O
Vereador eleito Kleber Fernandes concedeu
entrevista no dia 09 de Novembro, ao Programa A Hora das Comunidades na Rádio
87.9 FM Litoral Norte com Jeferson Andrade e Edward Rocha
Kleber
Fernandes da Silva foi eleito vereador de Natal pelo Partido Democrático
Trabalhista (PDT) com 5.061
votos, integrando a coligação “Natal
melhor de novo”. O advogado e
administrador de empresas é casado, tem um filho, e já exerceu a função de Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e Diretor
Geral do Procon Municipal.
No
mês de outubro passado Kleber Fernandes lançou
seu primeiro livro "GUIA PRÁTICO DO CONSUMIDOR",
Confira a
entrevista na íntegra:
Jeferson Andrade - Quem é Kleber
Fernandes?
Kleber Fernandes – É uma
satisfação está aqui de volta, primeiro porque viemos durante a Campanha, e
agora, uma honra de vir como Vereador eleito.
E
respondendo sua pergunta: Sou um jovem que não venho de família política, minha
família é família humilde, veio do interior do Estado, perdi meu pai aos 15
anos de idade, minha mãe é uma simples dona de casa, mas a gente conseguiu
construir uma trajetória política, através de muito trabalho, esforço,
dedicação.
Na
escola me destaquei, fui líder estudantil, depois entrei na Faculdade, fui
presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes), fiz dois cursos
superiores, me formei em Administração de Empresas, depois me formei em
Direito, passei na prova da OAB antes de concluir o curso, me tornei advogado.
Durante
esse período como militante do movimento estudantil, tivemos também uma
projeção, através de ações sociais, envolvendo as instituições de ensino
superior nas comunidades carentes de Natal, o que consequentemente gerou uma
visibilidade positiva e o convite para que eu me filiasse a um partido
político. Eu me filiei ao PDT, um partido que estou há 12 anos, um partido
presidido pelo Prefeito Carlos Eduardo.
Tive
a condição e a honra de ser presidente da Juventude do partido, fui dirigente
nacional do PDT, e construímos uma história de militância.
Já
fui assessor parlamentar do deputado estadual Álvaro Dias, que hoje é o
vice-prefeito de Natal eleito na chapa com Carlos Eduardo. Fui quase quatro
anos assessor técnico do Ministério do Trabalho e Emprego na antiga DRT
(Delegacia Regional do Trabalho), Conselheiro do Sistema S (Sesc, Senac, Sesi e
Senai), fui assessor do Prefeito Carlos Eduardo durante a Campanha. Ele eleito
me convidou, fui diretor do Procon de Natal, desenvolvi um trabalho muito forte
na defesa do consumidor, fui Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e candidato a vereador com o histórico de
trabalho, de luta de dedicação do nosso envolvimento com as comunidades, a
gente conseguiu ter o reconhecimento do povo e consequentemente ganhei a
eleição com 5.061 votos, sendo o nono vereador dos 29, o 6º da minha coligação
Edward Rocha - Como iniciou
sua trajetória política?
Kleber Fernandes – O ponta pé
inicial foi na época de estudante, já na escola eu me destaquei no Grêmio
Estudantil, depois na faculdade fui líder estudantil. A gente começou a levar
um trabalho onde os estudantes universitários desenvolviam ações sociais em
comunidades carentes, estudante de direito com assessoria gratuita, odontologia
com aplicação de flúor, enfermagem com verificação de pressão, teste de
glicemia, estudante de psicologia fazendo palestra, uma grande visibilidade na
cidade e que gerou essa votação expressiva nas urnas no último dia 02 de
outubro.
Edward Rocha - Que
avaliação você faz sobre seu resultado das urnas?
Kleber Fernandes – Eu faço uma
avaliação bastante positiva. A gente viveu um momento novo na política
nacional, onde a sociedade brasileira estava clamando por ética, moralidade,
por alternância de poder e por oxigenação da classe política, por nomes novos,
pessoas qualificadas, preparadas para bem representar a sociedade e, dentro
desse contexto, com o nosso histórico de luta, atrelado também à nossa formação
acadêmica como administrador e advogado, como alguém que já exerceu vários
cargos públicos as pessoas entenderam que nós estávamos credenciados,
qualificados para ser um bom representante, um bom legislador. Era isso que a
população esperava, procurava. E acho que isso facilitou o nosso desempenho. Eu
entendo como um desempenho positivo. 5.061 votos, dos quais a gente conseguiu
ter uma votação expressiva, tanto na classe média como nas áreas mais
periféricas da cidade, uma inserção em bairros mais carentes. Aqui na Zoa Norte
foi a zona onde eu fui mais bem votado, a zona 69 eu tive mais de 1.600 votos,
só na Zona Norte. Então uma votação bastante expressiva, fruto de um trabalho
sério, permanente, constante e da credibilidade que nós conseguimos conquistar
junto à população de Natal.
Jeferson Andrade - Você acredita
que seu empenho como Chefe do Gabinete Civil da Prefeitura e Diretor Geral do Procon
Municipal, deixando marcas positivas na cidade, tiveram influências em sua vitória?
Kleber Fernandes – Sim, uma
influência total. Como diretor do Procon eu tive uma visibilidade muito positiva
em ações de fiscalização enfrentando grandes grupos econômicos. Aqui na Zona
Norte mesmo fechamos supermercado, o Carrefour durante um dia inteiro numa ação
de fiscalização, fiscalizando, punindo, exigindo medidas de respeito ao
consumidor natalense. Muitas entrevistas em rádio, TV, jornal, nos Blogs,
sites, nas redes sociais, uma visibilidade positiva do nosso trabalho. O projeto Natal sem dívidas pra fazer com
que a população pudesse repactuar os seus tetos, resgatar o seu nome que muitas
vezes inserido no SPC, no Serasa, pudessem resgatar o seu crédito diante do
comércio. O projeto de educação para o
consumo, palestras nas escolas, faculdades, nas instituições, na Federação
do Comércio, na CDL, Associação de lojistas. Uma visibilidade muito grande.
Como
Chefe do Gabinete Civil uma experiência única, acompanhando o Prefeito,
opinando, sugerindo, participando, indo à Brasília com ele, despachando com o
Ministro, buscando recursos, tratando com todo o secretariado da Prefeitura,
fazendo a interlocução com a Câmara Municipal, discutindo com os vereadores,
projetos de leis que iam ser vetados, sancionados, tratando com a Procuradoria,
ou seja, uma experiência que nos dá uma condição de ter um raio x, um
diagnóstico total da Prefeitura, das suas dificuldades, suas limitações, suas
potencialidades, suas perspectivas.
Então
isso nos deu também uma visibilidade e uma agregação de experiência política
administrativa pessoal que consequentemente nos credenciou diante da população
como um nome preparado e apto para ser um bom parlamentar para Natal.
Edward Rocha - Quais
são as suas principais preocupações para o início do seu mandato?
Kleber Fernandes – A gente se
preocupa muito com a situação financeira que os municípios brasileiros
enfrentam, de uma forma geral. É uma dificuldade nacional. Hoje há uma
frustração de receitas que consequentemente inviabiliza muitos investimentos.
Hoje a arrecadação própria do Município não é suficiente para arcar, inclusive
com folha de pagamento, então isso é uma preocupação que exige medidas
de austeridade, de controle que o Prefeito já vem adotando.
Mas o que nos preocupa é justamente essa
dificuldade orçamentária que os municípios brasileiros, e Natal não está fora
desse contexto, pra que a gente possa implementar medidas outras que possam
viabilizar melhorias no avanço da cidade, da qualidade de vida do cidadão
natalense.
Mas nós temos a esperança de fazermos um mandato sério,
comprometido, auxiliando o Prefeito,
ajudando no que for necessário pra que Natal continue avançando, discutindo com a população,
com a sociedade. Defendemos um mandato participativo, itinerante nos bairros,
ouvindo a população, identificando as principais necessidades de cada bairro, cada
comunidade, e assim, dando encaminhamento, despachando com os secretários,
levando assunto ao Prefeito, fazendo audiências públicas, discutindo na Câmara,
exercendo de fato, o papel do Vereador, próximo da população, porque a sociedade espera essa aproximação do Vereador
com o povo, porque hoje, de fato, há uma carência muito grande de
representatividade política.
