terça-feira, 8 de novembro de 2016

“O nosso mandato é totalmente operacional voltado realmente pra o povo”: Vereadora Eudiane Macedo

A vereadora Eudiane Macedo participou de entrevista à rádio 87.9 FM Litoral Norte com Jeferson Andrade e Edward Rocha, no dia 19 de outubro.

Edward Rocha, vereadora Eudiane Macedo e Jeferson Andrade
Eudiane Janaina Macedo Silva do partido Solidariedade foi reeleita para um segundo mandato, com 4.922 votos. Coordenadora de marketing, casada e um filho é moradora do bairro Lagoa Azul. Iniciou sua trajetória pública nos movimentos comunitários, fazendo do seu mandato um instrumento em favor da população potiguar.

Em seu primeiro mandato, Eudiane Macedo foi uma das mais atuantes parlamentares, onde já são mais de 400 requerimentos apresentados em plenário. Autora de leis, entre elas a obrigatoriedade do uso de fone de ouvido no transporte público, além da criação da Semana Municipal de Prevenção do Diabetes, Dia Municipal de Conscientização da Violência Contra o Idoso, o Programa Amigo Saúde do Idoso e a Comenda Aluno Nota Dez.

Confira a entrevista na íntegra:

Jeferson Andrade - Quem é Eudiane Macedo?

Eudiane Macedo – Uma pessoa simples, moradora da Zona Norte há 24 anos. Moro no Conjunto Nova Natal, uma pessoa de muitos amigos, uma pessoa que acredita muito em Deus, que luta pelos seus objetivos, que tem muitos sonhos, muita vontade de crescer ainda mais politicamente, fazendo um trabalho correto. Eu digo muito que Eudiane Macedo é transparência, é alegria. Eudiane Macedo trabalha para gerar o bem estar social de todos, não só da nossa comunidade, mas eu falo em geral, porque não sou vereadora só do bairro Lagoa Azul, só da Zona Norte. Eu sou vereadora de Natal.

Jeferson Andrade - Como a senhora avalia esta campanha eleitoral, uma campanha totalmente diferente, onde foi um pleito diferenciado com novas regras e que acabou reconduzindo-a para mais quatro anos na Câmara Municipal de Natal?

Eudiane Macedo – Não foi uma campanha fácil. Nada é fácil. Foi uma campanha muito difícil, até mais difícil pra mim do que a primeira, até porque eu já estava sendo avaliada pelo nosso primeiro mandato. Mas fizemos uma campanha parecida com a campanha de 2012. Claro que foram 45 dias de campanha, mas quem conhece o mandato da vereadora Eudiane Macedo sabe que a gente desde quando fui eleita vereadora a gente usa muito as redes sociais pra divulgar as ações do nosso mandato, divulgar os nossos projetos. E eu fiz uma campanha da mesma maneira que foi feita em 2012, caminhando porta a porta, ouvindo a população, ouvindo o eleitor, que era do meu interesse. Foi uma campanha totalmente diferenciada.

Muitos políticos tinham medo de ir pra rua, medo de colocar a cara à tapa. Eu não. Eu fui, eu ouvi, ouvi xigamentos, tive atenção, porque também a população está desacreditada dos políticos. A verdade é essa.

Então, se eu não fosse pra rua pra ouvir, pra dar atenção que a população necessitava de ouvir pelo menos uma palavra de um político, seria uma campanha diferente de Eudiane. Eu fui, eu caminhei muito dentro das comunidades, prestando conta do nosso mandato e ia anotando também as reivindicações que a população pedia através das nossas caminhadas. Agora, a nossa campanha foi aquela porta a porta mesmo. Até tinha adversários políticos que diziam que eu estava desesperada porque eu estava caminhando todos os dias. Mas não era desespero. Era respeito pela população que queria que a gente fosse caminhar naquela rua.

E vale salientar que eu moro no bairro Lagoa Azul e dentro do meu bairro foram quinze candidatos à vereadores, moradores da comunidade. Isso é bom? É. Por que? Porque a população está participando. Antigamente só quem saía candidato e pensava em sair candidato era quem tinha sobrenome político, era quem tinha nascido em família tradicional da política. E eu mostrei em 2012, a gente já fez diferente em 2012, eu mostrei que uma pessoa comum, que trabalhava dentro de supermercado, que é moradora de comunidade que vem da base poderia sim se lançar candidata à vereadora e chegou à ganhar pra vereadora. Moro no mesmo bairro.

