Em uma luta por uma Copa do Mundo de Futebol sem preconceito, a Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Carlos Minc (PT), lançou a campanha “Cartão Vermelho para o Racismo” em audiência pública nesta sexta-feira (06/06). A ideia é mobilizar a campanha pela internet, para que se torne um viral e incentive a torcida a levar o item para os estádios como forma de coibir atos discriminatórios e constranger os seus praticantes. Minc ressaltou que o período do mundial será propício para combater o racismo e que a torcida deve ter papel fundamental, através do uso de faixas e bandeiras que incentivem a paz.
“O futebol é um esporte de congregação e de alegria, não podemos deixar que racismo tire o brilho desse espetáculo. Criamos essa campanha para dar cartão vermelho definitivo para aqueles que ousarem poluir a Copa linda de paz e fraternidade que a gente vai fazer”, defendeu o parlamentar. O Governo Federal escolheu o combate ao racismo como tema para o mundial, por meio do projeto “Por uma copa sem racismo”.
O encontro foi solicitado pelo Instituto Palmares de Direitos Humanos (IPDH) justamente para discutir ideias para combater atos de preconceito durante o campeonato no Brasil. A presidente do IPDH, Benedita de Carvalho, explicou que os episódios recentes de racismo e a iminência da Copa sensibilizaram o grupo para a necessidade de promover atos que impeçam que o racismo manche a alegria da competição. “O objetivo dessa audiência é pensar ações em conjunto para combater o racismo”, esclareceu a presidente.
Os presentes ressaltaram que é preciso que todas as instituições repliquem a campanha. Eloi Ferreira de Araújo, membro do IPDH, lembrou também que o racismo é crime previsto em lei e citou três passos para o seu combate: a identificação do criminoso, a punição e a publicidade das sanções. Ele afirmou que a dificuldade do negro transitar em certos ambientes é antiga, mas que a sociedade brasileira tem dado passos para acabar com essa situação. “A convivência de todos em um mesmo ambiente é essencial para que o preconceito acabe. O fim do racismo no futebol está vinculado à luta na sociedade”, ponderou. Presidente da Liga Brasileira de Futebol Feminino e primeira técnica do Brasil, Rose do Rio afirmou que o preconceito é ainda maior com as mulheres e que o combate deve começar na educação de base. “No futebol feminino, o racismo é impressionante. As meninas são xingadas, são cantadas músicas em alusão à escravidão. Temos que lutar pela igualdade de verdade. Chega de preconceito contra mulher e contra os negros”, afirmou a ex-jogadora.
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