Edward Rocha, Vereador eleito Kleber Fernandes e Jeferson Andrade
Jeferson
Andrade - Com relação à renovação na Câmara
Municipal de Natal, você acha que melhorou ou acredita que essa renovação não
vai diferenciar tanto em relação aos velhos costumes da Casa?
Kleber Fernandes – Eu acho que melhorou
muito, avançou bastante, foi uma resposta da população nas urnas, uma renovação
de praticamente 50%, a metade da Câmara mudou. São vereadores novos que chegam
com novas ideias, com novas perspectivas, novos sonhos. E como eu disse, nesse
momento novo, onde a sociedade está mais exigente, mais presente, tem cobrado
mais, acompanhado mais. Antes mal se
falava em política, as pessoas não gostavam de discutir política. Hoje,
abrindo as redes sociais todo mundo está opinando, sugerindo, participando,
questionando, cobrando, interagindo, fiscalizando, exigindo.
Então
eu acho que dentro desse contexto de renovação da Câmara, atrelado à esse perfil do cidadão brasileiro que tem ficado
mais criterioso, mais exigente, entendo que vai haver grandes avanços.
Edward Rocha – E as
condições para a execução de projetos? Tem que ter uma verba da Prefeitura para
que seja executado aquele projeto?
Kleber Fernandes – É verdade, é
preciso que haja previsão orçamentária pra que a execução desses projetos possa
se concretizar. Diante de toda a crise a gente tem que enfrentar através de
alternativas de baixo custo, ou até de custo menor.
Eu defendo muito
as ações do voluntariado. Hoje a gente tem uma quantidade de instituições de
ensino superior muito grande, muitas faculdades em Natal, muitos estudantes
universitários, sem perspectiva de por em prática aquele conhecimento teórico
que é adquirido em sala de aula. Às vezes ele até está estagiando, mas está
botando em prática aquele conhecimento que ele adquire na teoria da sala de
aula.
E
nas ações de voluntariado, está aí as igrejas fazendo, as organizações não
governamentais fazendo, por que o poder público não pode fazer? Por que a gente
não pode usar a escola aberta no final de semana? Por que a gente não pode ter
ali como um espaço de interação da comunidade acadêmica, das instituições de
ensino superior dentro da comunidade carente, usando a escola aberta no final
de semana? Com assessoria jurídica, aplicação de flúor, palestras, atendimento,
orientação, cursos, qualificação profissional, com interação com a iniciativa
privada, através dos Conselhos Comunitários, Centros Desportivos, até mesmo pra
lazer. Um estudante de educação física, por que ele não pode estar uma Academia
da Terceira idade, dando uma orientação ao idoso? São muitas atividades que ele
ali quer apenas adquirir uma experiência prática e quer ter um certificado, uma
declaração da Prefeitura como horas extras curriculares, mas que vai somar e
agregar valor pra vida profissional dele, pra o currículo dele. Ele vai
aprender, vai pôr em prática, vai ser importante pra ele, é importante pra
sociedade, o custo é pequeno e a Prefeitura, o poder público cumpre a sua parte
de interagir, de ser o interlocutor, um agente mediador dessas ações com o
custo pequeno ou até custo zero.
Então,
são situações que diante da crise é preciso inovar. Tem situações de medidas,
até de inovação de gestão pública que, por exemplo:
O
comércio do Alecrim – Há alguns espaços de ordenamento, de ocupação desordenada
do espaço, de ambulantes, muitas vezes a informalidade do comércio, a falta do
estacionamento; Então são algumas situações que se a gente entregasse a um
Núcleo de Pesquisa e Extensão da Universidade, a Empresa Júnior da
Universidade, grupos de estudantes dos cursos de Engenharia, Gestão Pública,
Administração, Economia, Direito, que pudessem apresentar soluções. Se a gente
pudesse publicar um edital, uma chamada pública com premiação para os melhores
projetos de gestão pública, de inovação de gestão municipal, onde se pudesse
apresentar alternativas para o trânsito, o meio ambiente e urbanismo, para a
iluminação pública, a economia e contenção de despesas, envolvendo a comunidade
acadêmica, os universitários, dando soluções e premiando. Às vezes se contrata
uma consultoria de uma instituição renomada que talvez não dê o mesmo resultado
em termos de custo benefício de um grupo desse que pode trazer soluções que as
vezes um funcionário público que está ali há anos, as vezes esperando a sua
aposentadoria chegar, não teve a perspicácia ou não está reciclado, atualizado
o suficiente pra apresentar uma resposta à altura do que a sociedade espera
através das suas ações.
