quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Nova pesquisa mostra que Dilma se reelegeria sem haver segundo turno



Dilma Rousseff venceria as eleições, se fossem hoje, no primeiro turno

Apesar da repercussão que movimentos claramente dirigidos contra o governo, como o Não Vai Ter Copa, a campanha midiática de pessimismo na economia e a ação da mídia conservadora sobre a questão energética, os números divulgados na pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o instituto MDA, confirmam o favoritismo da presidenta Dilma Rousseff (PT) nas próximas eleições. O levantamento divulgado nesta terça-feira, com entrevistas realizadas entre os dias 9 e 14 de fevereiro, com 2 mil eleitores, aponta que Dilma venceria os seus adversários, no primeiro turno, em todos os cenários pesquisados.

Na disputa contra o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), Dilma alcança 43,7% das intenções de voto, contra 17% do tucano e 9,9% do candidato socialista. A oposição tem melhor desempenho quando a ex-senadora Marina Silva é a candidata do PSB, mas sem alteração significativa no quadro geral: nesse cenário, Dilma tem 40,7% das intenções de voto, contra 20,6% de Marina e 15,1% de Aécio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Segundo o senador Clésio Andrade, um dos realizadores da pesquisa, que falou ao Correio do Brasil nesta manhã, a diminuição da popularidade da presidenta foi mínima, mas deixa uma ponta de dúvida quanto ao futuro:

– Parte considerável das pessoas entrevistadas creem ser desnecessário o investimento na Copa do Mundo da Fifa, num total de 75,8%. Mas isso não influiu nas intenções de voto na presidenta porque a queda de avaliação não tem uma relação automática com a queda na intenção de votos – afirmou.

O resultado demonstra variação dentro da margem de erro em relação à pesquisa anterior, divulgada em novembro de 2013. À época, Dilma tinha 43,5% das intenções de votos no primeiro turno; Aécio, 19,3%, e Campos, 9,5%. A sondagem ocorreu logo após a filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB e não a projetou como candidata.

Avaliação do governo
A avaliação positiva do governo de Dilma oscilou para baixo no levantamento da CNT/MDA. Hoje, 36,4% dos brasileiros se dizem satisfeitos com o governo, contra 39% em novembro do ano passado. Já a avaliação negativa passou de 22,7% para 24,8%, enquanto a avaliação regular oscilou de 37,7% para 37,9%.

O levantamento foi realizado após a repressão judicial e policial aos rolezinhos em diversos estados, e durante protestos de rua organizados contra a realização da Copa do Mundo e do investimento do governo nas obras relativas ao evento, também reprimidos com força pelas polícias militares de São Paulo e Rio de Janeiro.

Diferente dos protestos do ano passado, no entanto, os conflitos entre manifestantes e agentes do poder público nas ruas ainda não impactou a popularidade de governantes da mesma forma que em 2013, quando a avaliação do governo Dilma caiu 27 pontos em um mês, enquanto o governador Geraldo Alckmin (PSDB) perdeu 14 pontos percentuais de aprovação. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 12/2014.

Melhora significativa
Dilma sempre manteve uma elevada aprovação desde sua posse, mas sua avaliação pessoal desabou no ano passado, por conta da onda de protestos sociais que sacudiram o Brasil em junho, embora meses depois e após dar resposta a algumas das reivindicações, recuperou parte de sua popularidade. Com relação à gestão de seu governo, Dilma conta com um apoio popular maior que tinham tanto seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva, como Fernando Henrique Cardoso no último de seus primeiro quatro anos de mandato, no qual ambos foram reeleitos.

Enquanto 41% dos brasileiros consideram “excelente” ou “bom” o governo de Dilma, em uma pesquisa realizada pela Datafolha em final de 2013, essa porcentagem era apenas de 28% para Lula em dezembro de 2005 segundo a mesma empresa e de 37% para FHC em dezembro de 1997. Mesmo antes de lançar sua candidatura, como ocorreu na semana passada, as pesquisas até agora apontam que a chefe de Estado contaria com intenções de voto que lhe permitiriam ser reeleita, sem a necessidade de disputar um segundo turno.
Correio do Brasil

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