domingo, 2 de junho de 2013

Especialista adverte: Uso indevido do fone de ouvido pode causar sérios problemas de saúde

É cada vez mais comum ver pessoas andando nas ruas, em transporte público ou veículos próprios e no ambiente de trabalho com fones de ouvido. O que muitos não sabem, porém, é que o uso excessivo desse aparelho pode causar sérios problemas de saúde, a médio prazo. 

O otorrinolaringologista do Sistema Hapvida de Saúde, Dr. Pedro Cavalcanti, explica que o uso constante desse aparelho pode causar uma lesão crônica no órgão auditivo. “As pessoas que usam, diariamente, poderão apresentar problemas irreversíveis no futuro. O maior problema é que elas não sabem a intensidade em que está o volume. Muitas vezes é muito elevada. O ouvido já está sendo lesado e o indivíduo nem sabe”, explica o médico.

Dr. Pedro Cavalcanti alerta que os problemas causados pelo uso dos fones de ouvidos, que são evitáveis, atingem principalmente os jovens. Também lembra que, em alguns casos, as lesões não são perceptíveis. “Muitas vezes, o primeiro sintoma não é uma perda auditiva, pois a frequência afetada é alta e não aquela que utilizamos diariamente para conversar, por exemplo. As pessoas acabam apresentando sintomas como o zumbido, já com perda auditiva”, esclarece.

O limite seguro de som contínuo para o ouvido é de 80 decibéis. Segundo o médico do Sistema Hapvida, os fones e outros aparelhos sonoros devem ser usados com o volume até a metade para evitar prejuízos à audição. É importante também nunca ouvir o som tão alto a ponto de não ouvir o que está a sua volta e não dormir com o fone no ouvido.

Segundo o especialista da Hapvida existe uma série de doenças, congênitas e adquiridas, que podem causar a perda auditiva. “Temos inúmeras formas de problemas congênitos, como as malformações nas orelhas. A pessoa nasce sem a cartilagem. Também há casos mais sutis, em que o órgão auditivo não está formado. As causas adquiridas estão ligadas às doenças como câncer (exposição à quimioterapia e radioterapia), diabetes, sífilis, na tireoide e aids. E também a casos ocorridos no dia a dia, como um trauma acústico na exposição a volumes de grande intensidade (um estampido de um tiro ou uma explosão) ou causado pelo trabalho em locais com grande ruído”, avalia.

Entre os exames solicitados está a audiometria. O exame é indolor, cômodo e seguro. Consiste basicamente em responder a algumas perguntas sobre a saúde auditiva, reconhecer algumas palavras comuns em diferentes níveis de volume e identificar sons diferentes. O profissional utiliza esse audiograma para determinar o tipo e grau da perda auditiva.

Para proteger o ouvido bastam alguns simples cuidados:
- Deixe o volume do tocador de MP3 na metade do volume máximo do aparelho;
- Fique atento para que o som saído dos fones não seja ouvido pelos amigos ao redor;
- Evite ficar muitas horas seguidas ouvindo MP3;
- Procure ajuda médica tão logo seja percebida qualquer alteração da audição.

Confira as dicas por até quanto tempo você pode ficar exposto a cada intensidade sonora:
- Até 80 dB – não há riscos
- 85 dB – até 8h de exposição
- 90 dB – até 4h de exposição (motor de ônibus, feira livre)
- 95 dB – até 2h de exposição (latido de cachorro, secador de cabelo)
- 100 dB – até 1h de exposição (liquidificador, choro de bebê, batedeira, aspirador de pó)
- 105 dB – até 30 min. de exposição (obra dentro de casa)
- 110 dB – até 15 min. de exposição
- 115 dB – até 7 min. de exposição (congestionamento intenso, rojão, ficar na balada perto da caixa de som)

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