Você irá conhecer as
diversas Bandas, como espaços de inclusão social e aprendizagem da juventude,
tanto musical quanto cidadã, seus regentes, e desafios.
Confira a
entrevista com a Maestrina da Banda Marcial
Presidente Roosevelt de Parnamirim/RN Alcilene de Lima.
Alcilene Costa de Lima, 25 anos, nasceu em Natal/RN, solteira. Além de regente da Banda Marcial Presidente Roosevelt de Parnamirim/RN há um ano, apesar de totalizar cinco anos à frente de Banda Marcial, trabalha como recepcionista.
JORNAL CLARIM NATAL/RN - Como chegou a ser maestrina/regente?
MAESTRINA ALCILENE - Obtive o meu primeiro
espaço ainda sendo aluna de uma Banda Marcial de Parnamirim em 2016, onde criei
o amor e em 2018 assumi a minha primeira Banda Marcial e estou até hoje, em
2024.
JORNAL CLARIM NATAL/RN - Qual a importância de uma mulher estar à frente de uma Banda Marcial como maestrina?
MAESTRINA ALCILENE - Representatividade,
onde consigo expressar, estimular e ajudar mulheres a conquistar mais lugares
de fala. E este ano, conquistamos dois lugares, pois existem duas mulheres a
frente da minha banda, eu e Lenira Valeska.
JCN - A
Banda é composta por quantos membros?
MAESTRINA ALCILENE - Atualmente, a Banda é
composta por 50 alunos.
JCN - Qual é a sua grande vitória como regente?
MAESTRINA ALCILENE - Conquistar o meu lugar
no meio de tantos preconceitos, falas negativas de rebaixamento e olhares
maldosos.
JCN - As Bandas Marciais e Bandas de Música são espaços de
inclusão social? Por quê?
MAESTRINA ALCILENE - Sim!
Atualmente na minha banda contém alunos com espectro autista, e com TDAH, laudado. Os próprios pais me procuraram após os desfiles e me informaram que a banda marcial ajudou bastante no desenvolvimento e gostaram bastante do resultado no final. A Banda Marcial deve ser um dos espaços de inclusão, e aconselho a professores e maestros a nunca negarem a entrada deles.
JCN - Na realidade, qual o papel social das Bandas, Fanfarras e
Orquestras?
MAESTRINA ALCILENE - A música tem o poder de
juntar as pessoas, em qualquer área musical. Seja bandas fanfarras, orquestras,
marciais… Elas oportunizam o aprendizado, integram o estudante no ambiente
escolar e contribui para a melhoria de cada um.
JCN - Qual a atual situação das Bandas Marciais, de Música,
Fanfarras e Filarmônicas com relação ao apoio do poder público?
MAESTRINA ALCILENE - Precárias! Não temos recursos vindos do poder público, somos nós que fazemos o impossível para conseguir ir a um desfile, ou efetuar a compra de materiais e entre outras situações.
JCN - Você
acha que onde existe o trabalho com jovens envolvidos com Bandas Marciais o
cenário se transforma? Por que?
MAESTRINA ALCILENE - Sim, a música transforma vidas. E desta forma, podemos trazê-lo com mais facilidade para perto e tirá-los de locais onde não trará bons momentos.
JCN - Quais os principais desafios para colocar uma Banda na rua, através de desfiles cívicos?
MAESTRINA ALCILENE - A falta de materiais é
um dos primordiais, pois, se o instrumento não tiver adequado para o aluno(a),
não podemos sair. Outro mais preocupante são os ônibus, onde leva e traz os
alunos, que por muitas vezes é um valor alto a qual não conseguimos com os alunos
e nem com a Prefeitura.
JCN - Algumas
Bandas Marciais vêm desaparecendo. Você acredita que o motivo seria um reflexo
da desvalorização da cultura local, bem como a ausência de atividades regulares
de arte nas escolas, que inclui ensaios permanentes?
MAESTRINA ALCILENE - Infelizmente, sim!
E também da falta de interesse da prefeitura
faz com que as escolas não tenham muitas escolhas em organizar bandas marciais.
A grande maioria dos maestros não querem assumir tamanha responsabilidade por
falta de recebimento, pois, é um trabalho voluntário, onde só assume quem
realmente ama. E isso faz com que a cada ano veem desaparecendo as bandas.
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