesa com combustível, redução de despesa com telefone celular, passagens e diárias para servidores. São medidas que vão efetivamente dar uma condição de saúde financeira ao Município e possibilitar uma folga pra honrar com a folha de pagamento e alguns investimentos necessários que precisam ser feitos.

Edward Rocha – Com relação à projetos, você já tem alguns em mãos para quando assumir colocá-lo na Câmara Municipal de Natal?

Kleber Fernandes – A nossa intenção, além do mandato participativo, é ter uma revisão legislativa, no que diz respeito às leis que tratam da proteção e defesa do Consumidor. Como diretor do Procon a gente viu muitas situações, onde a falta do amparo legal, até mesmo de falhas legislativas deixavam a gente muito limitado para punir, fiscalizar e exigir.

Vou dar um exemplo – A gente tem em Natal uma Lei que trata do tempo máximo de espera nas filas de Bancos. São 30 minutos em dias normais, 45 minutos pós feriados prolongados ou véspera de feriados e na prática isso não é cumprido. Então é preciso que seja feito uma revisão legislativa porque essa lei se refere exclusivamente ao atendimento nos guichês, nos caixas, e a grande maioria das pessoas perdem muito tempo também no atendimento pessoa física, pra mudar uma senha de um cartão, um chip que não está sendo lido, pra questionar uma fatura indevida, resgatar um cheque, pra ter um atendimento com seu gerente, esclarecer uma dúvida. Esse tipo de atendimento a lei não ampara, assim como não ampara nas Casas Lotéricas, nos Correspondentes Bancários, nos Pagues Fáceis, e assim por diante.

Então precisa fazer uma revisão pra que esse tempo máximo de espera de fila abranja todo e qualquer serviço bancário, e todo e qualquer tipo de atendimento nos Bancos.

E tantas outras leis municipais que precisam ser alteradas e com a nossa experiência através do Procon a gente vai ter condição de fazer toda uma revisão e de deixar a legislação adequada para um cumprimento das questões da Defesa do Consumidor de forma mais presente e mais eficaz.

Edward Rocha – No meu ponto de vista, com relação ao atendimento bancário, pagamento de fatura, lotérica, acredito que você há de concordar comigo que esse número aumentou, até triplicou depois que saiu uma Lei Municipal obrigando as Farmácias e alguns Comércios deixarem de receber esse tipo de pagamento. Haveria essa possibilidade de voltar?
Kleber Fernandes – Sim, é importante que se faça uma discussão chamando os proprietários de Farmácias, a Federação do Comércio, a Câmara dos Dirigentes Lojistas, a sociedade civil organizada, o Conselho do Idoso. E a chave de tudo isso é a Segurança. Pela falta de segurança a Farmácia não quer mais botar o Caixa Eletrônico porque tem medo de ser implodido e ali danificar tudo. A falta de Segurança é uma questão que influencia até nessa questão do consumidor. Nem toda Farmácia, Padaria ou Supermercado quer fazer esse tipo de investimento de segurança, se responsabilizar e acima de tudo correr o risco de ficar mais vulnerável na questão dos assaltos.

É preciso fazer uma discussão bem ampla com relação à isso pra que a gente ache alternativas viáveis que possibilitem a comodidade do consumidor atrelada à Segurança desse consumidor. É preciso que ele possa atravessar a rua e fazer o seu pagamento, mas que ele esteja também resguardado da sua integridade física, da sua segurança.

É uma discussão ampla que precisa ser feita e que a gente se propõe a fazer isso. São temas que a gente não ver o poder legislativo discutir, então com a nossa chegada lá vai dar um dinamismo maior a isso.

Edward Rocha – Então quer dizer que com você o povo vai poder interagir, indiretamente ou diretamente, através do site, ou da Câmara?

Kleber Fernandes – Totalmente. Isso deve ser uma bandeira empunhada por todo político atualmente. Não cabe mais o político escondido nos gabinetes, trancado, ou de quatro em quatro anos dando tchau de cima de um veículo. Acho que é a hora realmente de interagir, ouvir, participar, de estar presente, prestar contas e de desempenhar um mandato em parceria, de mãos dadas com a população.

Jeferson Andrade – Vereador Kleber, deixe uma mensagem para os nossos ouvintes.

Kleber Fernandes – Quero primeiro deixar minha mensagem de agradecimento, como disse no início do programa, a Zona Norte foi a zona que me deu a minha maior votação. Dos 5.061 votos, a zona 69 que compreende a ZN tive 1.650 votos. Eu quero agradecer aos eleitores da Zona Norte, em especial do Lagoa Azul, que foi onde tive a maior votação. Mas tive votos, em praticamente todos os bairros da Zona Norte de Natal.

Quero reafirmar os nossos compromissos de aproximação com o povo de Natal, de estar disponível, acessível, de fazer um mandato com a participação de todos, e uma mensagem de esperança pra que a população não perca sua fé e a sua capacidade de acreditar que é possível sim termos uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais desenvolvida, mais humana, através de representantes políticos, verdadeiramente comprometidos com a população.

Em 2016 tivemos uma resposta nas urnas de que era preciso mudança, renovação, oxigenação da classe política, e isso tem acontecido aos poucos, o eleitor está amadurecendo, avançando, mais criterioso, mais presente, está cobrando mais. E que a população possa de fato fiscalizar o mandato dos seus vereadores e aqui eu coloco o nosso mandato à disposição do povo de Natal, pra que a gente possa juntos fazer uma cidade cada vez melhor.

Direção e Produção: Jornalista Waldilene Farias


Nenhum comentário:

Postar um comentário