Edward Rocha - Você pensa
ser o líder do Prefeito na Câmara?
Kleber Fernandes – Isso é uma
decisão que cabe ao Prefeito. Mas, a princípio a nossa pretensão é de colocar o
nosso nome à disposição dos vereadores para ser um candidato para Presidente da
Câmara Municipal de Natal. Nós já colocamos isso em algumas entrevistas
publicamente, estamos dialogando com vários vereadores, levando as nossas
intenções, ouvindo, identificando quais são os anseios.
A
gente precisa fazer um trabalho de aproximação da população com o poder
legislativo. Durante a Campanha falamos muito sobre isso, que uma pesquisa recente, 67% da população
natalense nem lembrava mais em quem tinha votado pra Vereador na eleição
passada. Veja que coisa grave. Isso
é um reflexo do afastamento do poder legislativo, dos vereadores, da
comunidade.
Então
com uma Câmara mais próxima, Câmara itinerante, Câmara nos bairros, uma FM
Câmara, uma TV Câmara mais incisiva, mais democrática, um site que passe a
informar à população os projetos que estão em andamento, os requerimentos, as
faltas dos vereadores, transparência nas contas, quem são os seus assessores,
os cargos comissionados, os efetivos, quanto eles ganham, os que ele fazem,
quais são as suas atribuições, a despesa com a verba de gabinete, em que ela é
investida, de que forma, a prestação de contas. Então com essa interação,
aproximação entendo que a Câmara vai ter uma visibilidade mais positiva diante
da sociedade.
E
dentro desse contexto, a gente tem colocado o nosso nome à disposição dos
colegas vereadores, ouvindo, dialogando e discutindo possibilidades de mudança
administrativa para avançarmos e darmos uma imagem, um conceito diferenciado da
Câmara Municipal para a sociedade natalense.
Jeferson Andrade – Você foi às
ruas durante toda a Campanha. O que mais você ouviu nas comunidades?
Kleber Fernandes – Cada comunidade é uma realidade diferente.
Se a gente chegar em Candelária, Capim Macio, Morro Branco há uma queixa; Se a
gente chegar no Câmara Cascudo, Boa Esperança a queixa é outra; Cada bairro,
comunidade tem uma situação diferenciada, mas todos ele tem suas
reivindicações. Na Zona Norte, em algumas comunidades a infraestrutura,
drenagem, pavimentação, o calçamento; Em outros é a iluminação, transporte
coletivo; Então isso depende de região para região.
Mas
o que eu ouvi muito, disparadamente foi a questão da Segurança Pública. Isso é
um fato que preocupa muito a população natalense, e que apesar de ser uma
atribuição, responsabilidade do poder público estadual, que é quem detém o
controle da Polícia Militar, Polícia Civil, da investigação, e assim por
diante, o Município precisa implementar alternativas de combate também à
questão da insegurança, através de uma iluminação pública mais adequada, de uma
ação mais incisiva nas áreas de maior vulnerabilidade social. A Guarda
Municipal precisa ter investimentos, de qualificação, capacitação, de
valorização. E assim a gente poder fazer uma interação com a comunidade. A
Prefeitura já começou um trabalho com a Rondas nas escolas, nas Unidades de
Saúde, com um custo bem menor se fosse contratar uma segurança privada,
valorizando a Guarda Municipal. Então são ações como essas que precisam ser
reforçadas e consequentemente valorizar a Segurança Pública da nossa cidade.
Jeferson Andrade – Diante do que
você viu e ouviu durante o processo eleitoral, onde a população entra-se mais
desacreditada? Qual comunidade ou região?
