sexta-feira, 11 de novembro de 2016

“Nunca fui de discurso fácil para agradar” – afirmou o Vereador reeleito Aroldo Alves

“Aqueles políticos, vereadores que utilizaram a retórica, o discurso falso, o povo escolheu aquele que falou pouco e teve mais atitude”


O Vereador reeleito Aroldo Alves concedeu entrevista no último dia 08, ao Programa A Hora das Comunidades na Rádio 87.9 FM Litoral Norte com Jeferson Andrade e Edward Rocha

Reeleito com 4.532 votos para seu segundo mandato pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), o vereador Aroldo Alves é natural de Pau dos Ferros, morador do bairro Nazaré, casado e servidor público municipal.

Confira a entrevista na íntegra:

Jeferson Andrade - O que representou esta eleição que o levou à reeleição para seu segundo mandato?

Aroldo Alves – Nossa militância comunitária; Fui presidente do Conselho do bairro de Nazaré por três vezes; E diante desse panorama, por gostar da comunidade eu fui candidato à Vereador em 2012. Em virtude do trabalho, nós fizemos um bom trabalho, e fomos candidato à reeleição. E tivemos a votação suficiente para ter o segundo mandato.

Pra mim, foi surpresa? Não foi, porque o trabalho quando é sólido, temos a convicção que o povo de Natal, da minha região Oeste, o povo que me elegeu sabe o quanto nós trabalhamos em prol da nossa cidade.

Nós tivemos a oportunidade de revolucionar o bairro. E essa referência de hoje um comunitário ser candidato à vereador partiu da gente. Isso provocou uma escola. Isso fez com que muitos comunitários hoje se quer também ou são vereadores.

Edward Rocha - O senhor afirmou no Agora RN que “só tiveram os mandatos renovados na Câmara Municipal de Natal aqueles “que trabalham nos bairros”, “aqueles mais competentes”. E ainda, “aqueles que só têm a retórica, o discurso falso, esses tiveram dificuldades em retornar à Casa”.  Por que?

Aroldo Alves A política e os políticos estão numa baixa muito grande e o crédito que eles têm junto à sociedade é muito baixa. Essas crises que acontecem ao longo do tempo aparecem sempre salvadores da pátria e lá na Tribuna, na Câmara Municipal faz um discurso, faz uma retórica e sabemos que não tem competência pra fazer aquilo e se colocou pra sociedade como se fosse o astro que tem poder de fazer. Então tivemos alguns exemplos de pessoas que sabíamos que não havia condição de fazer determinadas coisas e se colocavam como pai da matéria. Então o povo percebeu tudo isso. Aqueles políticos, vereadores que utilizaram a retórica, o discurso falso, o povo escolheu aquele que falou pouco e teve mais atitude. Esse foi o meu posicionamento, o meu ponto de vista lá em Alex Viana.


Jeferson Andrade - Vereador, o senhor foi às ruas durante a campanha. O que mais ouviu nas comunidades por onde passou?

Aroldo Alves – Desemprego, pobreza. Nós que temos militância comunitária, que andamos todo dia nas casas das pessoas, a gente sabe quanto é ruim o desemprego, quanto é ruim dentro de uma casa ter desempregado. De 20 pessoas que falavam comigo, 16 era pedindo emprego. É algo extraordinário como o povo está sofrendo nesse momento. O que eu mais ouvi, o clamor foi o desemprego, o custo de vida, a inflação hoje galopante. E não tem saída.

Jeferson Andrade – Vereador o que o senhor achou desse pacote de medidas que o Prefeito levou à Câmara Municipal?

Aroldo Alves – Vamos fazer uma análise com frieza. Vamos começar à nível nacional. O Governo Federal não teve controle dos seus gastos, gastou aquilo que não tinha e fez com que a população pagasse hoje uma dívida que não foi ela que contribuiu. Hoje são 12 milhões de desempregados. Imagina o ano que entra. A tendência é crescer. A PEC 241 ela vem pra botar freio naqueles maus governantes.

Então o prefeito de Natal, usando dos seus artifícios, da sua inteligência, pra não falar outra coisa, o que é que aprontou? O ensino nível superior, que o Município pagava. Eu sou totalmente contra porque o Município é pra educar as crianças, o Estado é o fundamental e o Federal o nível superior. E o Município pagando porque o cara está cursando a Universidade. Está errado.
Eu queria em outro momento discutir com mais frieza. Não posso só me ater à essa pergunta, ela  é muito polêmica. Mas, eu digo o seguinte: São medidas que são necessárias, mas são cruéis.

