sábado, 21 de dezembro de 2013

Após reportagens, MP denuncia Micarla





Foto: Ney Douglas/Novo Jornal



Paulo Nascimento do NOVO JORNAL
A ex-prefeita de Natal Micarla de Sousa foi denunciada pelo Ministério Público do RN (MP-RN) pelo crime de peculato (apropriação de dinheiro público) junto com outras 29 pessoas, boa parte delas já denunciadas anteriormente na Operação Assepsia e incluindo seu ex-marido Miguel Weber.

A denúncia envolvendo a ex-prefeita foi apresentada à Justiça dia 30, um dia antes de completar um ano de seu afastamento. E três dias depois do NOVO JORNAL ter iniciado série de reportagens sobre o afastamento estar completando um ano sem que qualquer denúncia tivesse sido apresentada. O Ministério Público não se pronunciou sobre o caso, mesmo procurado, na noite do dia 1° de novembro.

Micarla foi denunciada pelo mesmo motivo que gerou o pedido – pelo então procurador geral de justiça Manoel Onofre Neto – de seu afastamento. À época, ela foi apresentada como suspeita de se pagar suas despesas pessoais com dinheiro público, que viria de um suposto esquema de corrupção montado na sua administração, configurando também a suspeita de corrupção passiva.

O processo judicial registra que a denúncia foi entregue na 7ª Vara Criminal da comarca de Natal às 14h31 do dia 30 de outubro (quarta-feira). As movimentações registradas no sistema eletrônico do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN) apontam que a denúncia está conclusa para decisão desde quinta-feira (31/10). Ou seja, aguarda que o juiz José Armando Ponte Dias Júnior, titular da 7ª Vara, acolha ou não a denúncia feita pelo Ministério Público. Dos 30 denunciados, nove já constavam como investigados em um processo que está sob segredo de justiça na mesma 7ª Vara desde junho do ano passado.
 
A denúncia contra Micarla de Sousa chega exatamente após o NOVO JORNAL ter procurado o Ministério Público para saber informações acerca da investigação que provocou o afastamento dela; concentrada no Procedimento Investigatório Criminal (PIC) 106/2012; oriundo da Operação Assepsia, deflagrada no fim de junho do ano passado.

Questionado, via e-mail, sobre o caso, o promotor de justiça Emanuel Dhayan Bezerra, titular da investigação e integrante da promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Natal, disse que o PIC aguardava a chegada de dados bancários e cartas precatória, para então dar prosseguimento à investigação, com a possibilidade de pedidos de novos depoimentos.
 
Contatado por telefone na noite de ontem, Emanuel Dhayan disse que não falaria sobre o caso.

A denúncia que envolve Micarla de Sousa foi acompanhada de duas outras. A primeira – às 13h10 do dia 31/10 – tem como assunto o crime de corrupção passiva e envolve três nomes conhecidos da Assepsia: Alexandre Magno de Sousa (procurador do Município), Tufi Meres e Jane Andrea Pereira. A segunda denúncia é sobre corrupção ativa e apresenta dez denunciados, dos quais nove já tinham aparecido em investigações anteriores que apontaram suspeitas de fraudes na Secretaria Municipal de Saúde (SMS),
 
Entre eles está o ex-secretário Thiago Barbosa Trindade e o médico Tufi Soares Meres, da Associação Marca. Ela foi registrada às 13h43. Todas estão na 7ª Vara Criminal e conclusas para decisão.

                               NOVOS INTEGRANTES
A denúncia contra Micarla traz uma série de nomes ligados à Operação Assepsia e a sua gestão no executivo municipal, muitos dos quais já denunciados e mesmo presos entre junho e julho de 2012. São eles figuras como o procurador do município Alexandre Magno de Sousa, o ex-secretário de saúde Thiago Trindade, o ex-procurador geral do município Bruno Macedo Dantas e o ex-secretário de planejamento Antônio Luna. E também figuras ligadas à Associação Marca, como Tufi Meres, Rosimar Bravo, Antônio Carlos “Maninho” de Souza Júnior e Jonei Lunkes. Todos estes já tinha sido citados na petição inicial da Assepsia.

No entanto, a denúncia traz nomes novos à baila. A maioria deles é do Rio de Janeiro, nascedouro da Associação Marca. Figuras como os advogados Monique Monteiro Martins e Sady Paulo Soares Kapps e os médicos Leonardo Justin Carap e Hélio Bustamante da Cruz Secco. Este já tinha sido denunciado no Rio de Janeiro por improbidade administrativa em 2010, junto com Tufi Meres e o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho.

                                  DENUNCIADOS
Micarla Araújo de Sousa Weber; Miguel Henrique Oliveira Weber; Alexandre Magno Alves de Souza*; Thiago Barbosa Trindade*; Bruno Macedo Dantas; Francisco Assis Rocha Viana; Antônio Carlos Soares Luna; Tufi Soares Meres*; Vania Maria Vieira; Monique Monteiro Martins; Sady Paulo Soares Kapps; Otto de Araújo Schimidt; Vicente Semi Assan Salek; Paulo Fernando Villela Ferreira; Sidney Augusto Pitanga de Freitas; Jane Andrea Fernandes Pereira; Gustavo Gonçalez Carneiro; Hélio Bustamante da Cruz Secco; Carlos Alberto Paes Sardinha; Rosimar Gomes Bravo e Oliveira*; Bruno Tourinho Guimarães Correa; Antônio Carlos de Oliveira Júnior Leonardo Justin Carap*; Mônica Simões Araújo e Nardelli*; Elisa Andrade de Araújo Gustavo de Carvalho Meres; Jonei Anderson Lunkes*; Carlos Fernando Pimentel Bacelar Viana*; Thobias Bruno Tavares Gurgel*; Annie Azevedo da Cunha Lima.
*Também denunciados por corrupção ativa, em outro processo

Fonte: Novo Jornal

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