Então isso despertou que outras pessoas também assim comuns como eu pudessem sair candidata à vereadora e à vereador. Então, foram quinze candidatos, moradores de dentro da comunidade, foi uma preocupação? Foi. Mas graças a Deus conseguimos êxito.

Jeferson Andrade - Qual a motivação para concorrer à reeleição?

Eudiane Macedo – Logo quando ganhei pra vereadora em 2012 e assim que eu me sentei na cadeira, no decorrer de um ano de mandato, eu dizia assim: “Eu não quero mais ser candidata à vereadora. Eu vou concluir meus quatro anos de mandato, claro, porque o povo me escolheu, foi o povo que me colocou aqui. Mas eu vou ser vereadora somente do primeiro mandato”.

Porque quando você vê as coisas acontecer, vai criando ânimo. E eu comecei ver as coisas acontecerem. Eu comecei a fazer algo diferente. Comecei a visitar os secretários, ir às Secretarias, e tentando resolver uma coisa, resolver outra, o pleito que a população pedia e quando você consegue resolver, vai se animando, criando gosto. Quando é algo que você vai atrás e não consegue resolver é decepcionante. Mas eu fui tentando resolver.

E assim que fui eleita pra vereadora, em 2013 assumindo, o bairro Lagoa Azul estava sem transporte que fosse pra Zona Sul, e a gente conseguiu uma linha que continua passando no Soledade, só deixou de sair do Terminal do Soledade, mas é a linha 29, que no caso foi o 10 e 29 que foi pra o Nova Natal. Então isso estimulou ainda mais a sair candidata a reeleição. Porque a gente conseguiu executar um trabalho. Mas por que? Tivemos esse diferencial. A gente vai in loco conhecer os problemas das comunidades e a gente vai às Secretarias. Eu marco audiência, pego meus requerimentos, coloco debaixo do braço, requerimentos, ofícios que são lidos na Câmara, e eu vou cobrar do Secretário. O Secretário às vezes cansa de olhar pra minha cara, e eu digo: “Mas enquanto o senhor não fizer isso aqui, que não sou eu que estou pedindo, é a população eu não vou desistir. Então o senhor vai ter que estar olhando pra mim sempre”.

Edward Rocha - Como foi o envolvimento do partido em sua campanha?

Eudiane Macedo – Eu sou do Solidariedade, nosso partido lançou um candidato à Prefeito, que era Kelps. Fez uma campanha diferenciada, que todo mundo viu que era com o celular na mão e o desejo no coração, não trabalhou aquele material que a gente trabalha com a foto do candidato e o número, não trabalhou carro de som, foi uma campanha atípica, algo que nunca foi visto dentro da nossa cidade. O partido da Solidariedade saiu com uma nominata na proporcional, fizemos uma nominata muito boa pra tentarmos eleger quatro ou cinco vereadores, mas infelizmente a gente viu que teve uma quebra de todos os pré-candidatos a vereadores que esperavam ter uma votação e não teve. Então chegamos, entrando na Câmara agora em 2016 com três vereadores eleitos pelo Solidariedade.

Jeferson Andrade - Neste segundo mandato, quais são suas principais bandeiras e qual  vai ser o seu grande desafio na Câmara Municipal?

Eudiane Macedo – Quando me perguntam sobre bandeiras eu falo muito que levanto a bandeira da humanidade, a bandeira do próximo. Em geral, o bem estar social pra todos. porque eu moro em comunidade há 24 anos. Eu sei quais são os anseios de uma população que mora em bairros como o nosso, de comunidade, em relação à transporte, à CEMEI, à unidade de saúde, que é o seguinte: Uma unidade de saúde atende Nova Natal, mas não atende outros loteamentos que são do bairro Lagoa Azul porque está em área descoberta. Eu ouvi muitas reclamações, fazia quase três reuniões todas as noites e ouvi muita reclamação em relação à saúde, à unidade básica de saúde do nosso município. Por exemplo: Conjunto dos Garis, Alto da Torre e Sítio da Serraria, lá não tem uma unidade de saúde. Lá tem um terreno, foi colocado uma placa dizendo que ia ser construído uma unidade de saúde e até agora nada. E as pessoas de lá têm que vir pra o Pajuçara. Você imagina o transtorno que tem. Na Estrada da Redinha, na João Medeiros, do outro lado, ter que vir pra o Pajuçara porque a área é atendida por lá. São áreas descobertas. E também no Potengi.