Kleber Fernandes – Isso é geral,
da classe média à mais humilde. O descrédito é generalizado. A gente pôde
observar isso por onde nós andamos. Na
periferia, naquele lugar mais humilde, as pessoas diziam ‘Olhe eu não acredito
mais em político, eu tô decepcionado, a gente vê liga a TV, rádio jornal, só
ouve informação de denúncia, corrupção, investigação, desvio de dinheiro. Então
isso nos entristece bastante’.
A
classe média do mesmo jeito. Era o médico, o advogado, dentista, contador,
funcionário público, todos também da mesma forma, questionando, apresentando a
indignação, sua decepção. Muitos até viajaram. A classe média viajou no dia da
eleição. As pessoas desestimuladas a participar do processo eleitoral, processo
decisivo que iria ter uma influência direta na vida cotidiana da população.
Mas
a descrença é tamanha que as pessoas
abriram mão, muitas delas do seu direito de escolher os seus próprios
representantes, mesmo diante de todas as dificuldades que estamos vivendo.
Edward Rocha – Como Vereador
a partir de 2017 o que pretende fazer com relação aos vendedores ambulantes,
camelôs no sentido de reorganizar o local, principalmente o trecho da avenida
norte que tem um grande trânsito e a gente sabe que o camelódromo foi criado no
sentido de retirar o excesso de bancas das calçadas, e que hoje está tudo do
mesmo jeito.
Kleber Fernandes – Isso é uma
atribuição de competência do poder legislativo. Não é o Vereador que resolve.
Uma atribuição da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur) através da
Prefeitura. Mas, o Vereador tem o seu papel de fiscalizar, acompanhar, propor,
então entendo que se faz necessário um levantamento, recadastramento de quem
são aquelas pessoas. Há muitas denúncias, informações que precisam ser apuradas
de que são poucos proprietários de bancas que alugam e cedem o espaço, sublocam
para outras pessoas exercerem atividade comercial ali. Então dizem que são
alguns proprietários daquelas bancas que alugam para terceiros fazer um
trabalho.
O
ideal é que a gente oportunizasse, que houvesse um recadastramento, um
levantamento, qualificação, que a gente pudesse fazer palestras de orientação a
esse pessoal, cursos de qualidade no atendimento, cursos de vendas, de controle
de finanças, de contabilidade. Que pudessem ter além disso, uma parceria com o
Sebrae pra que eles pudessem entrar no comércio formal, tirar o Cnpj, se tornar
um micro empreendedor individual, ter sua maquineta de cartão de crédito de
poder emitir sua nota fiscal. Poder dar o direito que o consumidor tem de uma
garantia de um produto, de um serviço. Talvez até buscando uma parceria com a
iniciativa privada, um Banco, uma operadora de cartão de crédito, alguém que
queira financiar um projeto de investimento, de padronização daquele comércio
informal ou daqueles quiosques. De colocar umas bancas mais organizadas,
padronizadas, com identificação, com uma condição mais digna de trabalho, que
não ocupe as calçadas, as vias públicas, que respeite o pedestre, o deficiente
físico.
É
preciso que seja feito um trabalho incisivo nesse sentido. E nosso mandato vai
estar à disposição para contribuir, discutir, pra fazer audiência pública, pra
chamar a Associação dos Comerciantes, os ambulantes os comerciantes, os
vendedores, a Secretaria, e assim por diante, pra gente fazer um trabalho em
conjunto, de mãos dadas buscar a solução.
Jeferson Andrade - O que Natal
pode esperar do vereador Kleber Fernandes?
Kleber Fernandes – Pode esperar um mandato participativo, ouvindo a
população, itinerante, visitando os bairros, ouvindo em cada comunidade,
presente nas comunidades de Natal, porque essa interação é necessária.
Muitas
vezes o vereador muito bem intencionado com o melhor projeto do mundo,
apresenta uma solução para um bairro onde ele não tem um convívio direto. E aí
as vezes, seu João carroceiro, dona Maria lavadeira tem a solução muito mais
viável porque ele está lá no dia a dia, convive, sabe a dificuldade, ele sente
na pele. Então ele pode propor, orientar e dar uma alternativa pra que o
Vereador faça o Projeto de Lei, faça a sua atividade, baseado naquilo que a
população apresenta como solução.
