terça-feira, 1 de julho de 2025

Ex-jogador alvirrubro fala sobre o Clube do Centro Desportivo Gramoré que tem como objetivos centrais tirar jovens da rua, usando a prática do Futebol

 

Em entrevista ao Clarim Natal/RN Carlos Mota fala sobre planos para a categoria de Base, estilo de jogo, identidade do time e o que o torcedor local pode esperar do clube nos próximos anos.



O Clube do Centro Desportivo Gramoré fundado em janeiro de 2025, nascido do coração de um ex-jogador de Futebol Carlos Mota e um Assistente Social Paulo Cesar Pereira, tem como objetivos centrais tirar jovens da rua, usando a prática do Futebol, ajudando e oportunizando jovens a vencerem na vida, seja no âmbito esportivo como em sua vida social.

Carlos Mota é carioca radicado no Passo da Pátria, onde deu seus primeiros passos antes de se tornar ídolo do América FC e ter feito o gol que muda toda história do clube.

Carlos Mota após parar de jogar futebol em 2009 pela equipe do Macau, tornou-se um ex-atleta totalmente dedicado ao futebol de Base e trabalho social,

Mota passa a se destacar em sua caminhada como educador e técnico da categoria de Base com o Clube CDF, onde se destacou conseguindo seu primeiro Título na categoria de Base, desbancando gigantes como ABC FC, América FC, levantando a Taça de Campeão Potiguar 2009.

Nesta edição, o Clarim Natal/RN trás esse ídolo americano para nos falar como surgiu essa ideia de fazer um Clube de Futebol.

Confira a entrevista na íntegra.

 

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - O que motivou a criação do clube?

CARLOS MOTA - Ser diferente e criar uma oportunidade para atletas e alguns amigos que sofrem no futebol, sendo enganados.

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - Quais são os principais desafios enfrentados até agora?

CARLOS MOTA - Lutar contra os enganadores do futebol, pensam penas neles.

Carlos Mota e Paulo Enfermeiro

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - Quais são os planos de curto e longo prazo para o clube?

CARLOS MOTA - Criar uma sustentabilidade, onde cresça o futebol profissional, e o nosso social aumente diariamente.

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - Como o clube pretende atrair torcedores e patrocinadores?

CARLOS MOTA - Com campanhas, buscando a qualificação necessária para sempre estar apto a buscar recursos oriundos da Lei do Incentivo Esporte mais laser, e sendo um clube que vai ser vitorioso.

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - Há planos para a categoria de Base. Qual será o estilo de jogo e a identidade do time?

CARLOS MOTA - Buscar Atletas diferentes, extremamente inteligente, e que queiram aproveitar essa oportunidade de jogar futebol.

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - O que o torcedor local pode esperar do clube nos próximos anos?

CARLOS MOTA - Crescimento a cada dia buscando sempre o amadurecimento e ser extremamente profissional e atrativo aos moradores.

MARCOS SOUZA (JORNAL CLARIM NATAL/RN) - Gostaria de deixar uma mensagem final?

CARLOS MOTA - Minha eterna gratidão ao SENHOR JESUS CRISTO por tudo, aos que moram no Conjunto Gramoré e todos do Conjunto Salesiano e adjacentes. Meu muito obrigado por acreditar no que estava sendo implantado, estamos caminhando para valorização do Bairro e de toda Zona Norte.

 




Conheça o amor do Radialista Hugo Martins pelo Frevo: Uma linda história de amor pelo ritmo pernambucano

 

Hugo Martins, 86 anos, natural de Rio Tinto / Paraíba, é Compositor, Radialista, Sonoplasta, Diretor, Produtor e Pesquisador. Referência no cenário artístico e musical do Estado de Pernambuco, ator de Teatro e de Rádio, fez filmes, (até hoje faz filmes).

O paraibano chegou a Pernambuco em 1948, aos 11 anos e sua carreira de radialista começou em 1956, na Rádio Clube, como operador de som.

Sua história de amor e dedicação pelo frevo se tornou um dos motivos principais de sua vida e profissão, quando estreou em 10 de outubro de 1967 o programa de rádio "O Tema é Frevo", tocando exclusivamente o frevo, transmitido pela Rádio Universitária AM da Universidade Federal de Pernambuco, sendo reconhecido como patrimônio cultural pernambucano. O programa até hoje está no ar.

Confira a entrevista na íntegra com o Radialista Hugo Martins

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Há quanto tempo existe o programa O Tema é Frevo?

HUGO MARTINS – O programa “O Tema é Frevo” está no ar há 57 anos sem interrupção na Rádio Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. Iniciou em 1967.

