São Paulo
O Brasil deixou de ser um país de maioria pobre, na última
década, para se tornar um país de classe média, segundo pesquisa
divulgada, nesta quarta-feira, pela empresa de consultoria Serasa
Experian. A próxima década, segundo o estudo, será a de ascensão para a
classe alta e redução ainda maior da pobreza. A classe baixa passará de
49 milhões de pessoas em 2013 para 20 milhões em 2023, uma redução de
59%, segundo a pesquisa Faces da Classe Média realizada em parceria com o
instituto Data Popular.
A classe média, neste período, passará de 108 milhões para 125
milhões de pessoas em uma década – crescimento de 16%. Já a classe alta
terá um salto de 61%, passando de 44 milhões para 71 milhões de
brasileiros, mostra o estudo, deixando clara ainda a concentração de
renda no país. A pesquisa considera parte da classe média as famílias
que têm renda mensal, por pessoa, entre R$ 320 a R$ 1.120.
Se a classe média brasileira fosse um país, seria o 12º mais populoso
do mundo e o 18º em consumo, mostra o estudo. Viagens, eletrônicos e
móveis para a casa estão no topo da lista de desejos do grupo, segundo a
pesquisa. Essa parcela da população gastou R$ 1,17 trilhão e movimentou 58% do crédito no Brasil no ano passado.
A pesquisa destaca que a classe média, maioria da população
brasileira, não é homogênea. Para disso, dividiu o retrato em quatro
perfis:
Batalhadores:
adultos com média de 40 anos de idade. São a maioria da classe média
(39%) ou 30,3 milhões de pessoas. Valorizam o emprego e a estabilidade.
Já conseguiram bens como casa própria e carro. Investem em educação e
esperam um futuro melhor para os filhos. O grupo dos batalhadores gastou
R$ 388,9 bilhões em 2013, principalmente em produtos e serviços para o
bem-estar da família.
Experientes: mais
velhos, têm idade média de 65 anos. São 20,5 milhões de pessoas (26% da
classe média). Para preservar o padrão de consumo, muitos se mantêm no
mercado de trabalho mesmo após a aposentadoria. O gasto desse grupo foi
de R$ 274,0 bilhões no ano passado, com destaque para turismo nacional, eletroeletrônicos, serviços de saúde, móveis e eletrodomésticos.
Promissores: jovens
adultos com média de 22 anos de idade. Representam um universo de 14,7
milhões de pessoas (19% da classe média). Esse grupo gastou R$ 230,8
bilhões em 2013, principalmente com beleza, veículos, educação,
entretenimento, tecnologia e itens para casa. Mais da metade dos
promissores (51%) assumem que sofrem de descontrole financeiro. Enxergam
a vida como um campo de oportunidades.
Empreendedores: com
idade média de 43 anos, este é o grupo mais escolarizado e com maior
renda per capita. São 16% da classe média (11,6 milhões de pessoas). Os
empreendedores buscam realizar sonhos e, ao mesmo tempo, trabalhar em
uma atividade que gostam. O grupo gastou R$ 276 bilhões em 2013.
Investem em educação, eletroeletrônicos, turismo internacional,
tecnologia, veículos e entretenimento.
Correio do Brasil
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