Então
essa interação no bairro é muito importante. A população pode esperar um
Vereador presente, atuante, que se qualificou, se preparou para ser um bom
parlamentar. É um Vereador que tem uma experiência de gestão, que conhece a
administração pública municipal, que tem um diagnóstico das demandas da cidade
e que vai dar uma grande contribuição à Natal, através do nosso mandato.
A
partir de janeiro, quando tomarmos posse a gente tem essa intenção de
estabelecer um calendário junto às comunidades e também de forma virtual
possibilitar através do nosso site, de aplicativo, de celular a gente fazer
essa interação, que a comunidade possa mandar projetos, ideias, denúncias,
reivindicações e agente possa ser esse porta voz, esse mediador da comunidade
para com o poder público.
Jeferson Andrade – O que você
achou desse pacote de medidas que o Prefeito lançou recentemente na Câmara
Municipal?
Kleber Fernandes – Achei
necessário, diante da dificuldade financeira, os municípios brasileiros
enfrentam uma frustração de receitas, queda de arrecadação, dificuldades de
honrar com a folha de pagamento e consequentemente essas medidas de controle,
de austeridade, economia, contenção de gastos se fazem necessárias.
Por
exemplo – A redução desses incentivos fiscais, existe um projeto, o Proeduc,
que é um projeto que prevê incentivo fiscal, ou seja, a faculdade paga menos
imposto, deixa de arrecadar para o município, para ofertar vagas no ensino
superior. Quando a Constituição Federal diz que a função, a responsabilidade do
ensino superior é do Governo Federal, então o Município tem a prerrogativa de
investir no ensino infantil, no CEMEI, no ensino fundamental, e não no ensino
superior.
Seria
muito bom se houvesse recurso suficiente para tanto, porém diante dessa crise,
dessa situação financeira é mais viável que haja arrecadação pra que seja
investido em outros segmentos, outras áreas de responsabilidade do Município.
Então
esse é um dos projetos. Algumas clínicas, hospitais privados tinham incentivos
de redução de impostos, pagavam menos imposto. As clínicas e hospitais sediados
em Natal, então há um projeto dentro desse pacote de medidas que visa reduzir
para que eles possam voltar a pagar o imposto que realmente é devido.
E
fora as outras medidas que o Prefeito tem apresentado, de criação de uma
Central Única de Veículos. Às vezes cada Secretaria tem os seus carros, vai
haver uma redução drástica no número de veículos alugados pela Prefeitura,
consequentemente a despesa com combustível, redução de despesa com telefone
celular, passagens e diárias para servidores. São medidas que vão efetivamente
dar uma condição de saúde financeira ao Município e possibilitar uma folga pra
honrar com a folha de pagamento e alguns investimentos necessários que precisam
ser feitos.
Edward Rocha – Com relação à
projetos, você já tem alguns em mãos para quando assumir colocá-lo na Câmara
Municipal de Natal?
Kleber Fernandes – A nossa
intenção, além do mandato participativo, é ter uma revisão legislativa, no que diz respeito às leis que tratam da proteção
e defesa do Consumidor. Como diretor do Procon a gente viu muitas
situações, onde a falta do amparo legal, até mesmo de falhas legislativas
deixavam a gente muito limitado para punir, fiscalizar e exigir.
Vou
dar um exemplo – A gente tem em Natal uma Lei que trata do tempo máximo de
espera nas filas de Bancos. São 30 minutos em dias normais, 45 minutos pós
feriados prolongados ou véspera de feriados e na prática isso não é cumprido.
Então é preciso que seja feito uma revisão legislativa porque essa lei se
refere exclusivamente ao atendimento nos guichês, nos caixas, e a grande
maioria das pessoas perdem muito tempo também no atendimento pessoa física, pra
mudar uma senha de um cartão, um chip que não está sendo lido, pra questionar
uma fatura indevida, resgatar um cheque, pra ter um atendimento com seu
gerente, esclarecer uma dúvida. Esse tipo de atendimento a lei não ampara,
assim como não ampara nas Casas Lotéricas, nos Correspondentes Bancários, nos
Pagues Fáceis, e assim por diante.