“Eu gostava muito de Frevo e cheguei em Pernambuco com 11 ou 12 anos e naquela época tocava muito frevo, na rádio Club de Pernambuco, rádio Jornal do Comércio. E fiquei gostando do frevo, é uma música saltitante, alegre. Naquela época havia novelas de rádio. 

Foi passando o tempo e o meu primeiro emprego foi como radialista na Rádio Club de Pernambuco (P. R. A. 8), primeira emissora do Brasil. Em 1960 fui para a Televisão e fiquei na TV e no Rádio, fazia também Teatro, sou ator de Teatro e de Rádio, e fiz alguns filmes, uma sátira, cheguei a fazer seis filmes, entre eles O Agente Secreto 008 (comédia). E continuei fazendo filmes e faço até hoje.

 

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como o senhor vê o fato de algumas pessoas não darem valor ao frevo?

HUGO MARTINS - A música, muita gente gosta, muita gente não gosta, o frevo, o samba muita gente gosta e outras não e assim vai variando. Só acho que pernambucano devia valorizar mais a sua música porque é uma música especial. O frevo nasceu em Pernambuco. Então, o pernambucana devia dar valor à sua música.

 

JCN – Qual a sua opinião sobre a vinda de cantores de outros estados para a abertura do carnaval em Recife, inclusive para o tradicional Baile Municipal?

HUGO MARTINS – Acho que não tem nenhum sentido trazer cantores do Rio de Janeiro, Bahia ou qualquer estado para abrir o carnaval de Pernambuco. A imprensa diz: “O melhor Carnaval do Mundo”, não precisa trazer ninguém pra abrir o carnaval.

Para abrir o carnaval basta só Bandas famosas como temos aqui, a Banda da Polícia Militar, do Exército, da Marinha, a Banda da Prefeitura e vários cantores famosos como Claudionor Germano, Alceu Valença, Jota Michiles e também nossos blocos, troças, clubes, maracatus. Tudo isso poderia abrir o carnaval sem o menor problema.

A questão é que o Prefeito e Governadora não dá valor à nossa história, nossa cultura. Essa é a minha opinião.

JCN – Qual a diferença entre as músicas de frevo de antigamente e as de hoje?

HUGO MARTINS - Essa diferença de música, não só de frevo, mas de qualquer gênero musical, até mesmo da música clássica a diferença é o tempo. Se você ouvir um frevo de Nelson Ferreira de 1930 e ouvir outra de 1950 nota uma diferença muito grande. É o tempo, a época porque toda música tem o estilo da época.

Se você ouve um samba de Noel Rosas e um samba feito hoje a diferença é a época, o tempo em que ele vivia e o tempo de hoje. Todo tipo de música tem essa diferença. 

E o frevo no tempo de hoje. O frevo feito para uma época específica que é o carnaval.

JCN – Deixe uma mensagem.

HUGO MARTINS - Você que gosta muito de ler o Jornal Clarim Natal/RN deve ouvir muitas músicas nas emissoras de rádio que deve tocar todo tipo de música valorize a música da sua terra, valorize a música do Nordeste, o baião, o xaxado, o frevo, música de São João, são músicas de nossa terra que devemos valorizar porque somos daqui e as músicas também.

Quero acrescentar que faço também um programa de Bandas de Música na Rádio Universitária às 7 horas dá manhã, “Evocação e as Bandas de Música de todos o mundo” com as Bandas militares de todos o mundo; faço também um programa de poesia e também um programa de Frevo diariamente “Frevo Patrimônio Cultural da Humanidade”, porque em Paris em 2012 a Unesco deu o título de “Frevo Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade“. E neste mesmo ano, 2012 iniciei o programa “Frevo Patrimônio Cultural da Humanidade”.

Nessa época que aconteceu este título da Unesco ninguém em Recife/PE disse nada a respeito deste grande acontecimento.

CENTRO DA MÚSICA CARNAVALESCA DE PERNAMBUCO

CEMCAPE e o Museu do Frevo Levino Ferreira

Em 1986, Hugo Martins fundou o Centro da Música Carnavalesca de Pernambuco (CEMCAPE), uma instituição pioneira dedicada à pesquisa, preservação e promoção do frevo entre outras manifestações culturais pernambucanas. Por meio do CEMCAPE, ele realizou exposições e projetos educativos.

Hugo também é o criador do Museu do Frevo Levino Ferreira.

Dez capas da coleção da série O TEMA É FREVO, comemorativa ao Centenário da Palavra “Frevo”. 












No Ritmo das Bandas Marciais

 O Jornal Clarim Natal prossegue nesta edição apresentando entrevistas com maestros de Bandas Marciais, Fanfarras e Orquestras.

