Gerson de Castro - Jornalista
Todos nós sabemos que não existe cidade perfeita, principalmente se ela cresceu de forma desordenada em algumas áreas, fruto da especulação imobiliária e da natural migração de milhares de pessoas vindas de toda parte em busca de trabalho e melhores oportunidades.
Mas, se não existe cidade perfeita, pode e deve haver cidades que cuidam melhor dos seus problemas e da vida dos seus habitantes. A isto chamamos de compromisso com a melhoria da qualidade de vida.
Não há como evitar chuvas fortes nem como prevê-las com muito tempo de antecedência. Disso todos nós também sabemos. Mas existem maneiras de atenuar os problemas causados pelas chuvas.
Natal conhece há anos os pontos, setores e áreas mais problemáticos quando se trata de períodos de chuvas fortes ou intensas ou nem tanto. Mas, como entender que lagoas de captação continuem transbordando para desespero de moradores que tem suas casas invadidas e propriedades seriamente atingidas? Não há um esquema de emergência que possa ser acionado?
Como entender ou explicar que uma rua situada numa encosta de morro, exatamente por trás de uma avenida onde prédios luxuosos foram construídos à beira-mar simplesmente seja tragada pelas águas?
Cadê o sistema de alerta aos moradores dessas áreas? Onde foi parar o dispositivo de segurança e fiscalização para o trânsito? Ou ele não existe?
As redes sociais estão cheias de informações e imagens sobre os danos causados pelas chuvas. Centenas de famílias estão desabrigadas. Vi casas com moveis boiando. Há carros e até caminhões mergulhados em ruas que viraram lagoas. E na tevê aparecem as mesmas personagens de reportagens feitas há mais de 15 anos.
Reuniões de emergência são necessárias, gestos de solidariedade são bem vistos, mas eles não resolvem o drama de quem perdeu a casa, moveis e carros. Natal precisa cuidar melhor dos seus problemas e dos seus moradores.
São eles que a mantêm com o dinheiro dos seus impostos.
Providências como emitir sinais de alerta, efetivar a sinalização, aumentar a vigilância nas ruas e ampliar o bombeamento em lagoas de captação serão bem-vindas e bem vistas pela população.
Prevenir é bem melhor do que posar para fotos em reuniões de emergência e emitir notas de solidariedade ou mesmo noticiar telefonemas urgentes para autoridades federais. Nossas autoridades não são responsáveis pelas chuvas que são obras da natureza, mas não podem fugir à responsabilidade de preparar a cidade para conviver com elas. E notas, reuniões e telefonemas não são e nunca foram a melhor forma de gerenciar problemas crônicos de uma cidade, Que todos queríamos perfeita, mas sabemos que ela não é.
Fonte: https://www.facebook.com/gersondecastrojornalista
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