Jeferson Andrade - Existe diferença nas reclamações e reivindicações entre as quatro regiões de Natal?

Aroldo Alves – Natal é constituída de quatro regiões. A região mais sofrida é a nossa, a região Oeste. Muitas vezes a gente reclama da região Norte. A região mais sofrida, que tem mais favela, mais desemprego, que não tem atenção especial por parte do Prefeito. Você diz: a região Norte esqueceram, mas imagina você passar em Felipe Camarão, a escuridão grande, a insegurança.

Edward Rocha - Diante do que o senhor viu e ouviu durante o processo eleitoral, onde a população encontra-se mais descartada? Qual comunidade ou região?

Aroldo Alves – Eu continuo afirmando que a região mais desprotegida, mais descartada é a região Oeste.

Estamos discutindo agora a Cosip, a parte da iluminação que o cidadão paga durante o mês cobrado pela Cosern. A concessionária que fornece energia para Natal, para o estado do RN, ela cobra para todas as faturas 3025,06, por mês um milhão, o município perde durante o ano 12 milhões. Imagina se esses 12 milhões fosse revertido novamente esse dinheiro de iluminação?
Sabe quantos impostos, taxas, e contribuições? 86. Você sabe quanto o trabalhador trabalha pagando impostos pra Governo? Cinco meses, de janeiro à maio. Agora sabe o que o cidadão fez? Nada. Nós não temos a saúde, saúde precária, segurança nem se fala, a educação capenga, que você já inicia o ano letivo em greve, não tem uma alimentação, a inflação alta, não tem um transporte de qualidade. Finalmente o que é que o cidadão tem? Só o direito de pagar imposto? Só deveres.

Durante a entrevista uma ouvinte do Alecrim parabenizou o vereador Aroldo Alves pelo incentivo à Cultura e frisou: “Coisa rara de acontecer pela parte de nossos governantes”.

Aroldo Alves – Nós tivemos essa iniciativa de colocar recursos na Funcarte para as Quadrilhas, os Arraiás, o Carnaval da cidade. Colocamos não só emenda parlamentar. Assim como recursos de outras Secretarias para a Funcarte.

Eu como vereador de base, que tem uma vocação comunitária, que sempre está ajudando os Arraiás, os grupos de jovens, grupos de dança. Pra você ter uma ideia, só do São João ajudei a 46 Arraiás, colocamos recursos para patrocinar vários Arraiás também junto à Funcarte.

Algo que me interessou muito foi em relação à licitação do transporte de passageiros. Há décadas, mais de trinta anos se batalhava para que o transporte de Natal fosse regularizado. E graças a Deus a Câmara Municipal de Natal, através da nossa Comissão de Planejamento Urbano e Transporte nós chegamos ao final com esse trabalho da Licitação e entregamos para o Prefeito de Natal para que faça o processo final, que é o edital de convocação das empresas.

Jeferson Andrade - O senhor em conjunto com os vereadores Júlio Protásio e Luiz Almir convocaram a audiência pública que foi realizada no último dia 25 de outubro na Câmara Municipal para debater a permanência da sede da Ceasa em Natal, não transferindo para Parnamirim.  O que ficou acordado?

Aroldo AlvesA força do povo é muito importante. Ensaiaram um certo tempo, na cidade de Parnamirim, onde o Governador do Estado deu uma declaração muito precipitada, dizendo que a Ceasa iria para a cidade de Parnamirim para compensar a saída do Aeroporto de lá.
Desde 2010 que a Promotoria Pública do Meio Ambiente notificou a Ceasa para fazer alguma adequação sobre o ambiente, a drenagem. E a Promotoria entrou com uma ação. O Juiz quis interditar. A Câmara Municipal de Natal, através da minha pessoa, do vereador Luiz Almir e Júlio Protásio promoveu uma audiência pública. Qual foi o desfecho? É que o Juiz revogou a decisão e a Promotoria Pública fez com que a diretoria da Ceasa se enquadrasse num determinado tempo, ou seja, 60 dias.

Então, graças a Deus que foi uma vitória dos pequenos comerciantes, daquele cidadão que sai de 04 horas da manhã com o carrinho pra pegar fruta. Isso foi uma conquista dessa gente e dos grandes comerciantes de lá. Então vai permanecer, graças a Deus.

Jeferson Andrade – Então o senhor acredita que a convocação da Câmara influenciou diretamente na decisão do governo?

Aroldo Alves – Não tenha dúvida. A Câmara foi muito importante nesse processo. Tinha gente do Lenigrado, depois do Planalto, vinha com o carinho pegar fruta e sair vendendo nas ruas. Que falta fazia, uma empresa dessa longe da nossa região. É o prejuízo social, o prejuízo econômico.

Jeferson Andrade - Quais os projetos o senhor apresentou no seu primeiro mandato e qual o principal?

Aroldo Alves – Tivemos a felicidade de apresentar 23 projetos, dos quais 16 foram aprovados, sancionados pelo Executivo. Mas eu posso destacar três projetos importantes do meu ponto de vista.

Primeiro, o projeto da Parada Segura – Você trabalhador, estudante, cidadão que sai do trabalho ou faculdade, após às 22 horas você pode parar, dentro do itinerário, em qualquer lugar onde você achar mais seguro. Porque antes, na hora que o motorista parasse era notificado, multado. Então hoje, o aluno, o trabalhador pode solicitar do motorista a parada aonde ele achar que se encontra seguro naquele ponto.

Outro projeto foi em relação o Bom Pagador – Você que está em dia com os tributos municipais pode requerer da Secretaria de Tributação uma redução de 10% no seu imposto, seja predial, seja INSS, seja qualquer um que o Município cobre. Se você tem direito a 10% no transcorrer de cinco anos você terá a metade, 50%. Isso independentemente de qualquer programa que o governo venha fazer.

Temos o projeto Motovias – Aonde a Prefeitura da cidade do Natal, através da STTU - está começando a fazer um estudo sobre  sete avenidas de Natal, aonde vai ser uma faixa exclusiva só pra motos. Hoje a maior quantidade de acidentes que acontecem em Natal é de moto. Você não imagina o custo que o Estado tem em relação à esses acidentes.
Jeferson Andrade. Vereador Aroldo Alves e Edward Rocha

Edward Rocha – Minha pergunta com relação ao seu projeto seria ver a possibilidade de dentro das vias exclusivas de transporte coletivo um motoqueiro poder passar por ali.

Aroldo Alves – Essa reivindicação posso até estudar lá. Eu sou funcionário público também. Trabalho na STTU há 34 anos, estou de licença prêmia, mas o meu horário de expediente é de 18h à meia noite lá. Então eu acho que essa reivindicação pode até quem sabe alterar o nosso projeto. Então está acontecendo esse estudo dentro da STTU. Essa faixa exclusiva para motos a STTU está trabalhando. Eu acho que logo logo vamos ter esse projeto já em execução.

Jeferson Andrade - Analisando seu primeiro mandato, onde o senhor acha que errou e acertou?

Aroldo Alves – O que eu errei gostaria que os ouvintes falassem. Mas o que acertei, procurei muito acertar. Na verdade, uma coisa que eu errei foi que eu não andei mais. Gostaria de ter andado mais, conhecesse mais a cidade. E vou pedir a Deus, primeiro que tudo, que me dê muita força para que eu possa andar, escutar mais as pessoas e baseado nessas reivindicações eu transformar em projeto.

Porque muitas vezes o cidadão confunde a função do Vereador. A função são três fundamentos: fiscalizar, fazer os projetos e acompanhar o Executivo dentro das suas prerrogativas. Isso aí fiz com muita perfeição. Com toda a modéstia, fui um cara muito contundente nas minhas colocações. Agora nunca fui de discurso fácil para agradar.

E uma coisa que levou muita atenção foi o Plano Municipal de Educação, que quando eu disse que tinha o discurso fácil, aquela retórica porque nunca pensava a educação no seu todo, pensava no povo. Então atacamos de uma forma muito veemente, porque tirar o direito dos pais o direito de orientar, passar pra o professor? Professor é pra dar conhecimento. Mas queriam inverter essa ordem e nós fomos contra. E eu tenho certeza que a maioria do cidadão, cidadã ficou ao nosso lado.
Então, o que eu errei, eu quero que as pessoas me ajudem pra não errar mais.

Jeferson Andrade - O que o vereador espera da próxima legislatura?

Aroldo Alves – Eu espero que esse país fosse outro. Eu queria que os políticos, de uma forma geral fizesse algo importante para o povo pra que o povo não sofresse tanto.

Espero que esse novo mandato nosso sirva também de referência. Vamos economizar mais de seis milhões. Vereador, nem Prefeito, nem Secretário vai ter reajuste durante esses quatro anos. Nós não aprovamos o reajuste de vereador para essa nova legislação. Foi a primeira capital do País a dar esse bom exemplo, economizar. Fazer com que a crise passe mais rápido.

Jeferson Andrade - Qual sua bandeira neste segundo mandato?

Aroldo Alves – Transporte. Até que eu trabalho no setor de transporte. E a grande meta nossa é fiscalizar. O prefeito vai colocar o edital, as empresas vão concorrer e vamos fiscalizar. Acho que o transporte é a grande carência do povo. Queremos um transporte de qualidade, transportes novos, linhas novas.

Em relação à quantidade de linhas, tem mais de 59 linhas, muitas delas sobrepostas, onde tem bairros que não têm linha de ônibus, e bairros com não sei quantas linhas passando ali toda hora, muitas vezes até vazio.
Eu acho que a nossa grande meta vai ser o transporte e a cultura.

Edward Rocha - Eu queria fazer um pedido de público pra o senhor pra ver com relação aos pontos de ônibus, os abrigos de uma forma geral, proteger do sol, da chuva, e ter uma iluminação adequada, até porque a maioria dos trabalhadores pegam de manhã e largam à noite, sem hora específica pra sair do serviço, se deslocar até um ponto de ônibus, além do esquisito vem a escuridão.

Aroldo Alves – É verdade. Você sabe que a carência de paradas cobertas, que tem o mínimo de conforto para o usuário não temos, a não ser aquelas quatro estação. Mas diante dessa licitação existem algumas cláusulas para que melhore a concessionária que ganhar a concorrência. Ela tem como obrigação melhorar as paradas, construir novas paradas.

Edward Rocha – Como está a iluminação do bairro Nazaré?

Aroldo Alves – Muito péssima. Há mais de 15 anos atrás o bairro foi 89% Nazaré saneada. Conseguimos sanear o bairro naquele projeto saneamento condominial, enquanto que agora que Natal está se manifestando pra ser saneada. Nós construímos a sede do Conselho no sistema de mutirão. Todas as ruas do bairro Nazaré são calçadas e pavimentadas.

Temos muitas coisas interessantes: Temos a Rodoviária; Com a Copa melhoramos o que era antes Beco da Rodoviária, hoje é uma rua que liga Esperança; Promovemos o Nazaré Folia, uma prévia carnavalesca que acontece no nosso bairro, uma semana ante do Carnaval, com 10 - 12 mil pessoas na rua; Promovemos vários eventos comunitários como Festa das Mães, São João.

Então nós somos da raiz, conhecemos as dificuldades do povo. Há uma diferença muito grande, gente que vai lá na época da Campanha. Tem que valorizar. O voto é muito importante. O cidadão tem que votar naquela que esteja mais próximo, que converse.

Outra notícia importante para o pessoal da região oeste – A Praça dos Mártires está sendo concluída agora em Novembro. E já está garantida numa emenda nossa, uma Academia da Terceira Idade, e vai ser construído um campo de futebol para aquela gurizada. Tem que ter espaço de lazer.

Edward Rocha – Agora é fazer, construir, estar observando, estar fiscalizando porque o que tem de Praça e Academia da Terceira idade só as ruínas de ferros.

Jeferson Andrade – A gente tem recebido várias reclamações sobre a falta de manutenção das Academias da Terceira Idade. A Prefeitura colocou e não tem manutenção.

Aroldo Alves – Eu dou exemplo a do Guarapes. Nós colocamos uma academia lá e hoje só tem seis equipamentos funcionando.

Edward Rocha - Gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para nossos ouvintes?

Aroldo Alves – Eu quero dizer que eu gostaria e quero errar menos. E faço uma provocação para todos os seus ouvintes: Se observar que eu estou errando, tem a liberdade de ir na Câmara Municipal falar comigo pra me orientar porque eu não quero errar, eu vou evitar isso. Quero que seja compartilhado essa discursão com os seus ouvintes, dizer – Aroldo você está errando. Vamos fazer assim porque eu acho que é importante.

E desejar a vocês tudo de bom, que a Litoral Norte cresça cada vez mais com uma audiência fabulosa. E se eu não tiver a oportunidade de vir em Dezembro aqui, quero desejar um Feliz Ano Novo, um Natal repleto de felicidade pra vocês e você comunidade da região Norte.
Eu quero que as pessoas participem do nosso mandato.


Direção e Produção: Jornalista Waldilene Farias

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