terça-feira, 1 de julho de 2025

Conheça o amor do Radialista Hugo Martins pelo Frevo: Uma linda história de amor pelo ritmo pernambucano

 

Hugo Martins, 86 anos, natural de Rio Tinto / Paraíba, é Compositor, Radialista, Sonoplasta, Diretor, Produtor e Pesquisador. Referência no cenário artístico e musical do Estado de Pernambuco, ator de Teatro e de Rádio, fez filmes, (até hoje faz filmes).

O paraibano chegou a Pernambuco em 1948, aos 11 anos e sua carreira de radialista começou em 1956, na Rádio Clube, como operador de som.

Sua história de amor e dedicação pelo frevo se tornou um dos motivos principais de sua vida e profissão, quando estreou em 10 de outubro de 1967 o programa de rádio "O Tema é Frevo", tocando exclusivamente o frevo, transmitido pela Rádio Universitária AM da Universidade Federal de Pernambuco, sendo reconhecido como patrimônio cultural pernambucano. O programa até hoje está no ar.

Confira a entrevista na íntegra com o Radialista Hugo Martins

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Há quanto tempo existe o programa O Tema é Frevo?

HUGO MARTINS – O programa “O Tema é Frevo” está no ar há 57 anos sem interrupção na Rádio Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. Iniciou em 1967.

“Eu gostava muito de Frevo e cheguei em Pernambuco com 11 ou 12 anos e naquela época tocava muito frevo, na rádio Club de Pernambuco, rádio Jornal do Comércio. E fiquei gostando do frevo, é uma música saltitante, alegre. Naquela época havia novelas de rádio. 

Foi passando o tempo e o meu primeiro emprego foi como radialista na Rádio Club de Pernambuco (P. R. A. 8), primeira emissora do Brasil. Em 1960 fui para a Televisão e fiquei na TV e no Rádio, fazia também Teatro, sou ator de Teatro e de Rádio, e fiz alguns filmes, uma sátira, cheguei a fazer seis filmes, entre eles O Agente Secreto 008 (comédia). E continuei fazendo filmes e faço até hoje.

 

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como o senhor vê o fato de algumas pessoas não darem valor ao frevo?

HUGO MARTINS - A música, muita gente gosta, muita gente não gosta, o frevo, o samba muita gente gosta e outras não e assim vai variando. Só acho que pernambucano devia valorizar mais a sua música porque é uma música especial. O frevo nasceu em Pernambuco. Então, o pernambucana devia dar valor à sua música.

 

JCN – Qual a sua opinião sobre a vinda de cantores de outros estados para a abertura do carnaval em Recife, inclusive para o tradicional Baile Municipal?

HUGO MARTINS – Acho que não tem nenhum sentido trazer cantores do Rio de Janeiro, Bahia ou qualquer estado para abrir o carnaval de Pernambuco. A imprensa diz: “O melhor Carnaval do Mundo”, não precisa trazer ninguém pra abrir o carnaval.

Para abrir o carnaval basta só Bandas famosas como temos aqui, a Banda da Polícia Militar, do Exército, da Marinha, a Banda da Prefeitura e vários cantores famosos como Claudionor Germano, Alceu Valença, Jota Michiles e também nossos blocos, troças, clubes, maracatus. Tudo isso poderia abrir o carnaval sem o menor problema.

A questão é que o Prefeito e Governadora não dá valor à nossa história, nossa cultura. Essa é a minha opinião.

JCN – Qual a diferença entre as músicas de frevo de antigamente e as de hoje?

HUGO MARTINS - Essa diferença de música, não só de frevo, mas de qualquer gênero musical, até mesmo da música clássica a diferença é o tempo. Se você ouvir um frevo de Nelson Ferreira de 1930 e ouvir outra de 1950 nota uma diferença muito grande. É o tempo, a época porque toda música tem o estilo da época.

Se você ouve um samba de Noel Rosas e um samba feito hoje a diferença é a época, o tempo em que ele vivia e o tempo de hoje. Todo tipo de música tem essa diferença. 

E o frevo no tempo de hoje. O frevo feito para uma época específica que é o carnaval.

JCN – Deixe uma mensagem.

HUGO MARTINS - Você que gosta muito de ler o Jornal Clarim Natal/RN deve ouvir muitas músicas nas emissoras de rádio que deve tocar todo tipo de música valorize a música da sua terra, valorize a música do Nordeste, o baião, o xaxado, o frevo, música de São João, são músicas de nossa terra que devemos valorizar porque somos daqui e as músicas também.

Quero acrescentar que faço também um programa de Bandas de Música na Rádio Universitária às 7 horas dá manhã, “Evocação e as Bandas de Música de todos o mundo” com as Bandas militares de todos o mundo; faço também um programa de poesia e também um programa de Frevo diariamente “Frevo Patrimônio Cultural da Humanidade”, porque em Paris em 2012 a Unesco deu o título de “Frevo Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade“. E neste mesmo ano, 2012 iniciei o programa “Frevo Patrimônio Cultural da Humanidade”.

Nessa época que aconteceu este título da Unesco ninguém em Recife/PE disse nada a respeito deste grande acontecimento.

CENTRO DA MÚSICA CARNAVALESCA DE PERNAMBUCO

CEMCAPE e o Museu do Frevo Levino Ferreira

Em 1986, Hugo Martins fundou o Centro da Música Carnavalesca de Pernambuco (CEMCAPE), uma instituição pioneira dedicada à pesquisa, preservação e promoção do frevo entre outras manifestações culturais pernambucanas. Por meio do CEMCAPE, ele realizou exposições e projetos educativos.

Hugo também é o criador do Museu do Frevo Levino Ferreira.

Dez capas da coleção da série O TEMA É FREVO, comemorativa ao Centenário da Palavra “Frevo”. 












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