quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

No Ritmo das Bandas Marciais

O Jornal Clarim Natal a partir desta edição retornaremos com as entrevistas com maestros de Bandas Marciais, Fanfarras e Orquestras.

Você irá conhecer as diversas Bandas, como espaços de inclusão social e aprendizagem da juventude, tanto musical quanto cidadã, seus regentes, e desafios.

Confira a entrevista com a Maestrina da Banda Marcial Presidente Roosevelt de Parnamirim/RN Alcilene de Lima.

Alcilene Costa de Lima, 25 anos, nasceu em Natal/RN, solteira. Além de regente da Banda Marcial Presidente Roosevelt de Parnamirim/RNum ano, apesar de totalizar cinco anos à frente de Banda Marcial, trabalha como recepcionista.

JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como chegou a ser maestrina/regente?

MAESTRINA ALCILENE - Obtive o meu primeiro espaço ainda sendo aluna de uma Banda Marcial de Parnamirim em 2016, onde criei o amor e em 2018 assumi a minha primeira Banda Marcial e estou até hoje, em 2024.


JORNAL CLARIM NATAL/RN - Qual a importância de uma mulher estar à frente de uma Banda Marcial como maestrina? 

MAESTRINA ALCILENE - Representatividade, onde consigo expressar, estimular e ajudar mulheres a conquistar mais lugares de fala. E este ano, conquistamos dois lugares, pois existem duas mulheres a frente da minha banda, eu e Lenira Valeska. 

 

JCN - A Banda é composta por quantos membros? 

MAESTRINA ALCILENE - Atualmente, a Banda é composta por 50 alunos.

 

JCN - Qual é a sua grande vitória como regente? 

MAESTRINA ALCILENE - Conquistar o meu lugar no meio de tantos preconceitos, falas negativas de rebaixamento e olhares maldosos. 

 

JCN - As Bandas Marciais e Bandas de Música são espaços de inclusão social? Por quê? 

MAESTRINA ALCILENE - Sim! 

Atualmente na minha banda contém alunos com espectro autista, e com TDAH, laudado. Os próprios pais me procuraram após os desfiles e me informaram que a banda marcial ajudou bastante no desenvolvimento e gostaram bastante do resultado no final. A Banda Marcial deve ser um dos espaços de inclusão, e aconselho a professores e maestros a nunca negarem a entrada deles. 

JCN - Na realidade, qual o papel social das Bandas, Fanfarras e Orquestras?

MAESTRINA ALCILENE - A música tem o poder de juntar as pessoas, em qualquer área musical. Seja bandas fanfarras, orquestras, marciais… Elas oportunizam o aprendizado, integram o estudante no ambiente escolar e contribui para a melhoria de cada um. 

 

JCN - Qual a atual situação das Bandas Marciais, de Música, Fanfarras e Filarmônicas com relação ao apoio do poder público?

MAESTRINA ALCILENE - Precárias! Não temos recursos vindos do poder público, somos nós que fazemos o impossível para conseguir ir a um desfile, ou efetuar a compra de materiais e entre outras situações. 

JCN - Você acha que onde existe o trabalho com jovens envolvidos com Bandas Marciais o cenário se transforma? Por que? 

MAESTRINA ALCILENE - Sim, a música transforma vidas. E desta forma, podemos trazê-lo com mais facilidade para perto e tirá-los de locais onde não trará bons momentos.

JCN - Quais os principais desafios para colocar uma Banda na rua, através de desfiles cívicos? 

MAESTRINA ALCILENE - A falta de materiais é um dos primordiais, pois, se o instrumento não tiver adequado para o aluno(a), não podemos sair. Outro mais preocupante são os ônibus, onde leva e traz os alunos, que por muitas vezes é um valor alto a qual não conseguimos com os alunos e nem com a Prefeitura.

 

JCN - Algumas Bandas Marciais vêm desaparecendo. Você acredita que o motivo seria um reflexo da desvalorização da cultura local, bem como a ausência de atividades regulares de arte nas escolas, que inclui ensaios permanentes?

MAESTRINA ALCILENE - Infelizmente, sim!

E também da falta de interesse da prefeitura faz com que as escolas não tenham muitas escolhas em organizar bandas marciais. A grande maioria dos maestros não querem assumir tamanha responsabilidade por falta de recebimento, pois, é um trabalho voluntário, onde só assume quem realmente ama. E isso faz com que a cada ano veem desaparecendo as bandas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário