De Músico a Político, Pré-candidato a Vereador

“Subir no palco do Rock in Rio e tocar para milhares de pessoas deu sim um frio na barriga, ali represento meu talento e minha classe artística. No caso da política vou representar o povo”

Nosso 33º (trigésimo terceiro) entrevistado da série é o pré-candidato José Edilson, cujo nome artístico é Júnior Groovador que em entrevista falou sobre vários assuntos, entre eles o que o motivou a colocar seu nome à disposição para uma pré-candidatura a vereador. 

Durante o bate-papo foi abordado sua bandeira de destaque que poderá ser espelho do seu mandato, caso seja eleito, assim como outros temas importantes.

Confira a entrevista completa!

 

José Edilson Firmino Silva Junior, músico que tem como nome artístico Júnior Groovador, 36 anos, nasceu em Natal/RN, casado, e tem uma filha “super groovada”, frisou. 

Reside no Conjunto Santa Catarina - Bairro Potengi – Zona Norte de Natal. Cursou o 2° grau completo e estuda Gestão Pública na UNINASSAU, pólo Potengi – Zona Norte. Não exerce nenhum cargo público.

JORNAL CLARIM NATAL - O que o motivou lançar seu nome como pré-candidato a vereador de Natal?

JÚNIOR GROOVADOR - Muitas pessoas vieram conversar comigo pedindo para eu ser candidato, amigos e até desconhecidos. Foi uma decisão muito difícil, mas decidi fazer o que acredito ser o certo. Conheço de perto as dificuldades do meu povo, especialmente na Zona Norte, onde eu nasci, fui criado e vivo até hoje. Quero representar a minha gente com verdade e propriedade.

JCN – Filiado a qual partido?  

JÚNIOR GROOVADOR - Partido Cidadania

JCN - Quando você iniciou na política?

JÚNIOR GROOVADOR - Desde jovem eu tenho interesse e um pouco de envolvimento na política, já tive a oportunidade de aprender muito em eleições passadas e no contato com cidadãos mais politizados, que pensam e prezam pelo bem comum.

JCN - Qual é a sua visão de política?

JÚNIOR GROOVADOR - Acredito que as transformações do mundo passam pela política. É a arte de sintonizar as discordâncias até que haja concordâncias. Na democracia, sistema que defendo e acredito muito, o diálogo é a base de tudo. Tem muita gente que reclama da demora das coisas na política. Mas é isso, é preciso muito diálogo para se chegar a um ponto em comum. Cada cabeça é um mundo. E só dialogando com respeito poderemos encontrar o ritmo certo para tocar as transformações.

“Música não é só cultura e entretenimento. É também disciplina, desenvolvimento pessoal e uma possibilidade de trabalho”. 

JCN - De músico a político (pré-candidato a vereador) é um desafio?

JÚNIOR GROOVADOR - Sem sombra de dúvidas este será um dos maiores desafios da minha vida. Subir no palco do Rock in Rio e tocar para milhares de pessoas deu sim um frio na barriga, mas é meu trabalho, a minha arte. O que faço e amo fazer há bastante tempo. Ali represento meu talento e minha classe artística. No caso da política eu vou representar o povo. Pessoas que votarão em mim por acreditarem nas minhas ideias e propostas, no meu carisma e verdade. Gente que nem conheço e deposita uma enorme confiança em mim. É uma tremenda responsabilidade. Mas sei que estou aqui neste mundo para encarar e vencer diversos desafios.

JCN - A classe artística e os movimentos culturais necessitam de representatividade. Se eleito, como poderá ajudá-los?

JÚNIOR GROOVADOR - Com certeza. A música, a arte e a cultura são parte essencial do meu plano de vereança. Venho conversando com diversos artistas e conhecendo um pouco mais das dificuldades, ouvindo e lapidando ideias para oferecer algo verdadeiro e transformador. Não só com músicos, meio onde estou inserido, mas também com a galera do grafite, teatro, audiovisual, da literatura, dos movimentos de cultura popular e muitos outros. Pretendo ajudar o meio lutando por projetos de lei que sejam inclusivos e democráticos, universalizando o acesso aos recursos públicos e ampliando as oportunidades culturais. Cultura não é só cultura. Também é educação, geração de emprego, renda e qualidade de vida.

JCN - Qual é o papel do vereador?

JÚNIOR GROOVADOR - São vários. Dentre os principais destaco o papel de legislar, criar as leis municipais que melhorem a qualidade de vida das pessoas em diversos âmbitos. Discutir os problemas que a cidade enfrenta e buscar soluções com base no diálogo. Analisar e votar os projetos de lei da Câmara dos vereadores, fiscalizar o trabalho do Poder Executivo Municipal, no caso, fiscalizar o trabalho da Prefeitura do Natal. E cobrar para que as coisas aconteçam de forma justa e dentro da lei. É uma responsabilidade enorme e me considero preparado, e sem vícios políticos, para tentar renovar a Câmara.

“Não me considero “refém” do partido. 

Acredito na independência do político”.

JCN - Quais projetos fazem parte de sua pré-candidatura? Cite os principais.

JÚNIOR GROOVADOR - Nossos projetos estão fundamentados nos pilares da Cultura, Educação, Esporte e Turismo. Lembrando que todos esses pontos vão além deles mesmos. Eles refletem na geração de emprego, renda, desenvolvimento e qualidade de vida para as  pessoas da nossa cidade. Estamos construindo uma série de propostas que vamos divulgando aos poucos, até o início propriamente dito da campanha. Por exemplo, tenho um antigo sonho que pretendo transformar em projeto de lei: o de que haja aulas de música na rede municipal de ensino. Música não é só cultura e entretenimento. É também disciplina, desenvolvimento pessoal e uma possibilidade de trabalho.

JCN - Qual sua bandeira de destaque que vai ser espelho do seu mandato, caso seja eleito? 

JÚNIOR GROOVADOR - Sem dúvida, será a bandeira da Cultura como elemento transformador da nossa sociedade. Capaz de tirar jovens das drogas, da marginalidade e dar oportunidades reais de expressão artística e de trabalho para as pessoas. Ajudá-las a pensar, se desenvolver e construir uma Natal melhor para todos.

JCN - Como não ficar refém dos partidos?

JÚNIOR GROOVADOR - A política partidária tem lá seus defeitos, mas ainda é muito importante em nossa sociedade. É bem verdade que existem partidos demais no Brasil e que isso poderia ser melhor regulado, representar mais as pessoas e menos os políticos, mas não me considero “refém” do partido. Acredito na independência do político. As ideias, convicções e atitudes podem e devem sim estar alinhadas com seu partido, mas não precisam estar engessadas.

JCN - Como você avalia os serviços públicos em sua região e Natal?

JÚNIOR GROOVADOR - É fácil julgar. Muito fácil cair no lugar comum de julgar que está tudo um desastre, que isso ou aquilo não presta. Ainda mais quando está tudo ali escancarado bem na nossa cara. A gente precisa de um médico e não tem. Precisa de uma creche pro filho e não tem vaga. Com certeza existem muitos problemas e dificuldades na minha região Zona Norte e em toda Natal. Mas é bem verdade também que faltam recursos e as crises econômicas e políticas que enfrentamos recentemente prejudicaram muito o funcionamento das coisas. Sem dúvidas os serviços públicos precisam melhorar muito.

“É isso galera groovada de Natal, precisamos olhar a política com novos olhos. Vamos vencer na vida!”

JCN - Você tem projeto voltado para algum segmento da música em especial?

JÚNIOR GROOVADOR - Para algum segmento específico da música não. Alguns de nossos projetos serão para a classe de músicos em geral, além de outros artistas e outros segmentos. A educação, o esporte, turismo, dentre outros.

JCN - Quais desafios os músicos precisam enfrentar?

JÚNIOR GROOVADOR - A vida de músico não é fácil. A gente rala de sol a sol pra ganhar o sustento. Toca na noite, em baile, em casamento, em festas... para muitas vezes ganhar um cachê que mal banca o básico. O sonho é sempre de tocar para grandes públicos, ser reconhecido pelo seu trabalho, ser admirado e ficar famoso. Mas não é bem assim que a banda toca. Muitos amigos e músicos profissionais que conheço ainda precisam ter um segundo emprego para sustentar o sonho de seguir na música.

JCN - Você se inspira em alguém na política?

JÚNIOR GROOVADOR - Eu me inspiro mais em ideias e atitudes do que em pessoas exatamente. Minhas inspirações são tipo uma colcha de retalhos de diversas personalidades na política, inclusive gente que já deixou a esfera pública. Ninguém em especial que vale a pena ser mencionado. Busco aquilo que acredito ser positivo para o povo, que representa de verdade as pessoas, que não se alia aos mesmos conchavos ou velhos esquemas. Inovar na vida e na política é uma meta e um desafio que persigo.

JCN - Você é a favor ou contra a candidatura avulsa? Por que?

JÚNIOR GROOVADOR - Não tenho uma opinião muito formada sobre isso. Acho que na democracia todos devem ter direito a poder concorrer, mas também acho que os ritos legais precisam ser respeitados. As leis existem para tentar organizar as coisas. Se as leis não funcionam, nós tentamos mudar as leis.

JCN - Quem você apoia para prefeito de Natal? Por que?

JÚNIOR GROOVADOR - Apoio o meu povo, apoio a cidade de Natal. Quem o povo eleger farei questão de respeitar e buscar trabalhar para que haja a melhor administração possível. Meu dever não é jogar contra prefeito A ou B. É auxiliar, e também fiscalizar, para que os recursos cheguem aonde precisam e os serviços públicos funcionem com qualidade. Caso o povo me dê a honra de ser eleito vereador, terei como dever trabalhar por Natal e pelas pessoas, e não por políticos ou ideologias.

JCN – Como você pretende atuar se eleito for?

JÚNIOR GROOVADOR - Pretendo atuar com muita sinceridade, respeito e transparência. Ser vereador não é um emprego, é uma concessão. É o povo que nos coloca lá porque acredita que podemos fazer mais, melhor ou diferente do que vem sendo feito. E me comprometo a ser um digno representante dos eleitores. Não apenas nos que votaram em mim, mas de todos. Esse é o ritmo que acredito na democracia. Quero construir um mandato participativo e democrático.

JCN – Qual mensagem gostaria de deixar?

JÚNIOR GROOVADOR - Primeiramente gostaria de agradecer o espaço e a oportunidade de me apresentar e expressar minhas ideias. Gostaria também de chamar as pessoas para tomarem mais consciência política. Infelizmente muita gente ainda se apoia na política em troca de benefícios pessoais. Mal sabem elas que ao fazerem isso prejudicam o todo, e os efeitos colaterais acabam atingindo elas mesmas. É muito importante que, cada vez mais, as pessoas tomem consciência política para que as coisas mudem e melhorem. Isso começa por conhecer bem os candidatos, suas ideias e propostas ao invés de votar em A ou B porque fulano ou sicrano pediu. Considero muito importante essa virada da consciência da população. Sinto que isto vem acontecendo aos poucos e tenho muita fé de que estamos no caminho certo para transformar esta realidade e modificar a lógica da velha política. É isso galera groovada de Natal, precisamos olhar a política com novos olhos. Vamos vencer na vida!