Então
precisa fazer uma revisão pra que esse tempo máximo de espera de fila abranja
todo e qualquer serviço bancário, e todo e qualquer tipo de atendimento nos
Bancos.
E
tantas outras leis municipais que precisam ser alteradas e com a nossa
experiência através do Procon a gente vai ter condição de fazer toda uma
revisão e de deixar a legislação adequada para um cumprimento das questões da
Defesa do Consumidor de forma mais presente e mais eficaz.
Edward Rocha – No meu ponto
de vista, com relação ao atendimento bancário, pagamento de fatura, lotérica,
acredito que você há de concordar comigo que esse número aumentou, até
triplicou depois que saiu uma Lei Municipal obrigando as Farmácias e alguns
Comércios deixarem de receber esse tipo de pagamento. Haveria essa
possibilidade de voltar?
Kleber Fernandes – Sim, é
importante que se faça uma discussão chamando os proprietários de Farmácias, a
Federação do Comércio, a Câmara dos Dirigentes Lojistas, a sociedade civil
organizada, o Conselho do Idoso. E a chave de tudo isso é a Segurança. Pela
falta de segurança a Farmácia não quer mais botar o Caixa Eletrônico porque tem
medo de ser implodido e ali danificar tudo. A falta de Segurança é uma questão
que influencia até nessa questão do consumidor. Nem toda Farmácia, Padaria ou
Supermercado quer fazer esse tipo de investimento de segurança, se
responsabilizar e acima de tudo correr o risco de ficar mais vulnerável na
questão dos assaltos.
É
preciso fazer uma discussão bem ampla com relação à isso pra que a gente ache
alternativas viáveis que possibilitem a comodidade do consumidor atrelada à
Segurança desse consumidor. É preciso que ele possa atravessar a rua e fazer o
seu pagamento, mas que ele esteja também resguardado da sua integridade física,
da sua segurança.
É
uma discussão ampla que precisa ser feita e que a gente se propõe a fazer isso.
São temas que a gente não ver o poder legislativo discutir, então com a nossa
chegada lá vai dar um dinamismo maior a isso.
Edward Rocha – Então quer
dizer que com você o povo vai poder interagir, indiretamente ou diretamente,
através do site, ou da Câmara?
Kleber Fernandes – Totalmente.
Isso deve ser uma bandeira empunhada por todo político atualmente. Não cabe mais o político escondido nos
gabinetes, trancado, ou de quatro em quatro anos dando tchau de cima de um
veículo. Acho que é a hora realmente de interagir, ouvir, participar, de estar
presente, prestar contas e de desempenhar um mandato em parceria, de mãos dadas
com a população.
Jeferson Andrade – Vereador Kleber,
deixe uma mensagem para os nossos ouvintes.
Kleber Fernandes – Quero primeiro
deixar minha mensagem de agradecimento, como disse no início do programa, a
Zona Norte foi a zona que me deu a minha maior votação. Dos 5.061 votos, a zona
69 que compreende a ZN tive 1.650 votos. Eu quero agradecer aos eleitores da
Zona Norte, em especial do Lagoa Azul, que foi onde tive a maior votação. Mas
tive votos, em praticamente todos os bairros da Zona Norte de Natal.
Quero reafirmar
os nossos compromissos de aproximação com o povo de Natal, de estar disponível,
acessível, de fazer um mandato com a participação de todos, e uma mensagem
de esperança pra que a população não perca sua fé e a sua capacidade de
acreditar que é possível sim termos uma sociedade mais justa, mais igualitária,
mais desenvolvida, mais humana, através de representantes políticos,
verdadeiramente comprometidos com a população.
Em
2016 tivemos uma resposta nas urnas de
que era preciso mudança, renovação, oxigenação da classe política, e isso
tem acontecido aos poucos, o eleitor está amadurecendo, avançando, mais
criterioso, mais presente, está cobrando mais. E que a população possa de fato
fiscalizar o mandato dos seus vereadores e aqui eu coloco o nosso mandato à
disposição do povo de Natal, pra que a gente possa juntos fazer uma cidade cada
vez melhor.
Direção e Produção: Jornalista Waldilene Farias
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