Nossa prioridade, eu vou conseguir entrar na Comissão de Saúde, que vai ser uma das minhas prioridades porque não tem um atendimento, um médico que atenda nas áreas que estão descobertas no nosso município. É justo uma área que está descoberta a pessoa ter que ir pra Zona Sul pra fazer um exame, se você mora na Zona Norte?

Então eu digo assim: “A minha bandeira é a bandeira de geral bem estar social de todos. A bandeira da humanidade, a bandeira do próximo, de tentar dentro do meu mandato, com o meu perfil tentar ajudar a construir uma sociedade”. É justo uma pessoa ir pra fila de três horas da manhã pra pegar uma ficha? Você está sujeito à ser assaltada. Acontece coisa irregular, pagar uma pessoa pra ficar numa fila. É errado? É. Mas a necessidade as vezes obriga. Infelizmente é dessa maneira que está acontecendo. Nas minhas reuniões foi muito debatido isso. E eu vou trabalhar em cima disso.

Edward Rocha – Com relação ao atendimento ao idoso, a marcação de ficha? O idoso tem que ir marcar a ficha.

Eudiane Macedo – Isso é falta de humanização porque eu acho que o idoso, se tem uma filha(o) que pode tirar uma ficha pra marcar eu acho que o idoso não precisaria ir. Eu não sei se isso acontece em todas as unidades de saúde, estou tomando conhecimento agora. Eu bato muito nessa tecla e relação à atendimento. Não estou aqui generalizando. Quero deixar bem claro que não são todas as pessoas que trabalham em unidades de saúde que tratam mal, mas a gente sabe que tem umas pessoas, que não olham nem pra seu rosto. Isso é falta de carinho, de atenção ao próximo.


A vereadora Eudiane Macedo também respondeu às perguntas do ouvinte, sobre marcação de ficha, fila na madrugada, pouca quantidade de fichas (06) para exames de sangue.

Eudiane Macedo – O nosso mandato é construído através de vocês. Vocês me falam a demanda, a gente vai in loco conhecer o problema.

Jeferson AndradeA senhora foi eleita a parlamentar do ano de 2015 pelo Comitê de Imprensa da Câmara Municipal de Natal. Pretende trabalhar para se manter no cargo de parlamentar do ano deste seu segundo mandato?

Eudiane Macedo – Tivemos a honra de receber o título de parlamentar do ano 2015. Agora no final de ano tem novamente essa eleição pra 2016. Os jornalistas que acompanham o mandato de todos os vereadores, se acharem que mereço, claro que o título vai ser muito bem agraciado, muito bem recebido.

Edward Rocha - Além do Nova Natal quais as comunidades que vai representar neste segundo mandato?

Eudiane Macedo – Essa campanha de 2016 foi totalmente diferenciada pra mim. 2012 eu trabalhei somente dentro do bairro Lagoa Azul. Eu não fiz campanha fora. Foi focada dentro do bairro onde eu moro. 2016 a gente visitou outras comunidades. Fizemos reuniões em outras comunidades, principalmente aqui dentro da Zona Norte, como Jardim Progresso, Nossa Senhora da Apresentação, Sítio da Serraria, Conjunto dos Garis, Alto da Torre, Gramorezinho, Pajuçara, Santa Catarina, Panatis, trabalhamos nossa campanha em todos os bairros dentro de Natal, mas, em especial dentro da Zona Norte.

Já pra Zona Oeste, pra o Planalto, os Guarapes, também conhecer lá. Não é muito diferenciada daqui da Zona Norte não. Felipe Camarão. Eu como não conhecia muito essas outras comunidades. Nas minhas reuniões fui muito sincera; eu dizia: “é a primeira vez que estou vindo aqui”. Em comunidades que ainda não tinha ido, só passava de carro na Zona Oeste. Eu dizia: “É a primeira vez. Então eu quero focar o que é prioridade aqui dentro da comunidade de vocês, porque eu como vereadora eu não consigo fazer tudo. Eu não sou Deus”. Mas eu digo muito: “Eu vou buscar pra tentar melhorar um pouquinho da qualidade de vida daquele cidadão”.

Então nossa prioridade vai ser trabalhar dentro das comunidades que nos abraçaram. Se a comunidade me abraçou eu vou ter que abraçar essas comunidades. Eu não posso ser vereadora só do Nova Natal, do bairro Lagoa Azul. Eu tenho que ser vereadora de outras comunidades também. Eles me abraçaram, então vou abraçar eles também. Eu saí da Zona Norte com quase quatro mil votos e os 922 votos foram nas outras zonas, Sul, Leste e Oeste.
 
Jeferson Andrade - A senhora pretende permanecer morando na Zona Norte, especificamente no Nova Natal após sua vitória com a reeleição?

Eudiane Macedo – Claro. Penso em sair do Nova Natal não. Não vou dar esse gostinho não. (risos). Tem muita gente que diz: “Ela não mora mais em Nova Natal”. Eu moro em Nova Natal há 24 anos, estudei no Paulo Pinheiro, no Miriam, no Elizabeth, constitui minha família dentro do Nova Natal, meu filho estuda em Nova Natal, meus amigos de infância, que cheguei em Nova Natal com 12 anos, também são do Nova Natal. Nova Natal é um bairro muito aconchegante, Os nomes das ruas do Nova Natal já dizem tudo. É um bairro cultural. É um nome folclórico. É gostoso de se morar. Por que sair do meu bairro tão querido? Um bairro que me abraçou e me abraça até hoje.

A minha história, tudo começou dentro do Nova Natal. Nunca fui líder comunitário, nunca fui de Conselho Comunitário. Eu sempre fui aquela pessoa de muitos amigos e de sempre ajudar os amigos da maneira que eu podia.

Edward Rocha – O que fez a senhora entrar no mundo político?

Eudiane Macedo – Eu não sou de família tradicional da política. Eu sou a única política da família. Moradora do Conjunto Nova Natal, eu sentia necessidade de ter uma representante, assim como eu. Eu sentia essa necessidade de estar perto do povo. Eu tive a influência do meu esposo Tárcio Martins. Ele foi candidato à Conselho Comunitário, como vice e ganharam. E eu andando na comunidade, as pessoas diziam: “por que não sai você?”. Eu disse: “Não. Conselho Comunitário eu não quero. Eu quero ir mais além”.  Então mais além eu fui em 2008, não consegui êxito. De 2008 à 2012 fui fazendo um trabalho formiguinha, um trabalho que eu gosto de fazer porque eu sou promotora. Eu era demonstradora, depois fui promotora de vendas e depois fui ser coordenadora de marketing, sempre interagindo com as pessoas, diretamente.


Atendendo à outro ouvinte, Eudiane Macedo falou ainda sobre a polêmica do Uber e também sobre o Loteamento José Sarney.

Eudiane Macedo - O José Sarney foi um loteamento onde fiz várias caminhadas, principalmente nas ruas que não são calçadas e as pessoas pedindo calçamento. Calçamento não depende do vereador. Quem executa é o prefeito, mas se não tiver um vereador dentro da Câmara, olhando para as comunidades, cobrando e colocando na emenda do orçamento que se tenha o calçamento, não só do José Sarney, mas de todos os loteamentos. Então no nosso segundo mandato a gente vai priorizar o projeto de urbanização integrada de todos os loteamentos da Zona Norte.

Edward Rocha – A senhora já viu ou pretende ver alguma coisa com relação à arborização, iluminação?

Eudiane Macedo – No nosso primeiro mandato a gente colocou uma emenda na LOA, que é o orçamento do município, justamente pra colocar uma Alameda na Avenida da Ciranda. E já colocamos no orçamento de 2014, mas infelizmente não foi executado e vai continuar sendo uma luta do nosso mandato.  Depois que fui eleita vereadora, várias ruas do Conjunto Nova Natal e da Zona Norte a gente conseguiu colocar aquelas lâmpadas Led.

Vou me comprometer agora no nosso segundo mandato, se a gente foi atuante no primeiro mandato, em expandir ainda mais dentro de outras comunidades, outros bairros.

O nosso mandato é totalmente operacional voltado realmente pra o povo, tentando dar o melhor de nós. Cada dia eu aprendo. O nosso mandato é feito com a participação de cada população, não de cada eleitor, porque meu mandato não é feito somente pra quem votou nele. Ele é feito pra quem torceu, pra quem não votou. Ele é feito realmente pra os moradores da cidade de Natal.

Quero agradecer os 4.922 votos, que desta vez dobramos a nossa votação, sinal que o nosso trabalho está sendo bem feito. Quero dizer à minha Zona Norte, muito obrigada pelo carinho, que sempre a Zona Norte me acolheu, não por ser moradora, mas eu sempre senti esse acolhimento das pessoas, até nas nossas caminhadas, durante os 45 dias de campanha. 

Sei que tenho muito a aprender. E se tem uma pessoa que gosta de aprender o que é bom, sou eu. Então o nosso mandato vai ser bem parecido com o primeiro, um mandato operacional, perto do povo. 


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