domingo, 16 de junho de 2013

NOVOS TESTES SERÃO FEITOS ANTES DE SINAL DIGITAL CHEGAR ÀS RÁDIOS

RIO DE JANEIRO / ALERJ

O diretor do Departamento de Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Octavio Pieranti, declarou que novos testes deverão ser feitos comparando o sinal de rádio digital com o analógico antes que uma mudança definitiva seja implantada no Brasil. “Estamos apenas verificando como funciona a tecnologia. Ainda é muito cedo para qualquer veredicto”, explicou, durante audiência pública da Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta sexta-feira (14/06). “A preocupação das rádios comunitárias é justificada, pois a situação para elas é drástica. A diversidade de informações que essas rádios proporcionam à população é muito importante para ser negligenciada”, opinou o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PDT).

Pieranti ressaltou, através de um infográfico do Ministério das Comunicações, que as duas formas de transmissão digital testadas no Brasil em 2011, DRN e HD Radio, mostraram ter alcance inferior ao das ondas analógicas. “A qualidade do som aumenta, mas o alcance é inferior. Diminuir o número de informações que chega aos ouvintes não é desejável”, enfatizou. O presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), André Felipe Trindade, acrescentou que a maioria das emissoras de rádio teria que trocar seu equipamento de transmissão. “O custo fica em torno de R$ 324 mil. As rádios comunitárias não têm dinheiro para fazer essa mudança”, disse. “Além disso, os ouvintes teriam que comprar aparelhos receptores de ondas digitais. Como a maioria da população ouve rádio no carro, não acredito que essa seria uma preocupação a curto prazo”, acrescentou Trindade.

Para o representante da Associação das Rádios Comunitárias (Arco), Edson Guedes, a preocupação permanece – ainda que não seja imediata. “O poder do monopólio das telecomunicações é que diz quando e como quer mudar a tecnologia de radiofusão brasileira. Esse debate deveria ser mais democrático. Não vemos novos horizontes para a rádio comunitária, que ainda está em AM”, declarou. Segundo André Trindade, a mudança das rádios de AM para FM, quando ocorrer, será benéfica. “O alcance AM é maior que FM, mas apenas um em cada dez ouvintes faz essa opção. Nas cidades em que a onda FM está saturada, como no Rio, é preciso passar emissoras para ‘FM estendido’. O Ministério das Comunicações já tem permissão do Senado para efetuar essa mudança, mas ela não será obrigatória”, esclareceu.

(texto de Amanda Bastos)



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