Você irá conhecer as diversas Bandas, como espaços de inclusão social e aprendizagem da juventude, tanto musical quanto cidadã, seus regentes, e desafios.

Confira a entrevista com o Maestro Hercílio Neto da Banda Marcial Dom Vital da Cidade de Catolé do Rocha/Paraíba.

 

Hercílio de Sousa Neto, 48 anos, nasceu em Catolé do Rocha/Paraíba, casado. Além de regente da Banda Marcial Dom Vital da Cidade de Catolé do Rocha/Paraíba a cerca de 18 anos, é professor de Educação Musical nas turmas da Educação Infantil e Fundamental I e II.


 JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como chegou a ser Regente?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Comecei na Banda como aluno aos 16 anos, logo após sai pra estudar e me formar em música. Retornei a Catolé pra assumir a Banda como Maestro e coordenador.

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Qual a importância de estar à frente de uma Banda Marcial como Maestro?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - A importância é de suma responsabilidade, pois trabalho com adolescentes e jovens no intuito de formar cidadãos através da música. A música tem essa importância, sendo assim cabe a qualquer maestro ter esse pensamento junto aos seus alunos.

JCN - A Banda Marcial Dom Vital possui coreógrafo?

MAESTRO HERCÍLIO NETOSim, a Banda Marcial Dom Vital possui um coreógrafo Reginaldo Pedro.

Coreógrafo Reginaldo Pedro

JCN - A Banda Marcial Dom Vital é composta por quantos membros? 

MAESTRO HERCÍLIO NETO - A Banda Marcial Dom Vital tem 65 anos e é composta por 4 membros: maestro, coreografo e gestão escolar, possui 50 componentes

JCN - Qual o diferencial da Banda Marcial Dom Vital?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Em toda a sua trajetória que chega aos 65 anos, em 2024, a Banda tem realizado inúmeras apresentações em várias cidades do Estado da Paraíba e do vizinho e amigo Estado do Rio Grande do Norte, sempre alegrando a todos por onde passa com os ecos de suas notas musicais e com a cadência de seus componentes, bem como com cada passo de suas balizas, solistas e estandartes

JCN - A Banda Marcial Dom Vital já ganhou premiações? Quais?

MAESTRO HERCÍLIO NETO Sim, a Banda participou de campeonatos e foi agraciada com algumas premiações

 JCN - Qual é a sua grande vitória como regente? 

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Uma das minhas maiores vitória foi me formar em música.

 

JCN - As Bandas Marciais e Bandas de Música são espaços de inclusão social? Por quê? 

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Sim, as bandas marciais e as bandas de música podem ser espaços de inclusão social, pois promovem a interação entre pessoas e o desenvolvimento de habilidades. 

JCN - Na realidade, qual o papel social das Bandas, Fanfarras e Orquestras?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - A música permite expressão emocional, fornece um prazer estético, diverte, comunica, obtém respostas físicas, conduz conformidade às normas sociais, valida instituições sociais e ritos religiosos; Ela também contribui para a continuidade e estabilidade da cultura.

 

JCN - Qual a atual situação das Bandas Marciais, de Música, Fanfarras e Filarmônicas com relação ao apoio do poder público?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - A Banda é de escola particular, ultimamente fez alguns projetos como a LEI PAULO GUSTAVO e ALDIR BLANC, recebendo recursos para o melhoramento da nossa corporação.

 JCN - Você acha que onde existe o trabalho com jovens envolvidos com Bandas Marciais o cenário se transforma? Por que? 

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Sim com certeza a música ela transforma e forma pessoas. A Banda hoje é de suma importância para nossos jovens.

JCN - Quais os principais desafios para colocar uma Banda na rua, através de desfiles cívicos? 

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Os recursos porque pelo menos aqui na minha cidade Catolé do Rocha na Paraíba a procura dos jovens é muito grande para fazer parte de uma banda.

 

JCN - Algumas Bandas Marciais vêm desaparecendo. Você acredita que o motivo seria um reflexo da desvalorização da cultura local, bem como a ausência de atividades regulares de arte nas escolas, que inclui ensaios permanentes?

MAESTRO HERCÍLIO NETO - Vou falar pela minha região, aqui a cultura de Banda é muito frequente, exemplo aqui em Catolé do Rocha temos 5 bandas marciais. As dificuldades são grandes, mas temos que sempre lutar pelas bandas, pois é de suma importância para nossos jovens. Aqui na Paraíba somos muitos em Bandas Marciais. Existe até um programa do Governo do Estado para Bandas Marciais CEBE (Comissão Estadual de Bandas Escolares). São mais de 100 bandas nas escolas com maestros trabalhando.